Jovem se perde em praia e irmã recusa ligação de ‘socorro’ por achar que era telemarketing

jovem perdida
A carioca conta que foi comprar cerveja e, na volta, não encontrou mais o seu grupo de amigos (Carol Ferrari/Arquivo Pessoal)

Uma estudante carioca de 24 anos divertiu a internet na noite desse domingo (26) ao compartilhar em seu perfil no Twitter um “perrengue” nada chique vivenciado por ela, na praia do Leme, no Rio de Janeiro. Em uma sequência de tuítes, Carol Ferrari conta como se perdeu dos amigos durante 20 minutos depois de ir comprar cerveja e acabou sendo surpreendida por uma verdadeira mobilização de quem estava em volta para ajudá-la.

“Me perdi na praia. Aos 24 anos. Com dois latões de Brahma na mão. Bateram palma e tudo pra eu me achar”, escreveu a estudante de psicologia. Em conversa com o BHAZ na tarde de hoje (27), Carol contou com bastante humor como tudo aconteceu.

“A gente estava na barraca 50, mas comprando na barraca 51 ou 52, que era mais a diagonal de onde a gente estava. Como eu cheguei cedo, eu não percebi que a praia estava enchendo. Só vi que tinha muita gente quando eu levantei pra ir no quiosque, porque eu não tinha levantado antes”, conta a jovem.

‘Mico sem precedentes’

A estudante conta que só levou a carteira para comprar as bebidas e que, depois de efetuar o pagamento, olhou ao redor e não encontrou mais nenhum dos seus sete amigos – incluindo a irmã gêmea, que também estava com ela.

“Comecei a tentar lembrar de pontos de referência, ali no Leme tem um prédio com uma bandeira do Canadá desde uma Copa de muito tempo atrás. A gente também estava na frente de um quiosque cheio de bandeiras de times. Fui tentando achar, mas tinha um monte de barraca igual”, relata a jovem.

Ao andar desnorteada em busca de algum sinal do seu grupo, Carol foi surpreendida por uma salva de palmas das pessoas que estavam ao seu redor. Essa prática acontece com frequência em praias ou outros locais muito cheios, quando alguma criança se perde dos pais.

“Quando vi que era pra mim, primeiro achei ótimo, porque eu realmente tava desesperada e me sentindo muito sozinha. Pelo menos tinham outras pessoas se solidarizando com a minha causa. Só que, assim, foi um mico sem precedentes”, relembra, entre muitas risadas.

‘Credibilidade zero’

Bastante envergonhada com a situação, a estudante resolveu sentar na areia e beber a cerveja na tentativa de deixar de ser o centro das atenções. “Resolvi fingir que não era comigo, sentei na areia e abri o latão, que já estava esquentando naquele Sol do caramba. Nisso as palmas começaram a parar, as pessoas aceitaram ou que eu não estava perdida ou que eu era doida”, conta.

Nesse momento, no entanto, a jovem começou a pensar que teria que voltar pra casa sozinha caso não encontrasse os seus amigos. O problema é que ela estava só de biquíni, boné, e com os dois latões na mão. “Que mico, né?”, reforça Carol ao relembrar sua situação.

A jovem então começou a procurar por alguém que pudesse a emprestar o telefone para ela ligar pra irmã. Foi quando avistou um grupo de meninas fazendo selfie na beira do mar.

“Eu também tava com medo dessa abordagem. Como que eu vou chegar do nada, falando ‘me empresta seu telefone’? Eu com duas cervejas na mão, mesmo que não tivesse bêbada, eu não tinha credibilidade nenhuma pra pedir ajuda”, conta.

Após o sinal, deixe seu recado

Apesar da vergonha, Carol criou coragem e abordou as jovens. Uma delas, chamada Vitória, se prontificou no mesmo instante a ajudá-la. A sua irmã gêmea, no entanto, não atendeu o celular por achar que se tratava de mais uma ligação da operadora de telefone.

“A moça me deu o celular e disse que não precisava ligar a cobrar. Comecei a ligar pra minha irmã, só que ela tem uma questão com número desconhecido que ela não atende de jeito nenhum. Então eu sabia que eu estava lascada”, conta.

“Nessa hora a minha irmã, se tivesse comigo, ela tinha me sacudido e falado: ‘Carolina, calma!’. Porque eu sou muito desesperada mesmo com as coisas e acabo não vendo solução pra nada. Quando liguei e ela não atendeu, logo pensei: ‘pronto, vou ter que voltar pra casa'”, acrescenta ela.

Novas tentativas

Percebendo o desespero de Carol, a jovem que a emprestou o celular tentou acalmá-la e a ofereceu outras soluções para o problema. Vitória sugeriu que a estudante ligasse para o próprio celular, que talvez a irmã ou algum de seus amigos o atendessem.

“A Vitória começou a me dar ideia, me perguntou se eu sabia meu número, aí eu: ‘Pô, Vitória, sei né!’. Ela tava achando que eu tava completamente alterada”, conta, com bom humor. “Uma das meninas sentiu o celular vibrar na minha canga, pegou e mostrou pra minha irmã, que disse ‘é o mesmo número, não vou atender'”.

Carol então resolveu mandar uma mensagem de texto, pelo número de Vitória, mesmo sabendo as que as chances de sua irmã ler também eram praticamente nulas. É que quando está fora de casa, a gêmea de Carol tem o costume de ligar a internet do celular só quando extremamente necessário.

A busca pelo ‘guarda-sol amarelo’

Ao aceitar que as tentativas de contato se esgotaram, Carolina resolveu contar com a própria sorte para ir em busca da barraca. Nesse momento, ela lembrou que seu grupo estava debaixo de um guarda-sol amarelo e resolveu procurá-lo em meio à multidão.

“Só que: praia, domingo, Sol do caramba, Rio de Janeiro… iam ter milhões de guarda-sóis amarelos. Quando falei isso com as meninas que me ajudaram, elas até riram”, relembra. Depois de andar por alguns minutos, aos prantos, a jovem finalmente avistou um rosto conhecido.

“Vi um amigo meu que era muito alto, ele estava sentado mas ele é muito grande então eu vi de longe. Na hora não acreditei e comecei a andar muito rápido e gritar ‘vocês não atendem o telefone!!!’ e todo mundo começou a rir muito”, conta ela.

‘Fama sem esforço’

Ainda segundo ela, um novo susto veio depois que o seu desabafo foi publicado nas redes sociais. É que, apesar do enorme perrengue, Carol consegue contar a história com bastante bom humor, o que certamente foi o principal motivo de a “saga” ter viralizado tão rápido.

De ontem pra hoje, seu post ganhou mais de 100 mil likes e seis mil compartilhamentos. “Foi uma fama completamente sem esforço. Eu só fui no meu Twitter reclamar que fiquei perdida e de repente fiquei famosa”, brinca a jovem.

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!