Lula pede cautela a apoiadores e defende criação de alianças: ‘Não existe essa de já ganhou’

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Pré-candidato à presidência da República, o petista também falou sobre crise sanitária no país (Reprodução/@LulaOficial/Twitter)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato à presidência nas eleições deste ano, falou sobre sua candidatura publicamente. No Encontro Mulheres com Lula, na última quinta-feira (10), ele condenou a política do “já ganhou” e argumentou que o momento exige cautela. Nas redes sociais, reforçou o mesmo posicionamento.

A princípio, o discurso de Lula apontou os gargalos que a política brasileira enfrenta no atual governo. Para ele, é necessário compreender que o país vive uma crise sanitária profunda – crise essa em que a sociedade “normalizou” a quantidade de mortes ocasionada pelo novo coronavírus. Ao longo da fala, criticou o pensamento conservador sobre o papel de minorias sociais, como os pobres e as mulheres.

Ao afirmar que o Brasil precisa ser reconstruído, Lula falou também sobre as alianças políticas que vem construindo. “A luta não será fácil. Não existe essa de ‘já ganhou’. Eleição a gente só sabe o resultado depois da apuração”. Lula citou algumas críticas sobre ele estar dialogando com políticos que votaram no impeachment. Ele defendeu que, se deixar de conversar com essas pessoas, vai “deixar de conversar com 400 deputados”.

Lula defende cautela e alianças

“Nós temos essa crise sanitária, nós temos uma crise social sem precedentes na história do país. Nós tivemos um desmonte de tudo aquilo que foi conquista do movimento sindical desde 1943. Nós tivemos a criação de uma situação de trabalho que colocou homens e mulheres quase em situação de semiescravidão aqui no país”, avaliou o petista no evento que reuniu mulheres.

Por meio das redes sociais, o ex-presidente voltou a defender que o caminho sábio é manter uma posição menos certeira sobre os resultados das urnas. De acordo com Lula, é preciso saber construir alianças para alcançar o pleito de forma vantajosa, embora seu nome já esteja liderando as pesquisas de intenção de voto contra Jair Bolsonaro (PL).

“Não existe essa de já ganhou. Precisamos de muita habilidade para construir alianças. Se eu não for conversar com quem votou a favor do impeachment, eu vou deixar de conversar com 400 deputados. Se ganharmos, precisamos ter também a maioria no Congresso Nacional”, reforçou o petista em seu perfil no Twitter.

Confira evento completo:

Ex-presidente quer aliança com Kalil

Alguns dias atrás, o ex-presidente Lula declarou que quer conversar com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), para uma possível aliança. Ele fez a afirmação durante entrevista à Itatiaia, na qual o político diz que a conversa deve acontecer após o prefeito deixar o atual cargo para disputar o governo de Minas Gerais.

“Eu pretendo conversar com o Kalil, mas com todo respeito constitucional. Estou esperando ver se ele será candidato, e ele tem que se afastar da prefeitura. Quando ele se afastar da prefeitura, aí sim eu pretendo conversar com o Kalil, e estabelecer a possibilidade de construir uma aliança política”, disse Lula logo no início da entrevista.

Ainda durante a entrevista, o ex-presidente elogiou Kalil e disse que a possível aliança seria boa para ambas as partes. “Seria presunção de minha parte dizer que o Kalil só ganha com apoio do PT. Uma política de alianças é uma via de duas mãos. Se nos juntarmos ao Kalil, vamos ajudar o Kalil, mas certamente o Kalil vai nos ajudar. Senão, não precisávamos estar juntos”.

Em ocasião anterior, em entrevista à revista piauí, Kalil comentou sobre o ex-presidente. “Quando ele foi eleito, eu esperava radicalismo. E não veio. Lula fez um governo de centro. Até por isso, acreditei que o Bolsonaro também não seria radical. Hoje acho que o Lula está sofrido, está cansado. Ele é um homem encantador, muito carismático. Eu o conheci num jantar em casa de amigos comuns”, disse o prefeito de BH sobre Lula.

Edição: Vitor Fernandes
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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