Polícia indicia universitário que desviou mais de R$ 500 mil de república em Ouro Preto

Valor teria sido desviado para apostas (Reprodução/Google Street View)

A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou o estudante Ygor Fernandes Araújo, investigado pelo desvio de mais de R$ 500 mil das contas da famosa república Partenon, em Ouro Preto, região Central de Minas Gerais. O caso era apurado desde março do ano passado.

O jovem de 26 anos foi indiciado pelos crimes de furto mediante fraude e lavagem de dinheiro. O caso foi encaminhado ao Ministério Público. A polícia não deu mais detalhes sobre a investigação.

Ygor Fernandes atuava como tesoureiro na República Partenon. Na época, a comunidade afirmou que os moradores da casa só tomaram conhecimento dos desvios quando foram procurados pelo próprio advogado do estudante, no início de março.

“Nessa reunião, o advogado informou que ele havia desviado algum valor da república, alegou que era pra fazer investimentos em renda variável. Foi então que começamos a analisar os extratos e descobrimos que o valor era todo o dinheiro da república. Além disso, ficou uma dívida com fornecedores do Carnaval, tanto de casas de apoio como de fornecedores de bebida”, explicou Daniel Domingues, morador da república, ao BHAZ.

No fim de 2022, os responsáveis pela Partenon chegaram a assinar um contrato para comprar uma casa em Ouro Preto, onde a sede da república funcionaria de forma definitiva.

Meses depois, os alunos descobriram que o dinheiro juntado durante mais de 20 anos não estava mais disponível. A nota ainda afirma que duas pessoas também teriam sido prejudicadas pelo estudante de Ciências Econômicas.

Dinheiro teria sido usado em apostas

Moradores da República Partenon afirmam que o tesoureiro da casa direcionou para apostas virtuais a verba que desviou.

As transferências começaram em 2021, segundo o estudante Daniel Domingues, aluno de Engenharia de Produção na UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto). No Carnaval deste ano, momento em que os alunos vendem pacotes de festas, o suspeito começou a intensificar os valores desviados.

“Vimos que ele fez várias transferências, que se tornaram mais intensas no Carnaval. O dinheiro tinha destinos como a conta pessoal dele ou contas diferentes. Pesquisando, confirmamos que eram de plataformas digitais de bancos, até mesmo internacionais, e alguns deles tinham vínculo com casas de apostas”, afirma o jovem de 23 anos.

Defesa alega problemas psicológicos

Em contato com a reportagem, a defesa do estudante apontado como o culpado pelo desfalque diz que ele se encontra em tratamento médico. Além disso, afirma que ele não agiu de má-fé no intuito de enriquecer ilicitamente e que “fora acometido por sérios problemas psicológicos, perdendo a aptidão necessária para gerir os valores de modo adequado”.

“Por fim, o estudante, primário e sem quaisquer antecedentes, também informa que, de boa-fé e por guardar interesse no total esclarecimento dos fatos, voluntariamente, repassou aos membros da associação todos os dados necessários para a correta apuração do caso”, diz o comunicado.

Isabella Guasti[email protected]

Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023.

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