‘Me sinto um presidiário sem tornozeleira’, desabafa Bolsonaro sobre presidência da República

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O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o silêncio e a solidão de ocupar o cargo são ‘ensurdecedores’ (Valter Campanato/Agência Brasil)

Jair Bolsonaro (PL) voltou a comentar, nessa terça-feira (19), sobre as dificuldades de ser o presidente da República do Brasil. Durante evento de lançamento da Marcha para Jesus, em Cuiabá (MT), o chefe do Executivo declarou que a missão não é fácil e que o silêncio e a solidão de ocupar a cadeira são “ensurdecedores”.

“Mais uma vez agradeço a Deus pela minha vida e pela missão de estar à frente do Executivo federal. E, se esta for a vontade dele, nós continuaremos nesse objetivo. Porque não é fácil. Por melhor que seja a residência onde eu esteja, o Palácio da Alvorada, com tudo o que se possa imaginar, o silêncio, a solidão, são ensurdecedores”, disparou o mandatário.

Bolsonaro prosseguiu, apontando as dificuldades de ocupar o cargo de chefia no governo federal. “Muitas vezes, me sinto ali um presidiário sem tornozeleira eletrônica, mas sei que estou colaborando com o meu país, tendo boas pessoas ao meu lado. Não apenas políticos compõem o meu governo, bem como pastores, padres, cristãos, empresários, servidores, gente do povo, para nós vencermos qualquer obstáculo”.

Em setembro do ano passado, Jair Bolsonaro já havia reclamado sobre a vida presidencial (relembre aqui). Durante a 44ª edição da feira agropecuária Expointer, no Rio Grande do Sul, brincou sobre os fardos de ocupar a cadeira e questionou se alguém trocaria de vida com ele. “A vida de presidente não é fácil, se alguém quiser trocar comigo, troco agora”, disse.

‘Vale-tudo’ político

Na mesma ocasião, Bolsonaro mencionou os problemas ocasionados pela pandemia do novo coronavírus e comparou sua gestão às anteriores. Para ele, o governo federal “fez o possível” em 2020 para superar um mal [a Covid-19] que “ninguém sabia enfrentar”.

“Vencemos 2021 e chegamos em 2022. Junto com 22, outros problemas: a sede do poder por parte do homem. Uma política onde o vale-tudo volta a se fazer presente. Mas, em especial, todos aqueles que têm mais de 30 anos de idade sabem o que era o Brasil de poucas décadas [atrás] e o que é o Brasil de poucos anos [atrás]”, disse o mandatário.

Apesar de mencionar os fardos da presidência, Bolsonaro afirmou que o governo tem um compromisso “para com o futuro de nossa geração”. Ele citou o caso da Venezuela e demais países sul-americanos, questionando como eles chegaram “a esse ponto”.

“Nós sofremos ou nos alegramos das escolhas que cada um faz, mas essas escolhas podem nos marcar. Não por pouco tempo, pode nos marcar por décadas. E todo mundo deve pensar nessa grande escolha que faz periodicamente”, defendeu, em alusão às eleições que podem reelegê-lo. Bolsonaro acrescentou que não é fácil defender o povo com verdade, já que muitas vezes o próprio povo se recusa a escutá-la.

Edição: Vitor Fernandes
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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