Um rap que faz parte da campanha de Humberto Souto (PPS), ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) candidato a prefeito de Montes Claros, no Norte de Minas, deu o que falar na cidade durante a última semana. O jingle reúne diversas referências a prisão, o que irritou bastante um de seus adversários na disputa. Ruy Muniz (PSB) passou pouco mais de um mês detido após ser alvo de uma operação da Polícia Federal em abril. O político entrou com uma representação na Justiça Eleitoral pedindo que o videoclipe do rival fosse retirado do ar.
“Já faz um tempo que a nossa cidade anda precisando se libertar, de uma política onde a verdade fica escondida para beneficiar. Gente mesquinha que anda presa, na onda de neguinho de enriquecer. Enquanto enriquece, Montes Claros padece presa no passado e não consegue crescer”, diz trecho do rap.
À Justiça Eleitoral, a defesa de Ruy Muniz alegou que o jingle induz as pessoas a entenderem que o candidato está preso ou é culpado por crimes já julgados em todas as instâncias. Porém o pedido de suspensão da campanha foi negado.
“É público e notório, não só no Município de Montes Claros, mas, também, em nível nacional, visto que o fato foi divulgado até mesmo no exterior, que o atual Prefeito, e candidato a reeleição, Ruy Muniz, foi preso preventivamente, e assim permaneceu por meses, até que lhe foi concedida uma prisão domiciliar, por questões de saúde. (…) Também é público e notório, que na semana passada, o representante Ruy Muniz teve outra prisão preventiva decretada, e somente não houve cumprimento do mandado de prisão, porque o desfavorecido, assim que soube da notícia, cuidou de se esconder, evitando a efetivação da medida. Com isso, logrou atingir o prazo concedido pela lei, dentro do qual, nenhum candidato pode ser preso, a não ser em situação de flagrante delito”, diz trecho da decisão.
O juiz Geraldo Anderson de Quadros Fernandes ainda pontuou que a mensagem contida no rap não ilude o eleitor, já que Muniz continua fazendo campanha na cidade.
