Idoso tira fotos de partes íntimas de mulher, que é avisada por passageiros: ‘Nem sair de vestido pode mais’

Fotos Ilustrativas (Amanda Dias/BHAZ)

Uma mulher, de 31 anos, denunciou um idoso por tirar fotos de seu corpo sem que ela percebesse. Os dois estavam no mesmo ônibus, o homem se aproveitou que a vítima estava de vestido para fotografá-la. Sentado no assoalho do coletivo, tirou fotos da mulher, que estava em pé ao seu lado.

O caso se passou na manhã do último sábado (21), enquanto o ônibus passava pela avenida Antônio Carlos, na região da Pampulha. Em conversa com o BHAZ, a vítima relatou que um outro homem no ônibus percebeu a situação e gritou para avisá-la das fotos. “Eu tentei tirar o telefone da mão dele, vi que estava com a câmera ligada”, conta.

Segundo a vítima, o idoso tentou fugir quando o motorista abriu a porta, mas outros passageiros do ônibus ajudaram a segurar o idoso. Todos aguardaram então a chegada da Polícia Militar. “Tive que ir na mesma viatura que ele. Primeiro ele falou que não tinha tirado foto nenhuma, depois falou que apagou. Dentro da viatura ficou me pedindo desculpas, falando que não queria fazer isso”, relatou a mulher.

Segundo o registro policial, após a vistoria no aparelho celular que o homem portava, “foram localizadas fotografias das nádegas e pernas da vítima”.

Para ela, a situação foi humilhante. “Mulher não tem sossego para fazer nada nessa vida. Nem sair de vestido em um dia de calor pode mais, porque um velho resolve tirar foto”, desabafou.

‘Impunidade, humilhação e falta de respeito’

A Polícia Civil informou ao BHAZ que o suspeito foi ouvido e liberado. Além disso, um inquérito policial será instaurado para apuração dos fatos.

Ao saber da liberação do homem, a mulher se sentiu frustrada. “É muito humilhante ficar quatro horas aguardando atendimento na Polícia Civil e o indivíduo que está com fotos que tirou sem o meu consentimento, de minhas partes íntimas, ser liberado”, declarou.

Com essa sensação de impunidade, a vítima se sentiu como se estivesse acontecendo tudo de novo. “Eu não tive coragem de contar para minha família até agora, de tanta vergonha. Impunidade é pouco, é humilhação e falta de respeito mesmo”, afirmou.

Crime sexual

Vale lembrar que o crime de importunação sexual se tornou lei no ano passado e é caracterizado pela realização de ato libidinoso na presença de alguém e sem sua anuência. O caso mais comum é o assédio sofrido por mulheres em meios de transporte coletivo, como ônibus e metrô. Antes, isso era considerado apenas uma contravenção penal, com pena de multa. Agora, quem praticá-lo poderá pegar de 1 a 5 anos de prisão.

Já o crime de estupro é previsto no art. 213, e consiste em “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”. Mesmo que não exista a conjunção carnal, o criminoso pode ser condenado a uma pena de reclusão de 6 a 10 anos.

Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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