Em quatro dias, Minas teve mais de 860 incêndios em áreas de vegetação

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Uma das áreas de vegetação onde os bombeiros atuaram, em Minas Gerais (Divulgação/Corpo de Bombeiros)

Minas Gerais contabilizou, em apenas quatro dias, cerca de 861 solicitações ao Corpo de Bombeiros para controlar incêndios em áreas de vegetação. Segundo a corporação, esse número se refere ao período entre 8h da última segunda-feira (19) até às 20h dessa sexta-feira (23).

E as ocorrências não foram um problema isolado da semana: o número de incêndios registrados nos sete primeiros meses de 2021 em Minas Gerais é o maior para o período em 11 anos, com 8.073 incêndios em todo o estado, conforme já haviam informado os bombeiros (leia abaixo).

De acordo com a corporação, ao longo dos últimos dias, os militares combateram incêndios em áreas de vegetação rasteira e mista, em lotes vagos e em áreas de conservação. As ações aconteceram tanto em ambientes rurais quanto urbanos. Confira um dos registros feitos pelo Corpo de Bombeiros, que mostra um dos focos que mobilizaram as equipes ao longo da semana:

Dois incêndios em Araguari

Na tarde de ontem (23), os bombeiros combateram um incêndio em dois pontos de vegetação do município de Araguari, na região do Triângulo Mineiro. O primeiro aconteceu por volta das 13h30, no bairro Bosque. De acordo com a equipe, o local tinha vários pontos de queimadas.

Os militares encontraram dificuldade durante os trabalhos porque havia bastante lixo e entulho espalhado. Felizmente, o incêndio foi controlado. A outra queimada aconteceu às margens da rodovia LMG 748, próximo a uma linha férrea. O fogo queimou uma área de aproximadamente 2 mil metros quadrados.

Bombeiro combatendo incêndio no bairro Bosque (Divulgação/Corpo de Bombeiros)

Fogo em Poços de Caldas

Já em Poços de Caldas, no Sul de Minas, um incêndio queimou 24 hectares de área verde, também nessa sexta-feira (23). Conforme os bombeiros, o local, que é próximo à rodovia, estava com chamas altas, e isso dificultou a visão de motoristas que passavam no trecho. Assim, o trânsito teve que ser interrompido nos dois sentido da via.

Parte do incêndio ocorreu em uma pastagem em volta da subestação de energia elétrica de Furnas e a proximidade com as redes de alta tensão causou risco em combater às chamas utilizando água. Então, a maior parte do trabalho dos bombeiros aconteceu a pé, com abafadores e bombas costais.

Alguns cavalos também estava no local, correndo o risco de serem atingidos pelo fogo. Os militares deram prioridade em conter o fogo para a área dos animais. Após três horas de trabalhos, o Corpo de Bombeiros conseguiu debelar o incêndio.

Fumaça causada pelo incêndio em Poços de Caldas (Divulgação/Corpo de Bombeiros)

Serra da Moeda em chamas

Ainda nesta semana, três incêndios de grandes proporções atingiram a Serra da Moeda, a 15 quilômetros de Belo Horizonte. Segundo os bombeiros, as chamas estavam altas e se alastraram com velocidade, atingindo uma edificação isolada.

As três chamadas foram atendidas na região central do município de Moeda, nas avenidas Coronel Sérgio Pedro e Prateado e na Rua Domingos Jerônimo. Além do Corpo de Bombeiros, uma equipe de brigadistas civis ajudou a controlar o fogo.

Recorde de incêndios

Antes mesmo do fim da semana tumultuada pelas ocorrências, a corporação já havia informado que o número de incêndios registrados nos sete primeiros meses de 2021 em Minas Gerais é o maior para o período em 11 anos. Ao todo, já foram ao menos 8.073 incêndios em todo o estado.

A média anual histórica de incêndios correspondente aos anos de 2015 a 2021, é de 13.486. O quadro de evolução de atendimentos efetuados pelo CBMMG mostra os seguintes números, em um período de 12 meses: 9.809 (2015), 12.182 (2016); 14.127 (2017); 10.810 (2018), 18.657 (2019) e 20.741 (2020), sendo que, em 2021, em apenas sete meses de janeiro a julho, os números são superiores a mais de 70% do total anual da média anual.

Segundo o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros, os números se devem a uma “conjunção de fatores ambientais, com destaque para as temperaturas médias e a baixa umidade do ar, provocando vegetação muito seca com a propagação rápida de focos de incêndio e grandes incêndios florestais” (leia a matéria completa aqui).

Com Agência Brasil

Edição: Giovanna Fávero
Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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