‘Os sonâmbulos’ e ‘Luna’ destacam estímulo à realizações no cinema mineiro

Dois longas-metragens destacando realizações do cinema mineiro, em todo o planejamento – incluindo cenários, elencos, equipes técnicas e realizadores em sua quase totalidade de Minas Gerais – é o que têm em comum os filmes ‘Luna’, do cineasta mineiro Cristiano Azzi, e ‘Os sonâmbulos’, do curador e realizador de filmes Tiago Mata Machado, da Katasia Filmes. Ambos são vencedores do Minas de Todas as Artes — Programa Codemig de Incentivo à Indústria Criativa.

As obras que têm características próprias e bem distintas – ‘Luna’ com seus meandros poéticos e a linguagem peculiar única, e ‘Os sonâmbulos’ em sua essência marcadamente política, delineado por um olhar acerca dos tempos políticos atuais – contam também com o apoio institucional da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais (SEC), além da inédita parceria com a Agência Nacional do Cinema (Ancine), por meio do Fundo Setorial de Audiovisual (FSA).

Cada um dos dois projetos receberá aporte de R$ 262,5 mil e deverá efetivar, na equipe, artistas e técnicos domiciliados em Minas Gerais, em porcentagem mínima equivalente à proporção dos recursos previstos no edital em relação ao valor total estimado.

Pelo menos 30% das filmagens deverão ser realizadas no estado. Os filmes contemplados serão inéditos, com duração superior a 70 minutos, finalizados em película de 35 milímetros ou em suportes digitais, para exibição inicial no mercado de salas de exibição cinematográfica.

Enredos políticos e poéticos

Um golpe de Estado em um país da América Latina visto pelos olhos e a sensibilidade de um poeta, Ruiz. O protagonista do longa-metragem do filme ‘Os sonâmbulos’, dirigido pelo curador e realizador de cinema, Tiago Mata Machado, é um homem condenado a lutar pela própria vida em um ambiente hostil de guerra e de morte, buscando se adaptar às pressas à realidade em que se encontra, encontrando força em suas memórias, sonhos e nos delírios utópicos de uma sociedade em liberdade.

Em “Luna”, o cineasta mineiro Cris Azzi busca trazer o frescor do documentário para uma linguagem ficcional. O rito de passagem de uma garota que está no último ano colegial, com suas dúvidas e descobertas, é o enredo da obra de Azzi.

‘Os sonâmbulos’

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Filmagem de “Os Sonâmbulos”.

Roteirizado em 2011, e filmado em 2015, com recursos iniciais do Filme em Minas, da Secretaria de Estado de Cultura, ‘Os sonâmbulos’ é um projeto estético com pesquisa e coesão fílmica bem consolidadas, com um tema pertinente ao atual momento político que o país vive. É um filme “essencialmente político”, sintetiza Tiago.

Em etapa de finalização das imagens, com o objetivo de ser lançado em 2017, a obra dá continuidade à trilogia iniciada no longa-metragem anterior do cineasta, o premiado ‘Os Residentes’.

A narrativa que “se move na selva do outrora e na qual o passado está carregado do agora”, como explica o cineasta, é vivida por um grupo de pessoas aguardando um estado de guerra crônica, no qual há uma banalização do estado de exceção que se faz regra, “como se estivesse instalado permanentemente na sociedade”, complementa o cineasta, explicando que também se inspirou em ideias do filósofo italiano Giorgio Agamben para elaborar o roteiro.

“Hoje em dia, é preciso que os editais não sejam extemporâneos e que premiem a partir do mérito da proposta e do currículo dos envolvidos. Assim, a Codemig entrou nesse lugar, de possibilitar a continuidade do trabalho dos cineastas mineiros e suas obras”.

Cineasta Tiago Mata Machado

Os trabalhos de Tiago Mata Machado têm conquistado a mídia especializada por seu olhar marcante e original. Um cinema contundente e fortemente expressivo, de grande receptividade no mercado interno e externo de exibição.

Os planos para o futuro são, após a estreia, que o filme seja amplamente difundido e distribuído, primeiramente em festivais e posteriormente no circuito comercial do cinema, alcançando grande público. O longa-metragem já é vencedor do Filme em Minas (2013 – 2014), Programa de Estímulo ao Audiovisual.

‘Luna’

As filmagens de ‘Luna’, do cineasta Cris Azzi, estão programadas para o segundo semestre de 2016. Por enquanto, acontece a pesquisa de elenco em busca das atrizes para viverem as duas personagens principais. Nesta etapa, cerca de 400 atrizes já passaram pelo processo de seleção.

O diretor conta que em cada etapa há um processo longo, seja na seleção de elenco, seja na procura por locações. São escolhas pautadas pelo roteiro, mas que compreendem uma subjetividade enorme, assim, o planejamento aponta para o lançamento do filme em 2017.

“Meu objetivo, além de me manifestar esteticamente por meio da arte, é contribuir para preencher uma lacuna que existe entre a poesia e a linguagem para o público leigo no cinema brasileiro. Venho, ao longo da minha trajetória, buscando não perder a autoralidade e a poesia, mas conseguir fazer que as obras sejam, de certa forma, tangíveis às pessoas – acredito que este é um caminho pouco acessado pelo cinema hoje. Existem exceções, mas de forma geral temos comédias rasgadas ou filmes com linguagem experimental. Quero encontrar este caminho do meio”.

Com quatro longas-metragens já finalizados, Azzi fala dos caminhos futuros da obra e diz que o primeiro passo, após a finalização do filme, é inscrevê-lo em festivais, podendo inclusive esta rota alterar o percurso que o filme fará, posteriormente, chegando às salas de cinema, à TV por assinatura e a plataformas como o Netflix, que pode ser acessado em vários suportes, como notebooks, tablets, smartphones e outros.

Segundo Cris Azzi, este edital foi fundamental para a concretização de ‘Luna’. “Parece que o edital feito para este filme, pois a complementação de recursos vai permitir que a obra seja realizada mais próxima das necessidades descritas no roteiro e que tenha uma finalização de imagem e som adequada”, sintetiza. Azzi aponta, ainda, caminhos para ampliar o estímulo ao setor audiovisual de Minas Gerais.

“É preciso encadear os fomentos e as outras estratégias para fortalecer e estimular a produção audiovisual, mas também a formação de público, de mão de obra especializada, de cadeias de distribuição e exibição. A indústria criativa é uma das que apresentam menor impacto ambiental e uma das mais capazes de gerar renda, empregos e distribuição de riqueza, além obviamente de produzir conteúdos fundamentais na formação de um povo”, finaliza.

Cineasta Cris Azzi

azzi
Azzi: ponte entre poesia e linguagem

Com quatro longas-metragens já finalizados, Azzi fala dos caminhos futuros da obra e diz que o primeiro passo, após a finalização do filme, é inscrevê-lo em festivais, podendo inclusive esta rota alterar o percurso que o filme fará, posteriormente, chegando às salas de cinema, à TV por assinatura e a plataformas como o Netflix, que pode ser acessado em vários suportes, como notebooks, tablets, smartphones e outros.

Segundo Cris Azzi, este edital foi fundamental para a concretização de ‘Luna’. “Parece que o edital feito para este filme, pois a complementação de recursos vai permitir que a obra seja realizada mais próxima das necessidades descritas no roteiro e que tenha uma finalização de imagem e som adequada”, sintetiza. Azzi aponta, ainda, caminhos para ampliar o estímulo ao setor audiovisual de Minas Gerais.

“É preciso encadear os fomentos e as outras estratégias para fortalecer e estimular a produção audiovisual, mas também a formação de público, de mão de obra especializada, de cadeias de distribuição e exibição. A indústria criativa é uma das que apresentam menor impacto ambiental e uma das mais capazes de gerar renda, empregos e distribuição de riqueza, além obviamente de produzir conteúdos fundamentais na formação de um povo”, finaliza.

Da Agência Minas

 

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