O tradicional arroz com feijão, dupla imbatível nos pratos dos brasileiros, anda pesando no bolso e elevando a conta do supermercado. O motivo da alta? Segundo a Abiarroz (Associação Brasileira da Indústria do Arroz), assim como outros produtos da cesta básica, como óleo de soja e feijão, a alta do arroz está ligada à valorização do dólar, que torna as exportações mais lucrativas para os produtores. O auxílio emergencial também é apontado como responsável pela escalada de preços do produto. E em BH, a situação não é diferente: um pacote de arroz na capital mineira teve alta de 46% em relação a abril deste ano.
Uma pesquisa do site Mercado Mineiro, realizada em 1.759 estabelecimentos entre os dias 2 e 5 de setembro, revela que o pacote de 5kg do alimento é encontrado por até R$ 29,98 – a variação dos preços ficou em torno de 30%. Já entre as marcas mais baratas, o arroz branco sai entre R$ 15,49 e R$ 22,98 nas cidades da região metropolitana. Em abril, o produto custava entre R$ 12,77 e R$ 18,44, número que é até 46% menor que o cobrado atualmente.
Virou piada
Os itens da cesta básica já viraram memes após o preço subir no mercado. No Twitter, muitos internautas reclamam dos valores e outros fazem piada com a situação. “Minha mãe quando comprar o arroz na próxima compra. Preço de ouro”, brinca um usuário. “Nos últimos tempos, para se comprar um pacote arroz e uma caixa de leite, precisa parcelar em 12x no cartão com entrada e dois fiadores”, critica outro.
O que diz o governo federal
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se posicionou sobre a alta nos preços. Nessa terça-feira (8), ele afirmou que medidas estão sendo tomadas para dar uma resposta à população. Na ocasião, Bolsonaro pediu para que os supermercados reduzam as margens de lucro e pediu patriotismo.
“Eu tenho apelado a eles. Ninguém vai usar caneta Bic para tabelar nada. Não existe tabelamento. Mas [estamos] pedindo para eles que o lucro desses produtos essenciais para a população seja próximo de zero. Eu acredito que, com a nova safra, a tendência é normalizar o preço”, afirma.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ontem, também admitiu que o preço do arroz está alto no Brasil. No entanto, ela prometeu que o governo federal conseguirá reduzi-lo e que não faltará o produto no mercado. Nem o presidente, nem a ministra falaram sobre as medidas que serão tomadas para barrar a alta.
A alta vai continuar…
Especialistas e produtores dizem que os preços devem continuar subindo nos próximos meses, pois além da do dólar, o arroz brasileiro também passou a ser mais buscado no mercado internacional durante a pandemia do novo coronavírus.
