‘Pediu para ser cremada e virar pipoca poc poc poc’: Família cumpre últimos desejos de idosa e vídeo viraliza

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Beti Leal deixou legado de bom humor e leveza para a família (Arquivo pessoal)

Uma moradora de Curitiba, no Paraná, virou assunto nas redes sociais, ao longo das últimas horas, por conta de uma decisão inusitada. A mulher comunicou à família que, ao morrer, gostaria que colocassem milho no caixão dela para que virasse “pipoca”. Ela ainda pediu que jogassem flores para os presentes na despedida, como em um casamento, para descobrir “quem seria o próximo”.

Os últimos desejos de Bertile Leal Ferreira, a Beti, de 65 anos, foram cumpridos em duas partes, na segunda-feira e ontem (9), pela família dela. Os momentos foram registrados em vídeo e postados pela sobrinha Ariadne Leal, de 20 anos. As imagens já foram vistas mais de 3 milhões de vezes no TikTok e rendem comentários a respeito da postura bem-humorada e positiva de Beti. “Postei para mostrar um pouco da minha tia, que foi causar até depois da morte”, explica.

Ao BHAZ, Ariadne conta que a repercussão positiva das imagens, e dos últimos desejos de Beti, têm ajudado a família a passar pelo momento de luto. Segundo ela, Beti adoraria saber que internautas de diferentes partes do Brasil ficaram sabendo dos desejos dela ao partir. “Ela ia ficar muito feliz se soubesse que as pessoas riram dela”, conta.

@ariadnecristine Apesar de tantas dificuldades, nunca perdeu o bom humor, até na sua passagem queria risadas. Nós te amamos além dessa vida ❤️ #fy #humor #flores ♬ Oh No – Kreepa

Ariadne explica que a tia lutou bastante pela vida, desde os 37 anos, quando começou a ter problemas de saúde. “Minha tia foi uma pessoa que lutou bastante pela vida, ela tinha bastante questões de saúde, episódios de câncer, fez quimio e radioterapia, além de ter tido Covid-19. Mais fácil seria perguntar o que ela não tinha”, explica a sobrinha.

Apesar dos desafios relacionados à saúde, Ariadne explica que Beti – como gostava de ser chamada -, nunca quis que ninguém sentisse pena dela. “Ela nunca reclamou de nada, fazia hemodiálise três vezes por semana, e tirava sarro da própria situação. A gente sabia que podia acontecer [de ela morrer], então já conversavámos sobre. Ela falava sobre os últimos desejos dela e a gente brincava que ela tinha que ser estudada”, relembra a estudante.

Além de contar os útimos desejos para a família, Beti compartilhava a intenção no Facebook
(Arquivo pessoal)

Últimos desejos

Ariadne define a tia Beti como uma lutadora que nunca perdeu o bom humor. Segundo ela, os últimos pedidos da familiar foram recebidos com acolhimento pelos parentes. “Todo mundo achou legal, ela nunca se importou com o que os outros iam pensar, falava palavrão. Ela conseguiu tornar a passagem dela mais leve para a gente, com todo esse humor”, diz.

A sobrinha explica que, já sabendo dos desejos da tia, todos chegaram ao velório e sabiam que tinha que colocar os milhos de pipoca e preparar o “lançamento” das flores. “Quando chegamos ao velório, deu um choque de realidade, a ficha da gente começa a cair mais. Mas, mesmo assim, precisavámos fazer o que ela pediu e preparar tudo”.

Beti ao lado das filhas e do marido (Arquivo pessoal)

Por fim, Ariadne diz que a forma como tia despediu-se da família dá uma nova perspectiva sobre como encarar a morte. “Muita gente tem medo da morte, mas a gente sabe que vai acontecer. A melhor maneira possível de encarar é aprender a lidar de uma forma leve, deixar a pessoa descansar e lembrar dela com carinho e respeito”, finaliza.

Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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