Mãe com tumor raro vai escrever bilhetes para o filho de 1 ano:”É uma pena que alguns partam mais cedo”

Instagram/@Tyla

Há pouco mais de um ano, em fevereiro de 2018, ela foi informada de que tinha, na melhor das hipóteses, entre dois e cinco anos de vida. Com um bebê de um ano hoje, a escocesa Tyla Livingstone, de 22, planeja deixar bilhetes para o pequeno, para que se lembre dela. “É de partir o coração. Sinto-me tão culpada por algo que não posso controlar. Mas vou lutar para viver o máximo que puder. Meu objetivo principal é vê-lo ir à escola e lembrar-se de quem sou e minha voz, mas sempre estarei com ele em seu coração”, relatou ela à revista Fabulous, do jornal inglês The Sun.

Diante de uma gravidez inesperada, aos 20 anos, Tyla levava uma gravidez normal, até que na 31ª semana começou a sentir fortes dores no estômago. Decidiu tomar um banho de banheira, para aliviar as dores, quando, de repente, sentiu uma sensação estranha em um dos braços.

Preocupada em ser um ataque cardíaco ou algo errado com o bebê, conseguiu pedir uma ambulância. Levada para o hospital, sentiu os chutes do bebê na barriga e se aliviou, por alguns minutos. “Estava tão preocupada com meu menino, que só pensei nele. Quando senti os chutes, fiquei mais tranquila”, contou.

No hospital, os médicos verificaram a possibilidade de Tyla estar com pré-eclâmpsia, que é alteração da pressão arterial, mas não era isso. Então, uma ressonância magnética – uma leitura profunda do cérebro – foi recomendada. Os médicos disseram que provavelmente não era nada, mas sugeriram isso como precaução.

Questionada sobre possíveis dores de cabeça ou enjoos, Tyla negou. Foi quando um dos médicos que cuidava do caso revelou a ela que havia um tumor de 2cm no lobo frontal esquerdo do cérebro. “Fiquei chocada e não pude acreditar. A médica tentou me acalmar, dizendo que provavelmente era benigno e que se fosse um câncer, certamente seria leve, do qual poderia me recuperar. Me informou ainda que a gravidez seguiria normalmente”, contou.

O bebê, que recebeu o nome Preston, nasceu saudável e os primeiros meses foram difíceis, mas prazerosos para Tyla. Após o nascimento do filho, Tyla, que fazia acompanhamento médico para o tumor, refez a ressonância, que não indicou alterações.

“Um mês depois, deixei-o pela primeira vez com o pai, meu parceiro Mark, de 29 anos, para sair à noite com um amigo. Eu mal bebia qualquer coisa – eu não tinha bebido álcool por nove meses depois de tudo – mas na manhã seguinte eu acordei e meu lado direito estava paralisado. Culpei o álcool e fiquei sem fazer nada por dois dias”, lembra.

Tyla então foi convencida pelos familiares a voltar ao médico. E uma nova ressonância indicou que o tumor tinha crescido maciçamente e estava pressionando seus nervos, causando a paralisia.

“A cirurgia cerebral de emergência foi planejada e duas semanas depois a biopsia mostrou que se tratava de um glioblastoma de grau quatro, um câncer mais agressivo que começa no cérebro e é terminal. Poucas pessoas sobrevivem por mais de cinco anos… E, naquele momento, morri por dentro”.

Tyla deu início, então, a uma nova maratona, além de cuidar diariamente de Preston: sessões de quimioterapia e radioterapia.

Bilhetes e cartões de aniversário

Pouco mais de um ano do diagnóstico, ela se prepara para partir. “Sei que meu tempo está acabando agora. O tumor cresceu e só quero aproveitar ao máximo meu tempo com Preston. Ele é um garotinho travesso e muito engraçado. Ele não entende que estou doente. Por isso, tive a ideia de começar a escrever bilhetes e cartões de aniversário para ele, em breve, para que ele possa abri-los quando eu partir. Eu também estou guardando coisas para ele – mechas do meu cabelo, minha máscara de radioterapia. Preciso que ele saiba que sua mãe lutou desesperadamente para estar com ele, que ela o ama tanto, e não escolheu deixá-lo. Apesar de ter apenas 22 anos, esta é a minha hora de ir”, diz ela na entrevista.

Segundo Tyla, ela vive dia a dia e cada minuto como se fossem os últimos momentos e, de forma serena, tenta passar a mensagem de que “todos nós viemos a este mundo para ser turistas e é uma pena que alguns de nós partam mais cedo do que outros”.

“Permaneço positiva e essa é a chave em tudo isso. Quando me deram um diagnóstico de câncer terminal, o velho eu morreu no local. Esta pode não ser a vida que eu planejei, mas é a que eu tenho”, completa.

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