PBH anuncia volta às aulas presenciais para escolinha ainda neste mês

sala de aula com carteiras vazias
Aulas presenciais estão suspensas em BH desde o início da pandemia (Amanda Dias/BHAZ)

A PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) anunciou na tarde desta segunda-feira (19) a volta às aulas presenciais da educação básica na capital mineira ainda neste mês. Sem detalhar os protocolos, a administração municipal afirmou que o retorno está liberado já para a próxima semana. Professores protestaram e criticaram a decisão.

O anúncio foi feito de forma breve pelo secretário municipal de Orçamento, Planejamento e Gestão, André Reis, que se limitou a informar que a partir da próxima segunda-feira (26) estão liberadas as aulas presencias para alunos de 0 a 5 anos e 8 meses. Questionada, a PBH informou apenas que os protocolos já foram publicados e que os professores serão vacinados de acordo com o plano nacional.

Protocolos

Em novembro do ano passado, a PBH divulgou protocolos de segurança para a eventual retomada das aulas presenciais (relembre aqui). O documento – que estava sujeito a modificações – previa o o tempo máximo de permanência dos alunos no local deve ser de quatro horas – em todas as instituições, do ensino infantil ao superior.

Segundo o protocolo, a entrada e saída dos alunos na escola deverão ser fracionadas, de forma a evitar aglomerações e filas nos portões da instituição. No caso das escolas de ensino infantil, fundamental e médio, as salas deverão comportar, no máximo, 12 alunos, que deverão ficar separados por uma distância de 2 metros. Todos devem usar máscaras, e, em caso de chegada sem o equipamento, a escola deverá disponibilizá-lo para alunos, professores, funcionários e colaboradores.

Ainda em relação às escolas do nível infantil ao médio, serão proibidas as “atividades que reúnam público e possam causar aglomeração”. A realização de eventos escolares ficará suspensa, e a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) recomenda a realização de aulas ao ar livre.

Materiais e refeições

O protocolo também recomenda que sejam priorizadas atividades com material audiovisual, para evitar o manuseio de objetos pelos alunos. Além disso, o documento prevê que não deverão ser compartilhados materiais escolares, objetos de uso pessoal e alimentos entre os alunos.

“Na impossibilidade de utilizar os livros ou apostilas que o aluno possui em casa ou de enviar orientações de atividades por meio virtual, serão admitidos ‘para casa’ impressos, com a devida higienização das mãos após o manuseio”, completa o texto.

Já em relação às refeições, a PBH recomenda que, do ensino infantil ao médio, elas sejam feitas dentro da sala de aula. No ensino fundamental, a alimentação feita em sala deverá ser acompanhada por um adulto a partir da porta ou da janela, e não no interior da sala. Também deve ser orientado que os alunos higienizem a própria mesa e que não conversem uns com os outros enquanto lancham.

Insatisfação

A diretoria dos representantes dos professores da rede municipal de Belo Horizonte vai se reunir ainda hoje, no decorrer desta tarde. Os educadores estavam esperando pelo anúncio do Kalil para poder discutir a volta às aulas presenciais e levar a questão a uma assembleia, prevista para ocorrer durante esta semana.

“Só aí vamos decidir, de fato, qual a melhor decisão para a educação em Belo Horizonte”, afirma Helbert Marconi, da diretoria do colegiado do Sind-REDE/BH (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte). Em entrevista concedida ao BHAZ antes do anúncio da prefeitura, no entanto, Marconi reforçou que os professores não estavam satisfeitos com o plano proposto.

“A categoria não está contente com a volta às aulas da maneira que está sendo colocada. Os protocolos não nos atendem. Estamos com mortes elevadas, a questão dos leitos escassos, tudo nos preocupa. Principalmente a vacinação”, afirmou Helbert Marconi.

O diretor ainda conta que a categoria não é “contra a volta às aulas presenciais”. “Queremos voltar com segurança e, para isso, é necessário a vacinação para todos. Inclusive trabalhadores terceirizados, como porteiros, faxineiras, cantineiras. Eles seguem trabalhando, e infelizmente temos muitas noticias de mortes por Covid-19 para esses profissionais”

Edição: Thiago Ricci
Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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