Aos 96 anos, morre ex-governador de Minas Gerais Rondon Pacheco

Helena Leão/ALMG

O ex-governador de Minas Gerais Rondon Pacheco morreu, aos 96 anos, na madrugada desta segunda-feira (4), em Uberlândia, na região do Triângulo, onde nasceu. O político mineiro esteve internado, na última semana, em razão de pneumonia grave. Ele morreu em casa, segundo informações de familiares.

O corpo de Rondon Pacheco está sendo velado no Palácio dos Leões, no Museu Municipal de Uberlândia, e o sepultamento será às 17h, no Cemitério São Pedro.

Em nota, o governador Fernando Pimentel (PT) também manifestou pesar diante da morte de Rondon Pacheco.

“O ex-governador Rondon Pacheco é parte importante da história do Brasil e de Minas Gerais, com destacado papel na promoção do desenvolvimento econômico. Como governador do Estado, deixo, a seus amigos e familiares, uma palavra de conforto neste momento de dor”.

Em uma conta nas redes sociais, o senador Antonio Anastasia (PSDB) lamentou a morte do político mineiro.

“Rondon Pacheco, um dos responsáveis pelo desenvolvimento de nosso Estado durante a década de 1970. Sempre se mostrou talentoso em defender as causas que acreditava e os interesses de Minas Gerais, bem como do Triângulo Mineiro, sua região querida. Ademais, era uma pessoa amabilíssima, muito carinhoso e extremamente gentil. Levo, assim, meu abraço de pesar a seus familiares e amigos e a todo o povo de Uberlândia e de Minas Gerais”.

Trajetória política

Nascido em 31 de julho de 1919, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, Rondon Pacheco iniciou sua trajetória política ao ser eleito, aos 28 anos, para integrar a Constituinte Estadual de 1947. Foi autor da emenda que permitiu a aprovação do projeto que criou a assistência social destinada ao fomento agrícola, além de, ainda nesse período, defender teses contra a intervenção estatal e favorável ao cooperativismo.

Ainda naquele ano, se elegeu deputado estadual em 1947, se tornando 1° secretário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Ao fim do primeiro mandato como deputado estadual, se elegeu deputado federal.

Como deputado federal procurou desenvolver a região do Triângulo Mineiro e em especial sua cidade natal, Uberlândia. Conseguiu autorização para a criação da Escola de Engenharia de Uberlândia e acompanhou o processo de regulamentação das Faculdades de Direito e de Filosofia. No início da década de 70, Rondon foi indicado pelo próprio presidente da República e foi eleito governador de Minas pela Assembleia Legislativa em 1971. Em sua gestão, deu forte ênfase ao empreendedorismo e a criação de institutos que fomentassem o crescimento econômico em Minas Gerais.

Dentre as principais ações como chefe do Executivo mineiro, Rondon Pacheco viabilizou a instalação da Fiat Automóveis, em Betim; e a Instalação da Krupp Indústria Mecânica Ltda., tendo participação incisiva no desenvolvimento econômico de Minas Gerais na década de 1970.

AI-5  

Após o golpe militar de 1964, Rondon Pacheco foi nomeado chefe do Gabinete Civil do então presidente Arthur Costa e Silva. Em 1968, teve participação na aprovação do Ato Institucional n°5 — o AI 5 —, mecanismo responsável por fechar o Congresso Nacional, pela suspensão dos direitos políticos de diversos cidadãos, cassação de mandatos eletivos, além de intensificar os poderes do regime ditatorial.

 

Guilherme Scarpellini

Guilherme Scarpellini é redator de política e cidades no Portal BHAZ.

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