O presidente da ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais), Agostinho Patrus, fez uma publicação no Twitter alfinetando o governador do estado, Romeu Zema (Novo), depois que o mandatário não assinou uma nota de apoio enviada aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Na noite dessa segunda-feira (16), Zema se justificou dizendo que não cabe a ele avaliar o Executivo e o Judiciário Federal.
“Quem não se posiciona a favor da democracia e da independência entre Poderes, escolhe o lado contrário. A sociedade mineira assumiu, em toda a sua história, a defesa da liberdade e da soberania popular. E essa soberania apenas se dá quando há respeito entre as competências”, escreveu Patrus.
“Prezar pelo diálogo é dever de quem foi eleito democraticamente. Omissão definitivamente não é uma forma de representatividade. Na ALMG, todas as instituições democráticas têm garantia de apoio e acolhimento. Essa é condição fundamental para a estabilidade, harmonia e paz social”, completou o deputado estadual pelo PV.
Prezar pelo diálogo é dever de quem foi eleito democraticamente. Omissão definitivamente não é uma forma de representatividade. Na ALMG, todas as instituições democráticas têm garantia de apoio e acolhimento. Essa é condição fundamental para a estabilidade, harmonia e paz social.
— Agostinho Patrus (@agostinhopatrus) August 17, 2021
Justificativa
Zema se justificou após não ter assinado a nota em entrevista à TV Band Minas, ontem. O documento demonstrava solidariedade ao Supremo e seus ministros em meio às ameaças e agressões do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No total, 13 estados e o Distrito Federal assinaram a nota, mas o mandatário mineiro não foi um deles.
“Vale lembrar que eu fui eleito para governar Minas e não para ficar avaliando presidentes e o Supremo Federal. Estou à frente do estado para trazer emprego para o mineiro. Quem está nos assistindo está preocupado se vai conseguir emprego para ele, para o filho e o irmão, e não o que o STF e o presidente estão fazendo lá de tramas nos palácios do poder”, declarou o governador.
Zema ainda disse que não se interessa por “intrigas palacianas”. “E além disso eu estou preocupado também em trazer vacina. As intrigas palacianas não me interessam. Eu não entro em intrigas palacianas. O mineiro quer comida no prato e vacina no braço e o meu governo tem trabalhado nesse sentido. Infelizmente, no mundo político, eu tenho visto, que tem muitas intrigas, eu não participo disso, eu tô fora”, finalizou.
Recorrência
Essa não é foi primeira vez que Zema não assinou um documento endossada por outros governadores. Em março deste ano, 14 chefes do Executivo enviaram uma carta a Jair Bolsonaro pedindo para que o governo federal comprasse mais vacinas contra a Covid-19.
O governador mineiro não aderiu ao apelo. Antes disso, o mandatário mineiro já tinha decidido não assinar uma outra carta feita por chefes executivos estaduais responsabilizando o presidente pelos estragos da pandemia de Covid-19 no país.