Zema anuncia reajuste de 10% a todos os servidores públicos de Minas Gerais

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Nos últimos dias, Zema anunciou que medidas em torno da recomposição salarial seriam tomadas (Reprodução/Gil Leonardi/Imprensa MG + Acervo pessoal/Marco Antônio Bahia)

O governador Romeu Zema (Novo) anunciou, nessa quinta-feira (24), o reajuste geral de 10,06% nos salários de todos os servidores públicos de Minas Gerais. O Projeto de Lei foi encaminhado ontem à ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais) e deve ser apreciado em urgência, prevendo o pagamento a partir da folha de maio, com quitação em junho. Funcionários ativos, inativos e pensionistas serão beneficiados.

A medida do governo é resultado das perdas inflacionárias no salário dos servidores públicos. Zema avalia que os cidadãos mineiros conhecem as dificuldades que o governo estadual vem enfrentando nos últimos anos, e pontua que Minas tem em curso uma dívida bilionária. “Além de crises e pandemias, desde 2019 estamos equilibrando as contas e arrumando a casa do Governo de Minas, que possui uma dívida de R$ 140 bilhões acumulado por governo passados”, ressaltou o governador.

Romeu Zema alega que, no meio de todos esses obstáculos, a alta da inflação reduziu o poder de compra no estado e acabou afetando os servidores, em especial aqueles que não recebem o reajuste salarial há anos. “Sabendo da importância do tema, faremos um grande esforço para amenizar esta situação”, garantiu.

Ajuda de custo

Dentre as medidas enviadas ao ALMG, o governador de Minas Gerais anunciou o reajuste dos valores de ajuda de custo e auxílio-alimentação. A partir de fevereiro, o pagamento passa de R$ 47 a R$ 50, e pode chegar até R$ 75 para a ajuda de custo específica, que está ligada ao cumprimento de metas e indicadores conforme o órgão e entidade. As regras constam de Resolução Conjunta Cofin/Seplag, que será publicada hoje (25).  

No caso da ajuda de custo específica, a resolução prevê o pagamento de duas parcelas. A primeira é fixa no valor de R$ 50 e a outra deve ser de mínimo R$ 25. Em relação aos órgãos e entidades que já possuem metas e indicadores pactuados, a ajuda de custo será reajustada em 10,06%, incidindo sobre a diferença entre o valor que o servidor já recebe e a parcela fixa de R$ 50.

O projeto também prevê que o auxílio-fardamento, pago aos militares em parcela única atualmente, seja ampliado para três. As parcelas serão quitadas nos meses de março, junho e outubro, cada uma no valor de 40% da remuneração de um soldado, o equivalente a cerca de R$ 2 mil.

Profissionais da Educação

Os profissionais da área da Educação devem receber o reajuste de 10,06% de modo retroativo a janeiro. De acordo com Zema, a conquista integra uma esteira de direitos recentes, como a incorporação dos abonos e o pagamento das férias-prêmio. Ao longo deste ano, será enviado um projeto que regulamentará bonificação adicional pelo desempenho das escolas e alunos.

“Reconheço muito o trabalho e o empenho de todos os servidores do estado, em especial durante a pandemia que estamos lutando para vencer. Estamos fazendo tudo que é possível para melhorar a vida do mineiro, e não podemos retroceder ao cenário de desequilíbrio e caos que vigorava há três anos”, disse o governador.

“O cobertor das contas públicas é curto. E, portanto, o compromisso que faço hoje, com os servidores públicos de Minas, são conquistas que, neste momento, estão no limite da possibilidade do Estado. Com transparência no presente e responsabilidade com o futuro de todos os mineiros, seguiremos avançando”, acrescenta Zema.

Segundo Luísa Barreto, secretária de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, o reajuste de 10,06% equivale à inflação registrada em 2021 e consiste no limite máximo permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. “Temos certeza de que é um movimento importante de reconhecimento e também para garantir que os servidores que tiveram seu poder de compra extremamente reduzido, em especial no último ano com a inflação, possam ter de alguma maneira o poder de compra recuperado”, afirma.

Zema diz que ajuste é ‘compromisso’

Nessa quarta-feira (23), Romeu Zema veio a público e anunciou que o governo de Minas já estudava condições para reavaliar o pagamento dos servidores públicos. De acordo com o líder estadual, ele tem o “compromisso de encontrar soluções” e declarou que elas seriam anunciadas em breve.

A publicação do governador mineiro vai de encontro às recentes manifestações de servidores públicos sobre a falha no cumprimento da recomposição salarial. Nessa segunda-feira (21), por exemplo, milhares de policiais se reuniram na avenida dos Andradas, em BH, para protestar contra o veto do governo nesse mérito. Eles declararam ameaça de paralisação geral da categoria caso Zema não voltasse atrás na medida.

Com Agência Minas

Edição: Vitor Fernandes
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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