Sintomas da dengue estão mais fortes? Saiba o que dizem especialistas

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O número de casos de dengue em BH crescem a cada dia. O balanço da Prefeitura da capital, divulgado hoje, indica 6.338 pessoas infectadas (FOTO ILUSTRATIVA: Banco de imagens/Pixabay)

Febre alta, dor no corpo, mal-estar e manchas avermelhadas na pele. Esses são apenas alguns dos sintomas mais comuns em pacientes diagnosticados dengue, doença que está em uma alarmante crescente em Minas Gerais. Alguns dos pacientes têm reclamado que, dessa vez, os sintomas estão aparentando ser mais fortes e duradouros. Será que é verdade?

De acordo com o secretário de saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, o fenômeno pode ser explicado pela circulação de dois novos sorotipos no estado. Ele afirma que nos últimos anos o sorotipo Denv-1 era predominante entre os infectados. Este ano, no entanto, os sorotipos Denv-2 e Denv-3 são maioria entre os casos identificados.

“Como a gente passou muitos anos com o sorotipo 1 predominando, nós temos a maior parte da população sem imunidade para os novos sorotipos”, explica.

Outra ponto a ser observado, segundo Baccheretti, é o fato de 2024 ser o segundo ano consecutivo de epidemia de dengue em Minas Gerais. “Como tivemos anos epidêmicos recentes, como 2019 e 2023, uma infecção precoce de outro sorotipo geralmente gera casos mais graves. Então isso nos preocupa”.

Quais são os sintomas da dengue?

De acordo com o médico infectologista Leandro Curi, os sintomas da dengue podem passar por duas fases. É na primeira delas que surgem as queixas mais comuns.

“Na fase inicial, como o vírus está circulando no corpo em número alto, ele pode causar inflamações. Ou seja, as pessoas podem sentir mal-estar, dores nas articulações e no corpo, dor de cabeça, dor atrás dos olhos e falta de apetite. Após alguns poucos dias vem a febre”, descreve ele.

Ainda segundo o especialista, a maioria dos pacientes evolui bem nessa fase e se cura naturalmente. Uma parcela menor, contudo, acaba evoluindo para a fase mais grave da doença.

“É nessa segunda fase que aparecem os sintomas hemorrágicos, acompanhados dor abdominal, torpor e um mal-estar maior”, explica.

Dengue, Covid ou gripe?

Segundo o infectologista Leandro Curi, a fase inicial das viroses tem sintomas muito parecidos. Ou seja, não é difícil confundir uma gripe com Covid-19 ou mesmo com a dengue.

Ao BHAZ, ele explica que tanto a Covid-19 e a gripe são doenças respiratórias e que sintomas como falta de ar ou coriza, por exemplo, não são tão comuns em pacientes com dengue.

“A Chikungunya e Zika pode ter sintomas mais parecidos com a dengue, que não é uma doença que vai se manifestar com muitos sintomas respiratórios”, pontua.

A indicação do especialista nessa fase inicial é que o paciente fique de repouso e beba bastante água para ver se os sintomas vão embora. Caso contrário, é preciso procurar atendimento médico.

“A indicação é sempre que possível procurar auxílio medico. Os prontos-socorros, unidades básicas de saúde e unidades de pronto atendimento estão bem cheios, todo mundo reclamando da demora pra ser atendido. Por isso, se forem sintomas mais leves que o paciente conseguir manejar em casa com repouso e hidratação, é preferível que ele fique em casa”, explica.

Ainda assim, o médico alerta para os riscos de tomar remédios por conta própria em casa. “A auto medicação em doenças como dengue podem piorar a situação. Por isso, casa tenha dúvida de qual remédio tomar, também é recomendado que procure o médico”, acrescentou.

Por fim, Curi reforça a importância da prevenção para se evitar casos mais graves das doenças mencionadas acima. “A vacina da Covid-19 diminui os sintomas, a vacina da gripe está disponível anualmente e a gente ainda vai ter vacina para a dengue, que ainda está sendo aplicada em proporção pequena. Definitivamente, o melhor remédio é a prevenção”, completa.

Edição: Lucas Negrisoli
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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