Laís, do BBB 22, gera revolta após Globo expor autoria de recado transfóbico para Linn da Quebrada

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Médica foi responsável por mensagem anônima para Linn (Reprodução/TV Globo)

A médica Laís Caldas, integrante da “pipoca” do BBB 22 tem gerado revolta nas redes sociais desde a noite de ontem (22), após a Globo revelar que partiu dela uma mensagem anônima tratando Linn da Quebrada de forma incorreta. Após a repercussão de mais um episódio lamentável de transfobia no reality, vários espectadores criticaram o episódio e cobraram uma ação do programa. As equipes de Linn e Laís também se posicionaram.

Tudo começou quando Linn da Quebrada recebeu, por meio da nova plataforma de mensagens anônimas do reality, um torpedo questionando seu status de relacionamento. O problema é que a mensagem tratava a artista por pronomes masculinos, com os quais ela não se identifica – conforme já havia dito durante o confinamento.

A mensagem foi divulgada no início desse sábado e rendeu centenas de críticas, com os fãs do programa revoltados por Lina Pereira ter sido, mais uma vez, tratada de forma errada. Foi apenas durante a edição dessa noite do BBB 22 que a autoria do torpedo foi revelada: ele partiu de Laís.

Linn questiona autoria

Ainda durante a edição dessa noite, o programa mostrou o momento em que Linn percebe o uso do pronome incorreto e procura saber de quem partiu a mensagem. Vários brothers negaram a autoria e Laís, que estava no mesmo cômodo, não se manifestou.

A edição do programa ainda deu a entender que o uso do pronome masculino teria sido uma brincadeira, em referência a uma pergunta feita pela própria Linn durante uma dinâmica no início do confinamento. Mesmo assim, o argumento não convenceu muito e não demorou para o nome da médica ficar entre os assuntos mais comentados das redes sociais.

Nas publicações, algumas pessoas saíram em defesa de Laís, enquanto várias outras criticaram a atitude da médica. Os internautas cobraram ainda uma ação enfática da produção do programa, que, além de exibir a mensagem, não se manifestou sobre a carga de preconceito do caso.

“A galera fazendo malabarismo pra defender a Laís, ela deveria ter usado aspas, deveria ter se pronunciado quando teve a chance. Linn chegou a perguntar quem foi. Ela não é burra, viu que fez a merda e ficou calada”, comentou uma espectadora.

Equipe de Laís se manifesta

Após a repercussão do caso, a equipe responsável por administrar as redes sociais de Laís no BBB 22 se manifestou. “Queremos pedir desculpas, em nome da Laís, pela colocação errada da mesma ao se dirigir a Linn da Quebrada. Sabemos que o certo seria perguntar ‘Você está solteira?'”, diz trecho do comunicado.

A equipe de Laís afirma ainda que “esse é um assunto sério” e reiterou as desculpas a Linn e “a todos que também se sentiram ofendidos pelo erro cometido”.

‘Não tem segredo’

A equipe de Linn da Quebrada também comentou o episódio e afastou a hipótese de que a frase seria uma repetição de algo dito pela artista. “Na brincadeira, a Linn perguntou se os meninos estavam solteiros. Para as meninas, perguntou se elas estavam solteiras. A equação é simples: se alguém deseja perguntar se a Linn está solteira, deve usar SOLTEIRA. Não tem segredo, gente”, diz a publicação.

Em outro post, a equipe reforçou: “Todas as travestis devem ser tratadas no feminino”. Uma terceira publicação relembra ainda outro episódio transfóbico sofrido por Linn – desta vez com Rodrigo – e a conversa que rolou entre eles em seguida.

Quem é a Linn da Quebrada?

A participação de Lina Pereira – cujo nome artístico é Linn da Quebrada – no BBB 22 tem acendido alertas importantes sobre o tratamento dispensado a travestis e pessoas trans no Brasil. E, para começar a entender a história da artista, é importante compreender sua identidade de gênero.

Ao BHAZ, a historiadora e comunicadora Giovanna Heliodoro explica que a origem do termo travesti está ligada à história da identidade de gênero no Brasil. “Primeiro é preciso dizer que é difícil definir um significado de uma identidade, uma vez que a gente passa por diversas revoluções ao longo da história. É importante conhecer um pouco do contexto do surgimento dessa palavra”, ressalta.

Giovanna reforça que a palavra travesti esteve por muito tempo associada às pessoas que estão à margem. “Esteve ligada à imagem da violência, trabalho sexual, roubo, morte… Então as pessoas têm dificuldade de entender que não é uma palavra pejorativa”, reforça (leia na íntegra aqui).

Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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