‘Estão acostumadas’: Babá utiliza coleira para passear com crianças e divide opiniões na web

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Babá brasileira usa coleira para passear com crianças nos Estados Unidos (Reprodução/TikTok)

Um vídeo de uma babá colocando coleiras para passear com as crianças que ela toma conta tem divido opiniões nas redes sociais. Nicole Nadya compartilha sua rotina como “au pair”, que são pessoas que ajudam uma família a cuidar dos filhos em um país diferente. Segundo ela disse no TikTok, postado nessa segunda-feira (8), os pequenos são “terríveis”, e por isso utilizam o acessório.

O vídeo foi uma resposta a um internauta que questionou se a babá usava coleira nas crianças, uma vez que o acessório havia aparecido em um TikTok anterior. Nisso, Nicole esclareceu o uso das coleiras: “Gente, sim. Porque eles são terríveis, e aí cada um corre para um lado”.

“Eles já sabem que quando vai sair de casa, é na coleira”, contou a jovem. Ela aproveitou para mostrar melhor o acessório, que é uma espécie de mochila que é colocada nas costas da criança, com um fio ligando a uma pulseira que vai no braço do responsável.

‘Elas já estão acostumadas’

“É bem reforçada, a criança realmente não tem como tirar. E elas já estão até acostumadas. Eu sei que ainda é estranho em alguns lugares mas eu prefiro que as pessoas me olhem torto do que ter uma criança correndo no meio da rua”, justificou.

Em uma outra cena, uma das crianças apareceu usando a coleira e deitada no chão, aparentemente não querendo passear. “E ainda assim tem manha, não quer andar”, disse a babá. Uma outra garotinha começou a correr na rua, mas a coleira impediu que ela fosse longe.

“Olha lá, correndo para o meio da rua, não vai. Acho que a gente sabe o que funciona para a gente né, e é isso que está funcionando aqui”, concluiu Nicole Nadya. Assista ao vídeo:

@nicnadyya

Reply to @menina_de_edit..11 sim kkkkkk

♬ original sound – Nicole Nadya

Coleira divide opiniões

A escolha da babá dividiu as opiniões nas redes sociais, com muitos internautas achando a coleira útil para as crianças, e outros apontando problemas como o sadismo. “Quem critica é porque nunca cuidou de criança”, defendeu uma pessoa nos comentários do TikTok.

“Melhor do que aqueles pais que deixam os filhos soltos por aí correndo perigo”, apontou uma outra usuária da rede social. “O povo esquece que tem gente na rua sequestrando criança o tempo todo, isso é muito importante”, afirmou uma terceira internauta.

Já no Twitter, uma pessoa acusou a prática da coleira nas crianças como sadismo: “Mano, na moral, que sadismo do c*ralho”. “Pode ser útil sim. Mas a que preço? O que isso vai gerar na criança além da segurança? Proponho a reflexão”, opinou um usuário.

‘É apenas segurança’

“Você está exagerando muito. Não tem nada de errado aí, é apenas segurança, crianças dessa idade não têm consciência e realmente podem correr para a rua em um piscar de olhos, além dos riscos de sequestro”, respondeu um internauta. Veja um pouco da repercussão:

O que dizem os especialistas

O psicólogo Reginaldo do Carmo Aguiar, especialista em terapia comportamental pela UFU (Universidade Federal de Uberlândia), disse ao UOL que o correto é chamar o acessório de “contentor, mochila-guia ou ainda cordão de confiança”.

Ele avalia que utilizar o contentor torna-se viável quando as crianças são muito agitadas. “Crianças que querem muito explorar e que, frequentemente, soltam-se das mãos dos pais e saem correndo, colocando em risco sua integridade física, podem se beneficiar do acessório”.

“Além do mais, o perigo urbano é real. O cuidado que os pais têm hoje deve ser maior do que a 20 anos atrás, porque aumentou o trânsito de carros, a quantidade de pessoas nas ruas e a violência”, completou.

Evitar uso constante

Já a a psicanalista Gláucia Faria da Silva opinou que é preciso evitar o uso constante do objeto. Isso porque ele pode atrapalhar a conquista da autonomia e o aprendizado das crianças sobre limites. “Esses contentores foram pensados para serem usados em crianças com idade entre 18 e 36 meses, que não têm qualquer compreensão de riscos e perigos”.

“Porém, conforme vão crescendo, é importante que a criança viva situações de separação dos pais –ainda que momentâneas–, que experimentem o mundo conforme a sua curiosidade e que aprendam a dizer não aos perigos”, apontou a especialista.

Edição: Vitor Fernandes
Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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