Pimentel culpa crise herdada por falta de ‘maiores avanços’, mas exalta gestão: ‘Minas está de pé’

Veronica Manevy/Imprensa MG

Logo após passar o cargo ao governador empossado Romeu Zema (Novo), na manhã desta terça-feira (1), Fernando Pimentel (PT) escreveu um texto em tom de despedida no seu perfil oficial. O petista, à frente de Minas Gerais entre 2015 e hoje, exaltou a gestão e culpou a “crise fiscal herdada” pela falta de “maiores avanços”.

“Tivemos resultados importantes na segurança, no apoio à agricultura familiar e aos produtores rurais em geral, no meio ambiente, na modernização tributária, na atração de investimentos, na assistência social e na educação”, escreveu em trecho do texto. “Infelizmente, a crise fiscal que herdamos impediu maiores avanços”.

Pimentel também ressaltou que governou Minas “no período mais difícil da República”. “Enfrentamos a maior crise econômica, política e institucional da nossa história. E em nenhum momento nos afastamos do nosso compromisso com a inclusão social, com a busca do desenvolvimento sustentável, com a justiça e com a solidariedade”, afirmou.

O petista ainda cutucou o governador empossado, Romeu Zema. “Chega-se ao governo quase sempre com a arrogância das verdades absolutas e a certeza das definições pré-concebidas”, escreveu na abertura do texto. “Certamente esse não foi o meu caso, porque quase 30 anos de vida pública me protegeram dessa ilusão”.

Entre agradecimentos aos mineiros e à própria equipe, Pimentel exaltou que conseguiu, apesar das dificuldades, “manter as atividades essenciais funcionando plenamente”. “A polícia está nas ruas, hospitais e escolas funcionam, as estradas estão conservadas, enfim, Minas está de pé”, diz.

Gestão conturbada

Pimentel terminou 2014 em alta após desbancar 12 anos de governo tucano, além de viabilizar a vitória da então candidata à reeleição Dilma Rousseff no Estado mineiro, fundamental para que derrotasse o adversário na disputa pela Presidência da República, Aécio Neves (PSDB).

Logo quando assumiu o Governo de Minas, o petista enfrentou uma crise hídrica no Estado e focou na criação de conselhos regionais, um dos motes da campanha vitoriosa em 2014. Em maio de 2015, assinou um acordo para possibilitar o pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional para os professores – o principal Calcanhar de Aquiles das gestões tucanas.

Após um início promissor, Pimentel mergulhou em uma crise ao ser acusado por corrupção (em decorrência da Operação Acrônimo, da Polícia Federal) e iniciar o parcelamento do salário dos servidores. Durante a gestão, foi ventilada a possibilidade do petista sofrer impeachment – o que gerou longa disputa jurídica – e até mesmo ser conduzido por policiais federais.

Neste ano, após ruptura com o próprio vice, Adalclever Lopes (MDB), Pimentel concorreu à reeleição sempre na luta para levar a disputa ao segundo turno, já que o concorrente Antonio Anastasia (PSDB) liderou a intenção de votos com folga, de ponta a ponta. Na reta final, o petista ficou fora até mesmo do segundo turno, ultrapassado por Romeu Zema (Novo), que seria eleito novo governador posteriormente.

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