O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), usou as redes sociais nesta segunda-feira (18) para rebater críticas de seu antecessor, Fernando Pimentel (PT), em relação à atual gestão do estado. Após uma série de provocações do petista, Zema disparou que o ex-governador mineiro deixou dívidas e salários atrasados, além de “sujar” o nome dos servidores públicos.
“O antigo governador Pimentel tem dado entrevistas cobrando que minha gestão dê ao funcionalismo público aumentos superiores aos 10% que podemos pagar. Lembro que além das dívidas e salários atrasados, até nome sujo no SPC, foi o que a turma dele deixou aos servidores de Minas”, publicou Zema em seu perfil no Twitter, na manhã de hoje.
A alfinetada surge em uma esteira de comentários negativos sobre o governo de Zema. No último dia 9, Pimentel compartilhou uma entrevista que cedeu à Rádio Super FM, na qual menciona o sucessor e critica o suposto mal uso dos recursos públicos. Ele destacou a insatisfação que impera após o veto do governador para o reajuste adicional aos servidores da Saúde, Educação e Segurança.
O antigo governador Pimentel, tem dado entrevistas cobrando que minha gestão dê ao funcionalismo público aumentos superiores aos 10% que podemos pagar. Lembro que além das dívidas e salários atrasados, até nome sujo no SPC, foi o que a turma dele deixou aos servidores de Minas.
— Romeu Zema (@RomeuZema) April 18, 2022
‘Governa para os ricos’, diz Pimentel
Para Pimental, o atual mandatário não tem capacidade de se comunicar, visto que “sequer dialoga com a Assembleia Legislativa”, o que não ocorria enquanto ele próprio governava o estado mineiro. O petista ainda avaliou que Zema não se aperfeiçoa para apresentar números favoráveis, avaliando que os resultados da gestão dele são “péssimos”.
Após a publicação de Zema, Pimentel revidou as acusações na manhã de hoje. “Ele [governador Zema] quer agora censurar as críticas”, disparou. “Continua obcecado com o passado, mas não consegue explicar porquê o gigantesco saldo das contas do Estado […]”, começou o parlamentar.
“[O dinheiro] Não pode ser usado pra pagar o piso da Educação e o acordo com a Segurança, enquanto amplia as isenções fiscais para os amigos… Como bem disse o presidente da ALMG, Zema ‘governa para os ricos. Os ricos não pagam impostos e a população paga o pato'”, finalizou.
Os deputados da ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais) formaram maioria e derrubaram o veto do governador Romeu Zema (Novo) ao projeto de lei que prevê a aplicação de valores adicionais ao reajuste aos servidores estaduais. Foram 54 votos a favor e três contra durante reunião no Plenário na última terça-feira (12).
Confira declaração de Pimentel sobre o atual governador de Minas, Romeu Zema:
1- Parece que a proximidade das eleições está deixando o atual governador descontrolado. Aliado incondicional de Bolsonaro, ele agora quer censurar as críticas. Continua obcecado com o passado, mas não consegue explicar porquê o gigantesco saldo das contas do Estado… pic.twitter.com/6nOmsxtF4M
— Fernando Pimentel (@pimentelminas) April 18, 2022
Zema deve recorrer na Justiça
Depois que a ALMG derrubou a tentativa de veto, o governador informou que iria recorrer na Justiça. Em nota, o Governo de Minas afirmou que “em respeito a todos servidores e cidadãos, irá à Justiça contra os artigos 10 e 11 do texto”. O primeiro trecho, segundo define o Executivo estadual, “viola o processo legislativo previsto na Constituição do Estado, ao acarretar aumento substancial das despesas públicas relativas ao pagamento dos servidores, sem que haja previsão da fonte de custeio”.
Após Zema comparar a decisão pelo reajuste com um pai que “deixa o filho se drogar”, Agostinho Patrus, presidente da ALMG, rebateu a afirmação e disse que “salário não é droga”. Segundo representantes da casa legislativa, não há inconstitucionalidade no Projeto de Lei, como é defendido pelo parlamentar.
Para o relator Sávio Souza Cruz (MDB), a aplicação do piso salarial profissional nacional ainda representa “medida indispensável para suprir a omissão da proposição original, que não atendeu às normas constitucionais que determinavam a adoção de tais medidas”.