Aras recua e pede que STF rejeite denúncia contra Aécio Neves por corrupção e lavagem de dinheiro

Aécio Neves
Em maio de 2020, deputado foi denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro (Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

O procurador-geral da República, Augusto Aras, recuou e pediu que o STF (Supremo Tribunal Federal) rejeite a denúncia contra o deputado federal Aécio Neves (PSDB) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia foi oferecida pela própria PGR (Procuradoria-Geral da República), em 2020.

À época, a delação de Marcelo Odebrecht e as investigações da PF embasaram a decisão da PGR em denunciar o deputado mineiro.

Em manifestação encaminhada nessa segunda-feira (8) ao STF, Aras defendeu que o pacote anticrime agora impossibilita que sejam recebidas denúncias, ou queixas-crime, com base exclusivamente “nas declarações do colaborador”, ou seja, as delações e os depoimentos obtidos na investigação do caso da Odebrecht.

“Com a mudança legislativa, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal pacificou-se, de forma unânime, no sentido de que a mera palavra do colaborador e os elementos de informação apresentados por eles não seriam suficientes para o recebimento da denúncia”, escreveu o procurador-geral no documento.

“Por fim, as demais impugnações formuladas pelas defesas restam prejudicadas, ante a ausência de justa causa reconhecida com base na superveniência da nova legislação e do novo entendimento do Supremo Tribunal Federal acerca da insuficiência das declarações e dos elementos unilateralmente apresentados pelos colaboradores para lastrear a denúncia”, concluiu Aras.

Dessa forma, o procurador-geral pediu a rejeição da denúncia contra Aécio Neves e também dos outros denunciados: Dimas Fabiano Toledo, Alexandre Accioly. Rocha, Marcelo Bahia Odebrecht e Ênio Augusto Pereira Silva.

A denúncia

Em maio de 2020, Aécio Neves foi denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela PGR. A defesa do ex-governador de Minas Gerais, à época, sustentou que o parlamentar nunca cometeu qualquer crime.

Conforme a denúncia, Aécio estaria envolvido em um esquema de propinas de R$ 65 milhões das construtoras Andrade Gutierrez e Odebrecht.

Os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro teriam ocorrido nos anos em que Aécio ocupou os cargos de governador e senador de Minas Gerais, entre 2008 e 2011.

Os supostos valores recebidos pelo político mineiro seriam para beneficiar as construtoras em obras de infraestrutura, como o projeto do rio Madeira e as usinas hidrelétricas de Santos Antônio e Jirau.

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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