Após dois anos com quase todas as atenções voltadas à pandemia de Covid-19, outro problema voltou a dividir a preocupação das autoridades de saúde em todo o estado: a Influenza A H3N2. Os casos de gripe dispararam em todo o Brasil nos últimos meses e aumentam a demanda por tratamento também em Minas – na capital, a gestão municipal não descarta um risco de sobrecarga da rede pública ainda neste mês. Com isso, os cuidados se tornam ainda mais imprescindíveis para prevenir a doença.
Apesar da sazonalidade do vírus de gripe A ser, normalmente, no inverno, Lucineia Carvalhais, médica infectologista e diretora assistencial da Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais), explica que o foco na Covid-19 acabou levando a população a “baixar a guarda” para outros riscos.
“As pessoas se vacinaram para essa doença [Covid] e não se vacinaram contra as gripes. Além disso, na época em que seria normal a propagação da Influenza, estávamos em casa nos protegendo da pandemia, o que impediu o vírus de circular naqueles meses [de inverno]”, pontua.
Segundo Lucineia, “com o aumento da circulação nas ruas, do convívio nas escolas e trabalho, o vírus se atrasou, começando um novo ciclo que irá terminar coincidindo com o próximo. Ou seja, não haverá um intervalo seis meses”.
Sintomas
A SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais), divulgou, no último dia 23 de dezembro, um levantamento que mostra que 147 casos do H3N2 foram diagnosticados por meio de amostras coletadas pela Funed (Fundação Ezequiel Dias), além de um aumento de 36% nos atendimentos às doenças respiratórias somente na capital mineira.
Os sintomas da influenza A são os já conhecidos de gripe: tosse, febre, dor de garganta, coriza e dores musculares. O tratamento pode ser feito com repouso, antitérmicos (no caso de febre) e analgésicos comuns.
Ainda de acordo com a médica, os vírus da gripe são altamente contagiosos e podem infectar adultos e crianças, evoluindo para quadros graves caso a pessoa tenha comorbidades. São grupos de atenção, pelo maior risco, crianças na primeira infância, idosos, gestantes e puérperas.
Como se prevenir da Influenza A
Quem esteve atento aos protocolos sanitários reforçados exaustivamente nos últimos dois anos tem menos chances de estar exposto à gripe. É que a forma de prevenção contra a Influenza A H3N2 é bastante parecida com a prevenção contra a Covid-19.
“Isolamento por sete dias, higienização das mãos e uso das máscaras, assim como todos os cuidados que estamos tomando para nos proteger da Covid-19, continuam valendo para as demais doenças respiratórias, como a Influenza”, explica Lucineia Carvalhais.
Além disso, é preciso redobrar a atenção na hora de visitar alguém no hospital ou em unidades de saúde, para evitar a transmissão a pacientes vulneráveis. Se a pessoa estiver com sintomas, o melhor é evitar o contato. A regra vale também para os profissionais de saúde.
Vacina contra a gripe
Por último, Lucineia também observa que a vacina contra a gripe, que consta no calendário da saúde, é atualizada todos os anos pela OMS (Organização Mundial da Saúde).A influenza A H3N2, por exemplo, foi detectada pela primeira vez em 1968, em Hong Kong, e já compõe a vacina há alguns anos, acompanhando mutações virais – incluindo a que foi disponibilizada nos postos de saúde na última campanha, neste ano.
Apesar de não ser uma doença grave, sem os cuidados necessários especialmente para quem tem comorbidades, os sintomas podem evoluir para internações hospitalares. Lucineia lembra que a melhor opção nesses casos é buscar orientação médica.
Com Agência Minas
