Tamisa não poderá se instalar na Serra do Curral até pelo menos 30 de agosto

Conjunto Paisagístico da Serra do Curral engloba BH e outros cinco municípios (Yuran Khan/Bhaz)

O governador Romeu Zema (Novo) fez um pedido de acautelamento preliminar de proteção à Serra do Curral e, com isso, a Tamisa (Taquaril Mineração S.A) não poderá iniciar nenhuma operação até 30 de agosto. A data é referente ao prazo em que ficará definido o tombamento ou não da área.

O político fez o anúncio via redes sociais. “A Serra do Curral será preservada. Assinei o decreto que a reconhece como área de relevante interesse cultural de Minas, agilizando o processo de tombamento. Temos dialogado com as cidades envolvidas, órgãos de controle e sociedade civil para acelerar as ações com toda legalidade”, iniciou o chefe do Executivo estadual.

“Faremos a proteção permanente e com regras claras para que a Serra do Curral atravesse gerações como o cartão postal de BH”, completou o governador mineiro.

O pedido de proteção da Serra do Curral foi requestado pelo governador ao Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais) e à AGE (Advocacia Geral do Estado).

Tamisa

Com isso, a Tamisa só poderá se instalar na área após 30 de agosto, que é o prazo final para o tombamento ou não da serra. Se por ventura a área escolhida pela mineradora esteja dentro do local tombado, a empresa pode nunca conseguir explorar um dos cartões postais mais importantes de Belo Horizonte e região metropolitana.

Segundo o decreto, o local fica reconhecido como “importância metropolitana e seu valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico”. A área abrange Belo Horizonte, Nova Lima e Sabará.

Mineração na Serra do Curral

O Copam (Conselho Estadual de Política Ambiental) havia aprovado a mineração na Serra do Curral em uma reunião na madrugada de 30 de abril. O CMST, elaborado pela mineradora Tamisa, possibilitaria a lavra a céu aberto de minério de ferro no local, além da instalação de uma unidade de tratamento de minerais, pilhas de rejeito e também bacias de contenção de sedimentos.

A área prevista para a instalação do projeto é adjacente à serra do Taquaril e está localizada na divisa dos municípios de Nova Lima, Sabará e Belo Horizonte. Trata-se da propriedade Fazenda Ana da Cruz, em uma área que corresponde a mais de 100 hectares.

Desde a aprovação do Copam, políticos, entidades e a própria PBH buscam impedir a exploração da serra que integra a paisagem da capital mineira. Para Roberto Andrés, arquiteto-urbanista e professor da UFMG, a mineração na Serra do Curral é como se, no Rio de Janeiro, “quisessem minerar o Pão de Açúcar e oferecessem, como contrapartida, plantar árvores em algum outro lugar do estado”.

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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