Carcereiro de Lula na PF declara voto no petista e diz ter ‘nojo’ de Bolsonaro

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Jorge Chastalo Filho declarou voto em Lula no segundo turno das eleições presidenciais (Reprodução/@jorge_chastalofilho + @ricardostuckert/Instagram)

Jorge Chastalo Filho, ex-chefe do Núcleo de Operações da Polícia Federal em Curitiba (PR), declarou voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste segundo turno.

O agente federal foi o responsável pela carceragem da superintendência durante os 580 dias em que o ex-presidente ficou preso por conta de processos da Lava Jato.

Em entrevista à coluna de Thiago Hardy, da UOL, ele não poupou críticas ao atual governo. Ele disse ter “nojo” do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Diante da tragédia que estamos vivendo, eu declaro voto com todo vigor do meu peito”, disse o agente, que hoje trabalha como adido da Polícia Federal em Lima, no Peru.

‘Rodrigo Hilbert da PF’

Chastalo ganhou fama em 2017, por aparecer em quase todas as fotos de presos pela operação Lava Jato quando chegavam ou saíam da PF em Curitiba. Ainda ficou conhecido como “Rodrigo Hilbert da PF”, por causa da semelhança com o ator.

Como chefe da carceragem, o agente era responsável por montar o rodízio de agentes que cuidavam da segurança do ex-presidente. Era ele também que decidia o que era permitido ou não na cela onde Lula cumpria parte de sua pena.

Para agente, Lula é um ‘sujeito humilde’

Com isso, ele se tornou próximo do ex-presidente, quem agora admira pela força política. “A sensibilidade de sua preocupação com a pobreza, com a desigualdade social, com o bem-estar das pessoas, tudo isso se mostrou algo muito verdadeiro nele e foi algo que me marcou”.

“Nunca o vi deprimido, na carceragem era um sujeito humilde e que sempre demonstrou gratidão e compaixão por quem estava ali com ele”, afirma.

Ele diz não gostar de ser rotulado como “esquerda” ou “direita”, e que o Brasil precisa de um governo competente. Chastalo afirma não ter se manifestado até agora por conta de sua condição de funcionário público e por estar envolvido em questões delicadas, como a prisão de Lula.

‘Nojo’ de Bolsonaro

Contudo, o agente da PF diz que agora é o momento de se arriscar, pela indignação com o atual governo, o qual considera “abominável”.

“Diante deste absurdo que a gente tá vivendo, de ataque à democracia, essa falta de civilidade, de desamor gigante, do ódio estimulado entre as pessoas, tenho absoluto desprezo pelo governo que está aí. Como disse um dia Ulisses Guimarães, ‘tenho nojo’. Então me sinto moralmente obrigado a me manifestar”.

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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