Queen Stars Brasil: Mineira impressiona jurados no primeiro reality de drag queens da América Latina

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Wagner Vaccani, que dá vida a Ravell há 15 anos, contou ao BHAZ que essa tem sido a maior experiência de sua carreira (Leandro Donato/Divulgação)

Uma estrela mineira, natural de Juiz de Fora, na Zona da Mata, alçou novos voos e agora tem representado o estado no primeiro reality latino de drag queens – o Queen Stars Brasil, exibido pela HBO Max. Wagner Vaccani, que dá vida a Ravell há 15 anos, contou ao BHAZ que essa tem sido a maior experiência de sua carreira.

“É histórico, pois é o primeiro reality show latino de drags cantoras. É uma honra pra mim ter sido selecionada entre as 20 melhores do Brasil e a única de Minas Gerais, isso é sensacional”, celebrou. Logo no terceiro episódio, Ravell foi escolhida como a melhor da noite por sua performance do clássico “Não deixe o samba morrer”, de Alcione.

A drag impressionou os jurados não apenas por sua presença de palco, mas também com sua afinação, fruto de longos anos de carreira como cantora. “Eu canto como Wagner em bandas de baile há 14 anos, então uni o útil ao agradável, que é a arte drag com a música”, explica.

‘Pabllo Vittar é a maior referência’

Mais simbólico ainda foi esbarrar com sua amiga de longa data, a cantora Pabllo Vittar, que apresenta o reality ao lado de Luisa Sonza. Ravell explica que foi justamente a artista que lhe mostrou que drag queens podem sim mostrar talento vocal.

“Quando vi com a Pabllo Vittar que a gente podia cantar ao invés de só dublar, quando ela abriu essas portas pra gente… eu finalmente pude usar a minha arte como cantora. A Pabllo foi a maior referência de todas, ela e Glória Groove são as minhas maiores referências, além de serem minhas amigas”, conta.

Antes de participar do reality da HBO Max, Ravell já participou de dezenas de concursos. Depois de passar algum tempo desacreditada de sua carreira, foram as boates de Juiz de Fora que lhe trouxeram novamente para esse universo e lhe mostraram a que ela veio.

“Fiz vários shows no Brasil inteiro, vim pra BH fazer concursos, fiz meus próprios concursos na internet – tenho um programa que é o ‘Chama no direct’, que já tá na segunda temporada. Fiz vários concursos de drag também dirigindo e apresentando, para gerar novos talentos e depois fui para a Argentina em turnê”, conta ela, bastante orgulhosa.

‘Vitrine de representatividade’

E se o talento da drag mineira já alcançou até o exterior, seu nome será sempre uma forma de se lembrar de onde veio e quem esteve ao seu lado. É que “Ravell” homenageia uma grande amiga que marcou o início de sua carreira.

“Como eu já fazia cover da Beyoncé, eu usava o nome ‘Beyoncé Ravell’, também em homenagem a uma trans famosa e respeitada lá na cidade [Juiz de Fora], que é a Rayane Ravell. Ela me ajudava muito nas montações no início da carreira e eu sou eternamente grata”, explica.

Por isso, para Ravell, estar no Queen Stars Brasil é mais que uma realização pessoal – é uma forma de retribuir tudo o que já fizeram por ela e também abrir portas às muitas drag queens que merecem ser vistas Brasil a fora.

“Isso pra mim nada mais é do que uma vitrine de representatividade, por eu ser uma drag queen preta, periférica e poder estar lá representando todo mundo, é isso que me importa”, declarou.

Queen Stars Brasil

O reality Queen Stars Brasil, original da HBO Max, é comandado por Pabllo Vittar e Luísa Sonza e apresenta 20 drag queens brasileiras em busca do estrelato. Ao longo dos oito episódios, as participantes colocarão seu talento na dança, canto e performance “pra jogo” e serão avaliadas por ninguém menos que Vanessa da Mata, Diego Timbó e Tiago Abravanel.

As competidoras também contarão com o auxílio de mentores, sendo eles Bruno Barbosa (dança), Blacy Gulfier (voz), Michelly X (visagismo) e Flávio Verne (diretor artístico). Ao fim de cada episódio, as drags que menos se destacarem durante as apresentações são eliminadas, até que restem apenas três ao final da disputa.

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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