Rodolffo relembra polêmicas no BBB e minimiza falas racistas

Rodolffo BBB sertanejo
O artista classificou as falas como “brincadeiras” (Reprodução/TV Globo)

O cantor sertanejo Rodolffo, ex-participante do BBB 21, em entrevista para o canal do youtuber Piunti, avaliou sua passagem pelo reality show e relembrou algumas polêmicas protagonizadas por ele dentro da “casa mais vigiada do Brasil”. O artista comentou sobre o episódio em que comparou o cabelo de seu colega de confinamento, o mineiro João Luiz Pedrosa, com uma peruca de homens das cavernas. A fala na época gerou enorme repercussão nas redes sociais e o cantor foi chamado de racista.

Rodolffo declarou que tem coisas que “a gente fala numa roda de amigos, brincadeiras que a gente faz com pessoas que a gente tem mais intimidade, que conhece de fato, que a gente não vai falar para uma pessoa que acabou de conhecer”. Para ele, as “poucas brincadeiras que eu fiz lá dentro [no BBB 21] repercutiram de forma confusa lá dentro e aqui fora”.

“Virou polêmica. Graças a Deus foram coisas que não me incriminaram, não me incriminaram perante o público. ‘Tudo o que você falou lá dentro eu falo aqui fora’ ou ‘o que você falou lá dentro eu falo no dia a dia’: eu ouço muito isso na rua”, afirmou o cantor, sobre a receptividade dos telespectadores em relação ao seu comportamento no jogo.

Rodolffo afirma que quando aceitou participar do programa, pensou que iria “para o tudo ou nada”, e que tem ciência das coisas que fala e que, antes de externar, “eu penso para falar”.

Relembre

Dias após a fala polêmica, o mineiro desabafou e expos a situação para toda a casa. João recebeu apoio dos colegas da casa e de milhões de pessoas pelo Brasil, chegando a ter seu nome em primeiro nos assuntos mais comentados do Twitter. Por meio das redes sociais, os administradores do perfil de Rodolffo pediram desculpas.

Ao ouvir o desabafo do brother, no entanto, o cantor sertanejo repetiu fala racista ao vivo, reafirmando o que havia dito antes: que achou o cabelo dele parecido com o da fantasia inspirada em um homem das cavernas. “Se todo mundo observou como que era a peruca do monstro, acredito eu que é um pouco semelhante”, afirmou.

No dia seguinte, em uma disputa acirrada, o artista foi eliminado do BBB com 50,48% dos votos. Ao sair do Big Brother, Rodolffo reforçou o pedido de desculpas que já tinha feito dentro da casa. No entanto, minutos antes, ainda dentro do programa, Rodolffo chegou a ser interrompido pelo apresentador Tiago Leifert ao insistir em justificar que não tem cabelo liso, na tentativa de lançar uma comparação com o teor do comentário racista. O global explicou entender a ausência de maldade na fala, mas reforçou que é importante considerar a dor causada em João, independentemente da intenção. 

Na manhã seguinte, durante entrevista com a Ana Maria Braga, o cantor disse que se arrependeu de ter comparado o cabelo de João com a peruca da fantasia do monstro. Ele disse que deveria ter pedido desculpas no mesmo momento. O sertanejo ainda comentou que está feliz por ensinar a outras pessoas que também não sabiam que o comentário machuca. “O programa me ensinou muito. Tive uma evolução”, alegou Rodolffo na época.

Reações

Após a entrevista no canal, internautas comentaram sobre as novas falas de Rodolffo sobre a polêmica. “Rodolffo como sempre sendo um disserviço pra humanidade”, disse uma usuária. “Que delicia, mais um dia o racismo naturalizado em nosso país! Esse Rodolffo não aprendeu nada no BBB e a galera segue passando pano pra ele só por ser macho”, opinou outro.

Uma internauta lembrou das explicações de Camilla, finalista do BBB21, ao cantor durante o programa. “Esse Rodolffo não aprende mesmo, a pobre da Cami gastou as palavras dela com ele para nada”, disse. “Não dava para esperar nada diferente desse cara também, pedia umas desculpas mancas na TV e 2 segundos depois estava no Insta curtindo postagem de gente falando que ele não fez nada de errado né”, escreveu mais um.

Racismo é crime

De acordo com o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), é classificada como crime de racismo – previsto na Lei n. 7.716/1989 – toda conduta discriminatória contra “um grupo ou coletividade indeterminada de indivíduos, discriminando toda a integralidade de uma raça”.

A lei enquadra uma série de situações como crime de racismo. Por exemplo: recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais, negar ou obstar emprego em empresa privada, além de induzir e incitar discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. O crime de racismo é inafiançável e imprescritível, conforme determina o artigo 5º da Constituição Federal.

Já a discriminação que não se dirige ao coletivo, mas a uma pessoa específica, também é crime. Trata-se de injúria racial, crime associado ao uso de palavras depreciativas referentes à raça ou cor com a intenção de ofender a honra da vítima – é o caso dos diversos episódios registrados no futebol, por exemplo, quando jogadores negros são chamados de “macacos” e outros termos ofensivos. Quem comete injúria racial pode pegar pena de reclusão de um a três anos e multa, além da pena correspondente à violência, para quem cometê-la.

Edição: Vitor Fernandes

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