‘Ocorre todo final de semana’, diz Mourão ao defender que assassinato de petista não é preocupante

Mourão
Mourão pediu que o caso não seja explorado politicamente (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), minimizou o assassinato do petista Marcelo Arruda, morto a tiros pelo bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho na própria festa de aniversário. Ao lamentar o ocorrido, nesta segunda-feira (11), o general disse que isso “ocorre todo final de semana”.

Mourão defendeu que o caso não seja explorado politicamente, e disse não ver o assassinato como um alarme. “Não é preocupante, não queira fazer a exploração política disso. Vamos fechar esse caixão”, disse o pré-candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul.

“Para mim, é um evento desses lamentáveis que ocorrem todo final de semana nas nossas cidades, de gente que briga e termina indo para o caminho de um matar o outro”, completou em conversa com jornalistas no Palácio do Planalto.

Na noite desse domingo (10), o presidente Jair Bolsonaro (PL) também comentou o assassinato. O chefe do Executivo republicou uma mensagem de 2018 e disse que dispensa o apoio de quem pratica violência contra opositores.

Bolsonaro disse também que espera seriedade na apuração do crime e que as autoridades “tomem todas as providências cabíveis”, mas não se solidarizou com a família da vítima e nem lamentou o caso.

Assassinato

O petista Marcelo Arruda foi assassinado pelo policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho na madrugada desse domingo, em Foz do Iguaçu, no Paraná. Ele comemorava seu aniversário de 50 anos, em uma festa que tinha como tema sua admiração por Lula, quando foi ameaçado pelo bolsonarista.

Segundo testemunhas, Jorge José da Rocha Guaranho foi até a entrada da festa, na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, e gritou: “Aqui é Bolsonaro”. De dentro de seu carro, ele ainda teria mostrado armas para os convidados. Contido por familiares, o rapaz teria se retirado do local.

Marcelo era guarda municipal. Amigos dele contaram à Polícia Militar (PM) que ele buscou uma arma no carro por temer que o bolsonarista voltasse ao local. Minutos depois, Jorge realmente apareceu em frente à festa e o petista se identificou como autoridade de segurança, sendo logo em seguida atingido por disparos.

Antes de cair no chão, Marcelo atirou contra Jorge, ainda segundo as testemunhas. O guarda municipal morreu enquanto ainda era socorrido. O policial penal foi ser levado a um hospital e está internado em estado grave.

Edição: Roberth Costa
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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