Uma anomalia foi identificada pela mineradora Vale em um dos dispositivos de drenagem da barragem Forquilha III, localizada em Ouro Preto, região Central de Minas Gerais. A estrutura é classificada como nível 3 de risco, o mais alto da Agência Nacional de Mineração, desde 2019.
A situação foi observada no dia 15 de março, quando a empresa constatou a saída de material pelo dreno interno DP2, localizado em um alteamento a montante da barragem. Um ofício sobre o caso foi encaminhado para a Fundação Estadual do Meio Ambiente, que realizou duas fiscalizações na região desde a notificação.
Desde 2019, a Barragem Forquilha III está em processo de descaracterização após a Lei Mar de Lama Nunca Mais. Atualmente, a barragem já foi descaracterizada em 16%.
Em relação à anomalia, foi constatada, em campo, a saída de um material com características ferruginosas, junto ao fluxo normal de água do dreno. Não foram observadas alterações em outro instrumento de monitoramento da barragem, tais como radar e piezômetros.
A Feam informou ainda que foi realizada uma filmagem interna do DP-2, onde foi constatado alguns furos na tubulação, que podem estar contribuindo para agravar a situação. “Estudos mais detalhados estão em curso para confirmar essa hipótese. Caso seja confirmada, a Feam cobrará para que a Vale tome as devidas providências para correção”, informou o Governo do Estado.
Áreas sujeitas à inundação
Diante da anomalia reportada pela Vale, a Defesa Civil Estadual também realizou fiscalização na região, avaliando a Zona de Autossalvamento (ZAS) por meio de um sobrevoo em toda a sua extensão, no último dia 25 de março. Após a avaliação, um relatório foi enviado à Vale cobrando o esclarecimento de alguns pontos e solicitando correção de inconsistências identificadas no Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM).
Também foi determinada que a empresa providencie a constante manutenção de bloqueio e interdição das vias de acesso dentro dos limites da área sujeita à inundação, com observação de que as medidas fossem mantidas até que todos os esclarecimentos sobre a anomalia sejam reportados.
A Vale informou à Defesa Civil que a ZAS está totalmente evacuada e que um plano detalhado de contingência foi elaborado, com o objetivo de minimizar e conter qualquer possível deslocamento de material, e que aguarda autorização do Ministério Público do Trabalho para sua implementação.