Uma professora de uma creche municipal em Vespasiano, interior de Minas Gerais, foi afastada pela Secretaria de Educação após suspeita de que teria impedido a respiração de um aluno autista, de 5 anos, fechando a boca e o nariz do menino ao mesmo tempo.
Em nota enviada ao g1, a Secretaria Municipal de Educação de Vespasiano afirmou que a profissional foi afastada e que foi aberto um processo administrativo que pode culminar na demissão da servidora.
‘Vou ficar sem ar e morrer’
Em entrevista ao g1, os pais da criança explicaram como surgiu a suspeita de violência. O menino brincava com o pai na última terça-feira (23) quando disse: “Não pega o meu nariz, não, porque vou ficar sem ar e morrer”.
A partir dessa fala, a mãe do menino resolveu investigar o que poderia ter acontecido. O garoto contou à mãe que a “tia da escola” teria dito que ele “estava gritando como um papagaio” e, na sequência, teria tampado a boca e o nariz dele.
“Meu filho não para de falar em morte. Plantaram isso na cabeça dele”, disse a mãe da criança.
Professora teria admitido agressão
Já na quarta-feira (24), o pai do menino foi até a creche municipal, onde a criança estuda desde 2022, para entender o que teria acontecido com o filho.
De acordo com a mãe do garoto, a professora teria admitido que prendeu a respiração do menino há cerca de um mês, porque ele estava em crise, dizendo que queria morrer. A ideia seria mostrar como é ruim a sensação de “morte”. Em seguida, a professora teria dado um beijo no rosto da criança.
Ao g1, a diretoria da escola disse que seus funcionários não vão se manifestar.
“Quando meu filho está em crise e não consegue fazer alguma tarefa, ele sente culpa e diz que quer morrer. Na escola, ele deve ter feito algo que não deu certo e disse isso. Fiquei horrorizada [com a reação da professora]. O Pedro já teve bronquite e crise de asma. Tampar a boca e o nariz dele? Como posso aceitar? Isso é agressão”, diz a mãe do menino.
O que diz a Secretaria de Educação?
Na quinta (25), os pais foram até a Secretaria Municipal de Educação para denunciar o ocorrido e pedir a transferência do menino para outra escola.
Por meio de nota ao g1, o órgão disse que demonstra “profunda solidariedade com o aluno possivelmente agredido”. Afirma ainda que a professora foi afastada das atividades com alunos e que pode ser demitida por causa de um processo administrativo.
A Secretaria diz também que este é um caso isolado e que a criança deve poder mudar de escola. “Será ofertado um acompanhamento psicológico, se [os pais] entenderem que é necessário”, diz o texto.