Existe amizade abusiva? Seis situações que expõem a relação tóxica entre Paula e Hariany no BBB

Reprodução/TV Globo

O conceito de “relacionamento abusivo” já é muito lembrado quando se fala em namoros ou casamentos. No caso de amizades, surgem muitas dúvidas sobre quais são os limites para classificar uma dinâmica como tóxica. Esse debate voltou a ganhar força nesta semana diante de um episódio que marcou a 19ª edição do Big Brother Brasil (BBB), reality da TV Globo.

A mineira Paula e a goiana Hariany, as “amiguinhas”, como ficaram conhecidas no programa, se desentenderam durante uma festa. Na discussão, Hari empurrou a colega de confinamento, o que resultou em sua expulsão faltando apenas um dia para a final. O caso ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter nessa quinta-feira (11).

As duas confinadas brigaram quando Hariany criticou a amiga por dizer “coisas sem noção”. Paula, por sua vez, mandou estudante calar a boca. “Está mandando eu calar a boca por quê?”, questionou a jovem. Foi então que Hari demonstrou irritação e empurrou a mineira, que pulava e sorria antes de tentar abraçá-la.

Entre as opiniões publicadas no Twitter a respeito da briga e da expulsão de Hariany, o termo “relacionamento abusivo” surgiu algumas vezes. Parte dos espectadores do reality show classifica algumas atitudes de Paula como abusivas, apesar da agressão física ter sido protagonizada pela outra participante. Mas será que, de fato, existem amizades abusivas?

O psicólogo e psicanalista mineiro Eduardo Lucas Andrade explica, em entrevista ao BHAZ, que em toda relação de afeto está em jogo uma dinâmica de poder. “O relacionamento abusivo pode ser notado quando uma pessoa invade um espaço do outro, que não foi lhe dado. Ou então quando a pessoa usa esse espaço em prol da anulação do outro”, diz.

Selecionamos seis situações que podem ser caracterizadas, no mínimo, como tóxicas na amizade entre Paula e Hariany. Elas caracterizam uma relação com potencial de se tornar efetivamente abusiva. Lembrando que as duas estavam confinadas, cenário que maximiza esse comportamentos. Confira:

  • Ciúme excessivo e afastamento

Em diversas passagens do programa, Paula demonstrou se incomodar quando Hariany se aproximava de outros participantes. “Você tem que ficar comigo!”, cobrou a mineira após a amiga demonstrar, em determinado momento, vontade de meditar com outros brothers (clique aqui e veja).

Outros participantes também notaram atitudes de apego excessivo por parte de Paula. “Hari, você pulou em mim e a Paulinha ficou com ciúme e pulou atrás, velho”, disse Rízia ao comentar um fato ocorrido na Festa Luz. “Eu não aguento esse relacionamento! Eu estava gritando, dando feliz aniversário para a minha prima e ela veio ‘o que você tá gritando aí?'”, comentou Hari em tom de brincadeira.

O QUE FAZER?

O apego excessivo em uma amizade pode ser considerado abusivo e tóxico a partir do momento em que uma das pessoas envolvidas invade o espaço da outra com o intuito de impedir, por exemplo, a formação de novos laços afetivos. Assim, inicia-se um processo de anulação em prol do outro.

Para evitar o avanço desse tipo de comportamento, é necessário repensar toda a situação e se reposicionar. Cabe deixar o diálogo transparente e objetivo sobre a amizade e seus limites.

  • Controle e cobranças

Algumas situações também demonstraram que Paula tentou exercer um certo controle em decisões corriqueiras na rotina de Hariany e a cobrou ao ser contrariada. No dia 19 de março, por exemplo, a goiana reagiu ao ouvir críticas da amiga ao fato de ela ter decidido dormir mais tarde.

“Minha amiga nem foi minha parceira pra falar: ‘Amiguinha, vamos dormir, que amanhã a gente acorda cedo e aproveita o dia'”, reclamou Paula. “Eu tava com fome”, rebateu Hari, que estava cozinhando com Gabriela, Elana e Rízia. “Mas companheira é companheira”, insistiu a mineira. “Sem cobranças, cara”, pontuou a goiana ao ser acusada de ser individualista (clique aqui e confira).

O QUE FAZER?

É preciso ficar atento em amizades com esse tipo de situação, em que uma pessoa sempre é colada em posição de débito, como se devesse algo à outra. Assim, existe uma relação evidente de poder, na qual uma das partes cria uma demanda por culpabilizar, mesmo em situações corriqueiras, do dia a dia.

Muitas vezes, amigos podem ficar refém do discurso do outro que anula a importância de suas decisões individuais e impõe sempre a demanda por “abrir” mão de algo. Isso gera uma angústia na parte submetida a esse tipo de pressão. Ao mesmo tempo, a “vítima” na relação deve entender se ela também busca a aprovação da pessoa dominante.

  • Agressões verbais e físicas

Os desentendimentos entre Paula e Hariany escalonaram rapidamente nas últimas semanas de confinamento. Todo o contexto do reality show, obviamente, colaborou para isso. Foram, pelo menos, dois episódios em que as duas trocaram ofensas verbais com direito a palavrões.

Na madrugada de quinta-feira (11), a discussão evoluiu para o contato físico, quando Hariany reagiu a uma postura debochada de Paula. Para afastar a amiga, a goiana a empurrou. A atitude acabou levando a mineira ao chão.

https://twitter.com/onewsfeed/status/1116318371996475392
https://twitter.com/harielaafish/status/1116226761749139456

O QUE FAZER?

Em momentos de discussão, é preciso notar se existe respeito pelo espaço e pela visão do indivíduo. Se o amigo tem dificuldade em ouvir o que outro sente em todas as brigas e sempre responde de forma agressiva, existe um descompasso. Essa falta de equilíbrio que leva a agressões verbais é um primeiro indicativo de que existe ali um relacionamento abusivo e tóxico.

Como foi possível notar no reality show, se não existe uma mudança de postura em discussões, a tendência é que a falta de controle aumento ao decorrer do tempo. Assim, pode-se chegar à agressão física.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!