[Eleições 2018] Dirlene ataca Pimentel, promete regularizar salários e flerta com a descriminalização de drogas

Dirlene Marques foi a primeira candidata a participar das sabatinas do Bhaz (Henrique Coelho/Bhaz)

A candidata do PSOL ao Governo de Minas, Dirlene Marques, classificou como “inacreditável” o escalonamento do salário dos servidores do Estado, prometeu que regularizará os vencimentos caso eleita e sinalizou favoravelmente à descriminalização de drogas. Esses e outros temas – como a aversão à privatização de estradas e a promessa de investimento em ferrovias – foram abordados pela professora em entrevista ao Bhaz.

Dirlene Marques, integrante dos conselhos regional e federal de Economia (veja a biografia completa abaixo), é a primeira participante da série de entrevistas com os candidatos ao Governo de Minas realizada pelo portal. Relembre as diretrizes da cobertura da disputa política deste ano feita pelo Bhaz aqui.

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Em sua primeira disputa eleitoral, a economista e professora tem pela frente um enfrentamento contra a polarização PT x PSDB em Minas Gerais. Além disso, ela carrega a responsabilidade de potencializar o PSOL e fazer com que o partido ganhe força nas eleições. Em entrevista (veja a íntegra acima), a candidata falou sobre assuntos como a tragédia provocada pelo rompimento da mineradora Samarco, em Mariana; Segurança Pública e política contra as drogas; os conflitos internos no partido e a Saúde no Estado.

Salários em dia, escalonamento e piso

Dentre as principais propostas apresentadas, Dirlene se comprometeu a acabar com o atraso e escalonamento do salário dos servidores da educação em Minas Gerais.

“Pra nós, é fundamental que os trabalhadores do Estado estejam satisfeitos e recebendo em dia os seus salários. É inacreditável que o Partido dos Trabalhadores (PT) menospreze servidores de áreas sociais, como segurança, saúde, educação e outras. É uma questão de opção, nós sabemos que o Estado tem condições de manter os salários em dia”, disse Dirlene, ao se referir ao escalonamento realizado pelo governo de Fernando Pimentel (PT).

Questionada sobre, se caso eleita, colocaria os salários em dia, a candidata se comprometeu. “Seguramente. A partir do que assumirmos, os salários serão pagos integralmente”, afirma.

Quanto ao piso mínimo para os professores, Dirlene informa que é preciso implantar, imediatamente, a lei que obriga o governo a pagar o piso nacional aos professores de Minas. “É um valor ainda considerado baixo para que os professores possam exercer qualidade no trabalho”, diz.

Política antidrogas

Estudiosos foram convidados pelo Bhaz para fazer perguntas para os candidatos. O especialista em Segurança Pública e professor universitário, Robson Sávio Reis, questionou a concorrente do PSOL sobre a política antidrogas no Estado. “Este é um problema que atinge, letalmente, os jovens negros de periferia. Precisamos trazer a discussão sobre o assunto. A descriminalização do uso da droga faz parte do projeto que visa reduzir a punição e mortalidade dos jovens negros e pobres da nossa sociedade. Precisamos discutir isso junto à sociedade”, disse a psolista.

Mobilidade e transporte

Dirlene ainda disparou sobre o estado de BR-381 em Minas Gerais, via considerada por ela em estado de calamidade. A candidata foi questionada sobre o gerenciamento das rodovias mineiras e federais no Estado pelo engenheiro e consultor em transporte e trânsito, Osias Baptista.

“Somos contrários à privatização das rodovias como foi feita, de forma intensa, em Minas. O maior investimento aqui deve ser na malha ferroviária, trazendo melhor qualidade de vida. A BR-381 é uma calamidade”, disse.

A postulante ainda apresentou propostas que podem ser cumpridas de imediato para reduzir o problema. “O que podemos fazer é dar melhores condições ao Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER-MG) para realizar manutenções nas vias”, elenca Dirlene.

‘Nós podemos’

Única mulher concorrendo ao Governo de Minas, Dirlene acredita que isso possa influenciar de maneira positiva na maior participação das mulheres na política. “Acredito que minha eleição já passa por isso, pois, passa a ideia de que ‘sim, nós podemos’. Só de ter chegado e ousado a ocupar esse tipo de espaço já é muito bom. Eu disputo com sete homens, brancos e ricos e sou mulher de um partido de esquerda. Acho que isso já mostra um grande enfrentamento”, ressalta.

Perfil

Dirlene começou sua caminhada política como militante, já aos 12 anos. Mais tarde, já na faculdade de economia, ela lutou, por meio de partidos clandestinos, contra o período de ditadura militar no Brasil.

Ela sempre foi ligada à luta feminista e movimentos sociais. A candidata fez parte da construção e desenvolvimento do Partido dos Trabalhadores (PT), onde se filiou nos anos 1980. Ela integrou o núcleo de economistas do PT, mas, em 2005, deixou a sigla e começou a apoiar partidos como o próprio PSOL, o PCB e o PSTU.

Dirlene foi diretora do Sindicato dos Economistas de Minas Gerais (Sindecon-MG), diretora da Associação dos Professores Universitários de Belo Horizonte (Apubh) e conselheira do Conselho Regional de Economia (Corecon) e do Conselho Federal de Economia (Cofecon).

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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