O candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) discutiu com jornalistas e chamou o presidente Jair Bolsonaro (PL) de criminoso, afirmando que ele será preso. As declarações ocorreram nessa segunda-feira (15), em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
O pedetista tecia críticas aos dois candidatos melhor posicionados nas pesquisas – Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – quando os ânimos afloraram. O jornalista Flávio Costa fez uma pergunta a ele e, quando o candidato se prolongou, Vera Magalhães decidiu “cortá-lo”.
Ciro Gomes aparece em terceiro lugar como favorito para ocupar a cadeira presidencial, com 8% das intenções de voto, segundo levantamento do FSB de ontem (leia mais aqui).
‘Pra que essa hostilidade?’
Depois de a jornalista sugerir que Ciro estava transformando a entrevista em um discurso, ele se irritou e questionou: “Pra que essa hostilidade?”. Em resposta, Vera rebateu: “Não é hostilidade, o senhor que foi hostil comigo. Eu tentei lhe interromper umas duas vezes”.
O candidato ao Executivo rebateu a interrupção, dizendo que havia formulado uma resposta objetiva a Flávio Costa. Ainda, reclamou que Vera o interrompia sempre que ele fazia uma “resposta completa” e pediu que ela parasse.
“Você tá fazendo isso cada vez que eu faço uma resposta complexa, então por favor não me interrompa. Faça um sinal que eu paro”. Vera reforçou que precisava interrompê-lo devido à curta duração da sabatina e retomou as entrevistas.
Acredita na prisão de Bolsonaro
Em meio a críticas ao atual governo federal, o candidato à presidência também afirmou que o presidente da República será preso. Ele chamou Jair Bolsonaro de “criminoso”.
“O Brasil tem 3% da população do mundo. Aqui morreram 11% da população do mundo. Qual a explicação? Nós não somos um país do fundão da África, que não tem acesso a vacina. A explicação se chama Jair Messias Bolsonaro, negacionismo, superfaturamento, roubalheira”, disse Ciro, afirmando que Bolsonaro terá que pagar por matar o povo.
Questionado sobre o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e as medidas anti-corrupção que planeja caso vença as eleições, Ciro disparou que Bolsonaro vinculou o órgão ao Banco Central foi uma forma de “acobertar os filhos bandidos dele”.
Paraíso fiscal dos super-ricos
Apresentando propostas de como pretende alterar o modelo econômico do país caso seja eleito, Ciro ainda falou sobre uma progressividade do imposto de renda. Ele afirma que deseja combater a “pejotização”, que permite aos super-ricos pagarem menos impostos, por exemplo.
“Eu tô propondo que nós façamos uma progressividade maior do imposto de renda. Eu estudei tudo isso, fui ministro da Fazenda. Eu cobrei uma alíquota de 35% nos super-salários. Combater a pejotização como forma de evasão fiscal, absolutamente criminosa no mundo inteiro e que no Brasil é legal”, começou.
“Um futebolista ganha R$ 1,5 milhão, um artista R$ 1,5 milhão na Pessoa Jurídica e paga 15%. A classe média trabalhadora paga 27,5%. Eu sei fazer tudo isso, uma tributação sobre lucros e dividendos eu já cobrei. Só o Brasil, a Estônia e a Colômbia não pagam. Perceba, o Brasil virou um paraíso fiscal dos super-ricos”, disparou.
Veja a entrevista completa: