Antônio Alves Dourado, policial civil que matou quatro colegas a tiros, gravou um vídeo logo após os assassinatos, na madrugada desse domingo (14). Nas imagens, ele lamenta a dor das famílias, mas diz que foi humilhado pelas vítimas.
“Me perseguiram, inventaram, criaram, e aqui estou, em frente da minha casa, destruído. Destruí minha esposa, destruí meus filhos, esposa e vários filhos de colegas, alguns que mesmo, ruins e péssimos que eram, mas a família, esposas e filhos não mereciam”, começou o policial.
Ele ainda cita as pessoas que matou. “Maldito Adriano, te vejo no inferno; maldito Charles, maldito Neto, vocês são isso. Eu acredito que o diabo foi conivente com a vida de vocês, para vocês repensarem em tudo que vocês são, tudo que vocês fizeram. Maldito seja vocês”.
No decorrer do vídeo, ele explica que trabalhou de quarta a domingo para defender uma colega que ficava sozinha no plantão.
“O delegado Airton me colocou de sábado e domingo no expediente. Fiquei de quarta, quinta, sexta, sábado e domingo de expediente, humilhado, esquecido e traumatizado”, continua ele visivelmente perturbado. Assista:
O caso
O policial civil matou quatro colegas na Delegacia Regional de Polícia Civil de Camocim, no Norte do Ceará, na madrugada desse domingo (14). Antônio Alves Dourado fugiu, mas depois se entregou.
A Polícia Civil identificou as vítimas como os escrivães Antônio Claudio dos Santos, Antônio José Rodrigues Miranda e Francisco dos Santos Pereira, e o inspetor Gabriel de Souza Ferreira.
O criminoso estava de folga e, depois de atirar nos colegas, fugiu num carro da corporação. Porém, abandonou o veículo e se entregou no quartel da Polícia Militar do município. Três das vítimas foram mortas dentro da delegacia e um do lado de fora. O suspeito está preso.