[Bhaz nas Eleições 2016] Entrevista Eros Biondini

Confira a transcrição do que falou Eros Biondini (PROS) nas Entrevistas Bhaz dos Candidatos à PBH 2016.

Thiago Ricci – Candidato, de acordo com dados da própria PBH, cerca de 14% da população ainda está desamparada pelo Programa Saúde da Família. O senhor afirma que, caso eleito, o programa alcançará 100% da população. Como chegar a essa cobertura integral na prática?

Eros Biondini – Simplesmente com gestão e controle. Porque o mínimo de dignidade que um prefeito, antes de fazer qualquer tipo de obra, que são necessárias, precisa dar ao cidadão belo horizontino é o programa da saúde chegar a casa desse cidadão, e também a rede de esgoto chegar a sua porta. Por isso eu não tenho dúvida em dizer é totalmente possível, e considerando um cidadão digno de respeito ele terá sim atendimento de saúde da família, com assistência odontológica, médica e também a rede de esgoto chegando em sua casa. Hoje é 86% a rede de esgoto e 84% o programa de saúde da família, essa abrangência. Óbvio no meu governo vamos passar isso para 100% de cara. Isso é questão de gestão, de controle e da boa distribuição dos profissionais.

Thiago Ricci – O senhor acha então que não chegou a 100% ainda por uma questão de apenas de gestão, não é por questão de verba, não é nada disso?

Eros Biondini – Tenho certeza absoluta. Não é por questão de verba, nesse aspecto não é por causa de recurso não. Existem outros aspectos e outros problemas que é por causa de recurso, como por exemplo, o Hospital do Barreiro. Agora, abrangência de 100% da rede de esgoto e do programa saúde da família, isso aí nós temos total condição de dar em curto espaço de tempo de dar às famílias essa dignidade.

Maira Monteiro – Candidato, o senhor é autor de um projeto de lei que prevê a prisão do professor que insistir em discutir ideologia de gênero dentro da sala de aula (PL 2.731/15). Diante de um cenário em que os professores da rede municipal de BH denunciam perseguição política por parte do prefeito Marcio Lacerda, ao serem remanejados ou até mesmo exonerados por discordar publicamente da atual gestão, como o senhor espera melhorar a relação entre educadores e PBH? Como lidar como essa diferença de visão que o senhor pode ter com parte dos educadores?

Eros Biondini – Uma coisa tem que ser separada da outra. Ontem eu tive uma reunião e outros dias também, com sindicatos, inclusive com professores e a reclamação deles vai muito além da ideologia de gênero que eu vou comentar a seguir. O respeito que o funcionalismo não está tendo e que precisa ter, o diálogo que eles estão reivindicando, tudo isso será o que eu vou fazer. Eu tenho essa facilidade do relacionamento, do diálogo, de acolher as sugestões de todas as categorias, e principalmente de ter a sabedoria de ouvir os executores da política pública. Como eu vou querer uma política de educação de qualidade na minha cidade, se eu não ofereço aos professores e aos profissionais da educação oportunidade de me ajudar em quais são os gargalos, quais são os problemas. Hoje isso não acontece. Na minha gestão isso vai acontecer 100%. Eles serão valorizados. O servidor público de maneira geral está no meu plano de governo, ele será totalmente valorizado em seu plano de carreira, ele terá seu salário previsto, com piso salarial. Agora, na questão específica da pergunta, que não quero fugir de nenhuma pergunta, não o farei. Eu sou contra a ideologia de gênero para crianças dentro da escola. Porque ainda se fosse uma educação sexual só para hétero também estaria errado. O que a ideologia de gênero está propondo é uma erotização, a partir dos seis anos nas escolas. Quando você estimula as crianças muito pequenas nas escolas a de que entender a pessoa nasce para ser qualquer coisa. E depois se ela quiser mudar, ela também pode se considerar outra coisa. Isso já gerou confusão, e no próprio MEC, na época a própria presidente Dilma quando foi proposta uma cartilha de orientação para crianças muito novas, de como fazer sexo, menino com menino, menina com menina, e vice versa, a própria presidente da república e o ministério considerou de muito mau gosto aquela cartilha, por quê? Porque ela estimula crianças que não estão nem despertadas para esse tipo de discussão, sendo acolhidas pela família, que é direito e obrigação da família a primeira orientação em relação aos valores aos princípios. Agora se você perguntar se sou contra a pessoa que é transexual ou homossexual ter o seu direito de se expressar de ser respeitada na escola, sou totalmente a favor. Inclusive a minha política de LGBT, que quem vai conduzir é a transexual Walkiria La Roche, que já aceitou, minha amiga, uma pessoa maravilhosa, muito querida. Essa política prevê total respeito a esse segmento.

Maira Monteiro – Mas então o senhor seria contra a educação sexual das crianças nessa idade, independente de envolver diferença de gênero ….

Eros Biondini – Na verdade, a educação sexual quando você não está estimulando a prática sexual para crianças de 6 anos, 5 anos de idade, ela é saudável para a pessoa conhecer a genética, conhecer o seu corpo, saber se cuidar. Agora, quando você começa a estimular através da ideologia de gênero que propõe, ou que provoca, a pessoa, a criança que ainda está em processo de formação que ela tem que fazer outras experiências, ela tem que fazer outras escolhas, para depois ela definir aquilo que ela quer ser… é mais ou menos como se o médico quando fosse fazer o ultrassom de uma criança visse o órgão lá masculino e não pudesse falar para a mãe: “Oh, é um menino!”. Não. Vai ser o que ele quiser. Então é nessa lógica que nós temos um pensamento contrário à ideologia de gênero. Porque ela acaba forçando uma criança, que muitas vezes está vulnerável a novas experiências, de que ela tem sim que fazer experiências de todos os tipos. Isso aí deve acontecer de uma forma natural. Cada um ter sua orientação e ser respeitado em sua dignidade pela orientação.

Guilherme Scarpellini – Candidato, vamos falar sobre mobilidade urbana. O senhor afirma em seu plano de governo que implantará linhas de veículo leve sobre trilho, inclusive um monotrilho ligando a região da Savassi a Confins. No seu projeto, o VLT daria lugar à expansão do metrô?

Eros Biondini – Primeiro, esse estudo do monotrilho não fui eu quem fiz. Ele já é um estudo antigo, feito com cálculos, com trajeto, ligando a Savassi até o Aeroporto de Confins. Já existe o estudo, estudo de impacto, de viabilidade, de custo e de tempo de execução. Então se formos ágeis, se formos céleres, fizermos um chamamento das empresas interessadas, rapidamente eles vão aderir. E aí nós teremos em torno de quatro anos esse trecho ligado. Isso aí vai ajudar tremendamente os demais modais a si interagirem. Isso não quer dizer que nós não vamos perseguir a ampliação do metrô. Principalmente, qualquer um de nós que estiver na prefeitura, tem que focar na linha dois, que é do Calafate ou Barreiro. Porque já tem terraplanagem, já tem estudos. Está esperando só o recurso que venha do Governo Federal, assim como o Hospital do Barreiro está esperando recurso que venha do Governo Federal. Isso aí é uma habilidade do gestor. De conseguir, esses recursos. Além disso, o trânsito de Belo Horizonte é um dos mais caóticos. Aliás, a população de BH é hoje uma população insatisfeita com todas as políticas públicas. Você vai nos comerciantes, eles estão insatisfeitos. Você vai no profissional da saúde, eles estão insatisfeitos. Você vai no profissional da educação, eles estão insatisfeitos. E aqueles que transitam de carro ou de transporte público em BH estão insatisfeitos. Os que têm carros particulares acreditam que a BHTrans faz um trabalho predatório, com metas de multa, com sinalizações meio que inadequadas e que geram mais multas. Numa lógica de sempre arrecadar em função de aumentar impostos das pessoas ou aumentar o número de multas das pessoas. Eu tenho uma opinião completamente diferente. Por isso, quero dar fluidez no trânsito, porque eu quero valorizar a nossa cidade de BH, porque ela tem um potencial sem igual. É a cidade com os maiores talentos do Brasil. E nós podemos trazer dinheiro novo, trazer o turismo pra cá, trazer as pessoas que venham consumir aqui nos nossos bares, nos nossos restaurantes, que têm a melhor comida do Brasil. Que venham ocupar os nossos hotéis. Que venham usar os nossos meios de transporte, os táxis. Enfim, eu quero dar fluidez ao trânsito com vias alternativas, já no primeiro mês. Sinalização para vias alternativas. Aplicativo da prefeitura que oriente o cidadão sobre qual o melhor caminho para que ele possa percorrer. A possibilidade de compartilhamento das vias exclusivas de MOVE com táxis com passageiro. Isso aí estudam mostram que não vai impactar na diminuição da celeridade do deslocamento do MOVE. Com isso, nós vamos dar fluidez, nós vamos aliviar o trânsito e aumentar o número de estacionamentos. Hoje as pessoas ficam rodando com seu carro no Centro da cidade, enquanto o companheiro vai no banco, o companheiro vai no médico. Você fica rodando uma, duas horas, porque não existe estacionamento, com dificuldade de estacionar. Para em fila dupla, para em local proibido. Isso tudo são coisas simples que, antes mesmo do monotrilho ser construídos nos quatro anos do meu governo, no primeiro mês já temos que desfazer muitos nós para melhorar o transporte.

Guilherme Scarpellini – Só para ficar claro. O projeto do monotrilho teria que ser executado por meio de uma PPP?

Eros Biondini – Parceria Público-Privada. A previsão, se for bem executado, as licitações sendo bem feitas, como eu quero fazer, com muita transparência. É em quatro anos. Ou seja, o prefeito poderá propor e entregar esse trecho do monotrilho de Confins a Savassi. E na Savassi se distribui através do VLT, que é veículo leve sobre trilhos. Tudo isso já foi pesquisado. Não é por mim. Nós temos vários especialistas que já mostram a possibilidade de BH ter um trânsito mais fluído.

Raquel Alice – O senhor divulga no seu site que irá recuperar mil pessoas dependentes químicos por ano em Belo Horizonte. Como o senhor pretende executar esse plano? De onde viria essa verba? Como o senhor se baseou nesse número?

Eros Biondini – Primeiro, que eu vivo há 25 anos essa política. Eu, na minha adolescência, tive esse problema com as drogas. Tive uma experiência de recuperação e, a partir daí, comecei a trabalhar intensamente, não só em Minas e no Brasil, mas também fora do Brasil, com todas as experiências de recuperação de dependentes químicos. Principalmente aqueles usuários de crack compulsivos. Hoje são duas mil 2.500 pessoas que estão nas ruas, fazem parte desse rol dos 4 mil moradores de rua de BH, que estão abandonados nas ruas e totalmente sem dignidade. Eu tenho um programa totalmente viável e muito barato que é de recuperação dos dois mil nos quatro anos. Na verdade, quando você fala de de mil recuperações por ano, não é isso. Eu vou financiar mil vagas, vou conveniar mil vagas por ano no conjunto de comunidade de recuperação que existem no Brasil inteiro e com os quais eu me relaciono. Só eu tenho cinco assessores que são ex dependente do crack, três deles já moraram nas ruas de BH. Eu sei como recuperar, eu tenho feito isso para centenas de jovens. Vamos contratar mil vagas e, sabemos que bem abordados, mil desses jovens por ano optarão por livremente querer se recuperar. Só que nós temos que considerar que 50% é o índice de recuperação. Se vamos encaminhar mil, vamos recuperar 500 por ano. Em quatro anos, nós vamos devolver às famílias, devolver à sociedade dois mil jovens em média. Porque de cada mil que nós ajudarmos, 500 voltarão recuperados porque essa é a média de eficácia dos programas. Isso custará para os cofres públicos R$ 12 milhões, porque é mil reais a vaga, para mil pessoas, durante 12 meses. 12 milhões por ano, é um orçamento totalmente possível, é o preço, é mais barato que o viaduto que caiu, que foi de R$ 15 milhões, então, e que não tinha necessidade, tanto é que não foi construído outro. Então uma ‘economiazinha’ dessa você recupera 500 jovens por ano. Com um detalhe, todo mundo sabe, todos os estudos mostram que 80% dos crimes, da violência doméstica, dos assaltos, roubos de celular, bicicleta, ‘bateção’ de carteira, mulheres que voltam no escuro do trabalho. Toda essa violência é diretamente ligada à droga. Você recupera dois mil jovens que são candidatos à prisão ou ao cemitério – se não forem cuidados – recupere essas pessoas e você verá o impacto positivo na segurança, na saúde, na evasão escolar e em todas as outras áreas. Então eu proponho algo que é revolucionário para BH e que ninguém propôs até agora. Uma coisa tão simples e que podia hoje já estar evitando mortes de tantas pessoas que estão no crack aí sofrendo.

Thiago Ricci – De bate pronto, Eros, por gentileza, porque já estamos ao final da primeira etapa. Pelo que entendi então, o senhor usaria estruturas existentes?

Eros Biondini – Não só equipamentos de Belo Horizonte, mas usaríamos instituições, que são hoje em torno de duas mil no Brasil, parceiras da COFENAT, que ofereceriam as vagas para que a prefeitura conveniassem. Com um detalhe, muitos dos jovens que estão aqui hoje na droga, vieram de outros lugares, de outros estados. E aqui entraram nas drogas, às vezes vieram estudar, caíram nas drogas, foram para a rua e sequer tem condições de voltar para sua casa. Tem pessoas aqui que são de Goiânia, e em Goiânia tem comunidades terapêuticas. Eu posso conveniar com Goiânia, posso levar esse jovem para se recuperar em Goiânia. Esse jovem se recupera lá e lá mesmo ele volta ao mercado de trabalho, para sua casa, para sua faculdade e ali mesmo ele volta a ter sua dignidade.

Thiago Ricci – Sempre foi um questionamento de parte da população belo-horizontina na gestão Marcio Lacerda o uso de espaços públicos. Questionamentos sobre a falta de incentivo ao uso dos espaços, restrições em parques. Ao mesmo tempo, houve um aumento de eventos particulares, por exemplo no Parque das Mangabeiras. Moradores da região principalmente hoje questionam sobre os impactos ambientais. Como o senhor pretende trabalhar com isso?

Eros Biondini – Eu acredito em uma relação harmoniosa entre os cidadãos. O belo-horizontino é conhecido no Brasil inteiro como uma pessoa acolhedora, uma pessoa hospitaleira. E, ultimamente, o que está acontecendo? Uma cultura de intolerância. As associações de moradores não aceitam bares, nem músicos. Os músicos se sentem prejudicados na sua cultura. BH é a cidade do barzinho, a cidade do músico, onde se tem Milton nascimento, 14 Bis, Jota Quest, Skank. Os maiores cantores do Brasil estão aqui. Então eu acredito em uma cidade harmonizada, em uma cidade solidária. Aonde ela pode ser administrada para todos e onde o meu estilo de vida tenha uma convivência ética com o seu, ainda que o seu não seja o mesmo meu. Eu acredito nisso e é isso que eu vou propor. Agora, sabe o que que acontece? Quando o gestor é frio ou quando ele não dialoga com os segmentos, quando ele não cria uma relação afetiva com os segmentos, como se diz na gíria, o rebanho fica com a cara do pastor. Você quando tem um patrão truculento, você pega o gerente se torna truculento também com o subalterno dele. Então se você tem uma relação amorosa, afetiva, com todos os segmentos, você pode usar os espaços públicos com qualidade, você pode conquistar o respeito das pessoas que usufruem o respeito das pessoas que frequentam aquele ambiente e pode chegar em um denominador comum para que ninguém impeça a cultura de acontecer, por exemplo, e também não se sinta incomodado na sua casa, no seu direito de silêncio e de descanso, que é sagrado.

Thiago Ricci – O senhor desistiu da candidatura em 2012 para apoiar o Marcio Lacerda. Ele naquele momento já era candidato à reeleição, então não era exatamente uma novidade. Hoje o senhor critica a gestão atual. Isso não pode parecer incoerente para o leitor?

Eros Biondini – Não é incoerente pelo seguinte. Primeiro, que na primeira disputa há oito anos, eu fui da chapa adversária a Marcio Lacerda. Nós disputamos em um outro programa de governo, eu era vice na chapa do PMDB. Perdemos a eleição, Marcio Lacerda ganhou. Eu torço pela cidade. Ao final dos quatro anos, ele tinha cumprido quase nada das suas promessas de governo. Nem Lagoa da Pampulha, nem metrô, nem Hospital do Barreiro, nem MOVE. Praticamente, nada. Então quando o Patrus Ananias entrou e a eleição se tornou polorizada, de um turno só, nós – não só eu, mas vários outros – discernimos, percebemos que haveria ali um voto de conveniência e nossos eleitores migrariam para um ou para outro, porque não teria escolha. Diferente dessa de agora, que quem vai votar em mim no primeiro turno, vai votar em mim. E, no segundo turno, se eu tiver lá, vota de novo, se eu não tiver, aí ele faz sua escolha. Entendi pelo grupo político que eu estava e pela compreensão de que o melhor para a cidade seria dar a oportunidade – mesmo criticando o prefeito dele não ter cumprido suas promessas, mas que não houvesse ruptura ainda porque seria pior o início de outras propostas – que ele tivesse a oportunidade de uma reeleição para tentar concluir as promessas. Infelizmente, não vou dizer que arrependi de ter essa concepção, de ter apoiado, mas eu me decepcionei muito. Porque até hoje não temos Hospital do Barreiro, não temos Lagoa da Pampulha, não temos mobilidade urbana, temos a cidade das mais violentas, do trânsito mais caótico, o IPTU mais caro do Brasil, o faixa azul mais caro do Brasil, a passagem de ônibus terceira mais cara do Brasil, ou seja, uma cidade que está decadente, uma cidade maravilhosa que poderia estar muito melhor. Eu apostei que no segundo mandato – e eu sou contra a reeleição – mas em havendo o segundo mandato naquela ocasião, que desse a aquele que não cumpriu as suas promessas a oportunidade. E confesso que nas conversas com ele, eu senti que ele estava aberto a realmente ter mais sensibilidade social, o que eu vejo que não aconteceu.

Maira Monteiro – Candidato, o senhor é autor de projetos de lei que são criticados por parte da sociedade que depende de pautas mais progressistas. É a visão do senhor sobre esses assuntos, como ideologia de gênero, aborto etc. Porém, ao mesmo tempo ouvir entrevistas recentes do senhor, em que o senhor fala sobre a liberdade das pessoas, que as pessoas são livres para fazer escolhas. O senhor está suavizando um pouco o discurso e a visão do senhor para conquistar eleitorado ou realmente a visão do senhor como gestor?

Eros Biondini – Não, é a minha visão como gestor e é minha visão também como ser humano. Quem, às vezes, quer radicalizar e polemizar são as pessoas que querem incutir na cabeça da sociedade, que uma pessoa que é contra o aborto, por princípios, por acreditar que um neném dentro da barriga da mãe já é um ser humano, respeitando aqueles que acreditam que ainda não é, que uma pessoa por ser contra o aborto, ele seja perseguidor de uma mulher. Então quem faz isso é que está usando de má fé. Sou eu que propus, e tem a lei em Minas Gerais que garante que as presas grávidas, ao sexto mês de gestação, sejam transferidas para uma unidade prisional específica, humanizada, para que o neném possa nascer sem ser considerado um criminoso. Essa unidade já existe, aqui em Vespasiano, é o Centro de Referência à Gestante Privada de Liberdade. Sabe de quem é essa lei? É minha. Então se hoje a presa, grávida, ela pode ser transferida e dar a luz em uma etapa tão delicada de sua vida em um ambiente humanizado, mais acolhedor, isso é fruto da minha lei. Eu sou autor da lei de Minas Gerais que trata das vítimas de violência, sobretudo crianças, mulheres, e o segmento LGBT. Então, isso não é verdade de que eu esteja suavizando. Uma coisa que eu sou é acessível. Sou o único deputado, em exercício de mandato, que se especializou em Poder Legislativo, o que deveria ser, inclusive, um pré-requisito para todos os deputados para exercer o Poder Legislativo. Eu me especializei. E na minha tese de conclusão do curso, eu propus que avaliássemos os projetos de lei, durante a tramitação, aqueles que foram submetidos à opinião pública, submetidos à audiência pública para que eles fossem mais aplicáveis. E eu retirei sim o projeto de lei que trocava a palavra gênero por sexo, que era de minha autoria, na Lei Maria da Penha, a pedido do segmentos LGBT. Não fiz isso para fazer média não. Para ser coerente à minha tese, que fiz na PUC, de que os deputados precisam ouvir mais para que seu projeto seja mais eficaz. Isso eu provei na minha tese. E nada mais justo do que se você criticar um projeto de lei meu e pedir mais tempo para discuti-lo, que eu possa retirar um projeto em respeito a você.

Guilherme Scarpellini – Caso o senhor venha a ser eleito, quais são suas perspectivas em destravar esses repasses, considerando que o senhor faz parte de um partido pequeno, com uma bancada de apenas sete deputados federais, e que não fechou questão em relação ao impeachment? Como é a relação do PROS com o governo Temer?

Eros Biondini – Não, primeiro que isso daí já é uma página virada. Que for o gestor de BH e, acredito que serei eu, teremos que ter habilidade de convivência com o poder estadual e com o governo federal. Eu tenho testemunho disso, eu sou prova disso. Primeiro, quem conseguiu recurso, R$ 700 mil este ano para o Hospital da Baleia junto ao Ministério da Saúde sou eu, os R$ 500 mil para a Santa Casa são recursos que eu consegui, vocês podem conferir lá: R$ 300 mil para o Madre Tereza, R$ 200 mil para o Hospital Mário Pena (para equipamentos de oncologia para as crianças), R$ 100 mil para o Hospital Evangélico, R$ 100 mil para o Hospital São Francisco (Guilherme: não são emendas?) Eros: Emendas! Mas as emendas você também tem que lutar por elas. Muitos deputados quando se acomodam, eles não não têm a suas emendas pagas, eu corri para que as minhas emendas de BH fossem pagas e 100% delas foram pagas. Isso mostra que, a mesma coisa como prefeito, eu quero fazer. A mesma habilidade que trouxe recurso para saúde e para outros hospitais, eu posso trazer também os recursos para o Hospital do Barreiro. E outro detalhe: quando eu fui secretário de Esporte e Juventude, eu batalhei para que nós aportássemos R$ 10 milhões para construir o Centro de Referência à Juventude. Foi na minha gestão. E, mesmo, muitas vezes, a prefeitura tendo má vontade, eu me dispunha. As pessoas até diziam: mas secretário, nem o prefeito vai te receber, você vai lá para reunir com a secretária da secretário da secretária. Não tem problema para mim, eu não tenho essa vaidade, eu quero é resolver o problema. Então eu como um gestor estadual vinha até a prefeitura, exigia os os R$ 2 milhões que eles tinham comprometido e nós, R$ 10 milhões. R$ 12 milhões para construir o centro de referência que hoje, por sinal, está totalmente desativado, não é utilizado. Para mostrar que quando um gestor municipal quer, ele consegue sim o recurso. Agora, só para concluir, como que um prefeito que mora na mesma cidade que o governador demora um ano e meio para o primeiro encontro com o governador? Você acha que o cara que está com o dinheiro, você demora um ano e meio para ir lá, como é que ele vai? Só se ele correr atrás de você e falar: ou, ou, toma aqui o dinheiro. Então eu não vou esperar nem cinco dias para encontrar com o governador. Poderia até ser meu inimigo mortal (graças a Deus eu não tenho nenhum inimigo), mas você tem que reunir com o presidente e com o governador uma vez por mês.

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