Daniel Silveira coloca tornozeleira eletrônica após determinação do ministro Alexandre de Moraes

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Daniel Silveira chegou a passar a madrugada de ontem na Câmara para não usar o equipamento (Plínio Xavier/Câmara dos Deputados)

A queda de braço entre o deputado federal Daniel Silveira (União Brasil-RJ) e o STF (Supremo Tribunal Federal) ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira (31). É que o ministrio Alexandre de Moraes determinou que o deputado colocasse a tornozeleira eletrônica até às 15h de hoje, na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.

Pouco antes do fim do prazo, Silveira compareceu ao local e foi embora menos de uma hora depois, já com o dispositivo de monitoramento. Ontem (30), o ministro do STF fixou uma multa diária de R$ 15 mil no caso de descumprimento da decisão e mandou bloquear todas as contas bancárias do parlamentar para garantir o pagamento. 

Noite na Câmara dos Deputados

Daniel Silveira concordou com a instalação da tornozeleira eletrônica depois de muita resistência. Ele chegou a passar a madrugada de ontem (30) na Câmara dos Deputados para não usar o equipamento.

A defesa do deputado alega que ele não pode ser alvo de medidas que possam restringir o mandato. De acordo com os advogados, nos casos de medidas judiciais que tenham impacto no mandato parlamentar, a decisão precisa ser votada pela Câmara dos Deputados no prazo de 24 horas, como ocorre nos casos de prisão. 

Durante a sessão da última terça (29), o deputado federal falou sobre o assunto. “Aqui eu falo em tribuna: não será acatada a ordem do Alexandre de Moraes enquanto não for deliberada pela Casa. Quem decide isso são os deputados”, declarou.

Entenda o caso

A revolta do deputado federal veio após Alexandre Moraes determinar, no último sábado (26), que Silveira voltasse a usar tornozeleira e não deixasse o Rio de Janeiro, exceto para idas a Brasília pelo cargo. O deputado havia sido preso em fevereiro de 2021 após divulgar um vídeo com críticas aos ministros do STF e ao inquérito que investiga fake news. À época, a Câmara decidiu manter a prisão (relembre aqui).

A nova decisão a favor do monitoramento foi motivada por um pedido da Procuradoria-Geral da República. Em manifestação enviada ao STF, a subprocuradora Lindôra Araújo argumentou que Silveira continua a apresentar “comportamento delitivo” ao proferir, em público, “inúmeras ofensas” contra ministros do Supremo e ao próprio tribunal.

Com Agência Brasil

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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