[Farsa ou Fato] Criminosos furtam uniformes da zoonoses de BH e morador deve ficar em alerta?

Denis Dias/PBH

Um alerta que vem circulando nas redes sociais desde terça-feira (3) sobre a possibilidade de criminosos utilizarem uniformes do Centro de Zoonoses de Belo Horizonte para abordar moradores da capital vem deixando belo-horizontinos apreensivos. “Se baterem na sua porta, falarem que é da prefeitura, não abra a porta”, diz um trecho texto compartilhado.

Ainda conforme a mensagem, uniformes dos funcionários da administração municipal teriam sido furtados após criminosos terem invadido o Centro de Saúde Cachoeirinha, na região Nordeste de Belo Horizonte, na madrugada de ontem. “Foram levados computadores e as roupas dos trabalhadores da zoonoses”, acrescenta o alerta. “Obrigado pela informação. Vamos ficar atentos”, reagiu ao compartilhamento uma usuária no Facebook.

Afinal, seria essa mensagem mais uma FARSA entre milhares de mentiras compartilhadas diariamente nas redes sociais ou, de FATO, os belo-horizontinos deveriam ficar sob alerta? O Bhaz apurou com órgãos oficiais para tirar a limpo essa história.

A Policia Militar confirmou que criminosos arrombaram o Posto de Saúde Cachoeirinha na madrugada dessa terça-feira. Segundo informações registradas pela corporação, os indivíduos teriam utilizado uma chave micha — utensílio utilizado para destravar fechaduras de portas — para entrar no local, além de arrombar uma porta de vidro.

Eles conseguiram fugir levando uma televisão, um uniforme completo, além de uma calça que compõe o traje utilizado por agentes de Combate a Endemias da Zoonoses de BH.

A assessoria da regional Nordeste da PBH, que contempla o bairro Cachoeirinha, explicou que os uniformes estavam armazenados no posto de saúde, já que esses locais abrigam pontos de apoio da Zoonoses.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que “todos os procedimentos necessários” para a identificação dos criminosos já foram tomadas. A pasta ressalta ainda que, apesar dos trajes terem sido levados, os crachás foram preservados.

“Alertamos que antes de abrir a porta, todos devem solicitar a apresentação de crachás aos agentes de combate a endemias, além do uso completo do uniforme”, destaca um trecho do texto divulgado.

Portanto, sim. Os belo-horizontinos, sobretudo moradores de bairros da região Nordeste da capital, devem ficar atentos. Criminosos que furtaram uniformes de agentes da Zoonoses de Belo Horizonte é um FATO.

Confira a íntegra da nota encaminhada pela Secretaria Municipal de Saúde:

1.    Nesta terça-feira, 03/01/17, foi registrado o furto de dois uniformes completos de Agentes de Combate a Endemias (ACEs) do Centro de Saúde Cachoeirinha. Os crachás não foram levados;
2.    Os assaltantes tentaram, sem sucesso, furtar também medicamentos controlados e computadores da unidade;  
3.    Todos os procedimentos necessários já foram realizados, incluindo Boletim de Ocorrência;
4.    Para que o trabalho de visitas domiciliares não seja prejudicado e os moradores tenham segurança em receber os ACES, alertamos que antes de abrir a porta, todos devem solicitar a apresentação de crachás aos agentes de combate a endemias, além do uso completo do uniforme;
5.    Normalmente, os agentes são pessoas vinculadas à região onde realizam a fiscalização, sendo conhecidos pelos moradores;
6.    Antes de autorizar a entrada do agente, a população deve ficar atenta para esses cuidados. Se ainda assim houver dúvidas, o morador pode entrar em contato pelo telefone 156 e solicitar o telefone do seu centro de saúde de referência, sendo possível confirmar a lotação do agente junto à gerência de Zoonoses;
7.    É importante ressaltar que o trabalho de visitas domiciliares é fundamental para a prevenção e controle do Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika e chikungunya. Nessas visitas são verificados se existem focos do mosquito e realizadas as orientações para retirada de objetos que possam acumular água;
8.    Em toda a cidade, os ACEs não conseguem realizar de 20 a 25% das visitas, pelo fato do morador não estar em casa ou não terem acesso ao imóvel (recusa, imóvel fechado e/ou abandonado). A dificuldade de acesso representa um risco para toda a comunidade devido ao alcance do mosquito. Para reduzir o número de pendências, os ACES sempre retornam em horários alternativos e finais de semana;
9.    Em 2016, foram realizadas 134 entradas forçadas em imóveis fechados/abandonados. Desses locais, cerca de 50% deles (68 imóveis) apresentavam focos do mosquito.

 

Guilherme Scarpellini

Guilherme Scarpellini é redator de política e cidades no Portal BHAZ.

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