Às vésperas das Olimpíadas no Rio de Janeiro, um estudo produzido pelo Instituto de Microbiologia da UFRJ detectou a presença de uma “superbactéria” nas águas das praias de Copacabana, Ipanema, Leblon, Botafogo e Flamengo. Para chegar a essa conclusão, pesquisadores coletaram amostras nos locais durante o período de um ano.
A bactéria em questão produz uma enzima chamada KPC, que impede que os remédios façam efeito contra ela. Dessa maneira, o microorganismo pode causar múltiplas infecções, principalmente em pessoas que estiverem com baixa imunidade.
Os resultados devem deixar as autoridades em estado de alerta. A praia de Copacabana receberá eventos olímpicos, como a maratona aquática e a competição de triatlo. Os outros locais são frequentados por milhões de turistas ao longo do ano. O estudo coletou 10 amostras em cada ponto entre setembro de 2013 e setembro de 2014.
Segundo os pesquisadores, a presença das bactérias “multirresistentes” pode ser explicada pelo descarte de lixo hospitalar e médico nas águas. Análises mais profundas sobre os microorganismos serão produzidas pela UFRJ nos próximos meses com o intuito de entender melhor a dinâmica biológica existente nas praias e desenvolver testes mais rápidos para detectar o problema.
As bactérias são capazes de causar diversas infecções oportunistas, ou seja, que se aproveitam da fraqueza do sistema imunológico. Os especialistas da UFRJ afirmam que ainda não é possível dizer se pessoas ou atletas totalmente saudáveis podem desenvolver sintomas de contaminação.
Nesta segunda-feira (13), o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou, por meio de nota, que não foi informado sobre as últimas análises da UFRJ nas praias do Rio. O órgão ainda ressaltou que não existem estudos científicos suficientes relacionando a contaminação de bactérias tipo KPC ao ambiente aquático. Até então, só se tem conhecimento desse tipo de caso dentro de áreas hospitalares.