Os casos de intoxicação por dietilenoglicol (DEG), substância encontrada na cerveja Belorizontina, da Backer, espalhou pânico entre consumidores da bebida. Pelo menos 14 pessoas estão internadas em estado grave por conta da condição. Apesar da recuperação dos pacientes ser lenta, amigos e familiares que acompanham, de perto, a rotina de tratamento dos hospitalizados confiam na melhora deles e não perdem a esperança.
Uma das vítimas é o dentista Ney Eduardo Vieira Martins, de 64 anos, que durante uma passagem por BH, em dezembro, fez uso da bebida e apresentou os sintomas da intoxicação por DEG. A esposa dele, Taciana Maciel, contou ao BHAZ que o companheiro tem feito hemodiálise três vezes por semana, devido às funções terem se comprometido, mas que ele vem recuperando “aos poucos”. “A recuperação está devagar. Aos poucos ele vem apresentando melhoras e já está em casa. Três vezes na semana ele faz hemodiálise e diariamente muitos exames”.
Os exames têm feito com que Ney apresente cansaço, conforme conta a esposa. “Os desgastes físico e emocional são muito fortes, pois ele tem feito bastante exames”, destacou.
Por conta do tratamento, o dentista saiu de São Lourenço, no Sul de Minas, e está no apartamento da família na capital mineira. “De uma hora pra outra a vida mudou de cabeça pra baixo, totalmente. O que era pra ser um momento de lazer virou isso. Os médicos estão esperançosos e nós também”, conta.
O sentimento de esperança é o mesmo da família de Cristiano Mauro Assis Gomes, de 47. Professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), ele continua internado na UTI do Hospital Biocor desde a véspera do Natal. “Ele teve uma melhora, tanto que voltou com alguns movimentos, mas segue em estado grave”, contou Maria Tereza, amiga da esposa do educador.
Na próxima quinta-feira (23) a internação de Cristiano completa um mês. Os amigos e familiares seguem com o desejo de vê-lo recuperado o mais breve possível. “Todos estão rezando e tenho a certeza que tudo dará certo. Ele é um rapaz novo, saudável e reafirmo, temos a certeza que ele vai se recuperar”, disse.
Pelas redes sociais a esposa do professor, Flávia Schayer, também manifesta a esperança e agradece pelo esforço da equipe médica. “É de impressionar a competência e o amor dessas pessoas com o Cris e com nós da família. Encontrei anjos na forma de humanos… Serei eternamente grata a esses anjos. E sei que vamos vencer essa intoxicação e o Cris sairá dessa sem sequelas”, disse.
Intoxicação por DEG
De acordo com a SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde), 21 casos suspeitos de intoxicação exógena por dietilenoglicol foram notificados até essa segunda-feira (20). Quatro casos foram confirmados e os 17 restantes continuam sob investigação, uma vez que os pacientes apresentaram sinais e sintomas com relato de exposição.
Quatro casos suspeitos de intoxicação evoluíram para óbito. Um deles está entre os quatro casos em que foi confirmada a presença da substância dietilenoglicol no sangue. Trata-se de um homem, que esteve internado em hospital de Juiz de Fora, na Zona da Mata, e faleceu em 7 de janeiro.
Já os outros três casos de óbito estão entre os 17 casos em investigação. Trata-se de um homem, que faleceu em 15 de janeiro em Belo Horizonte; um homem, que faleceu na última quinta-feira (16), também na capital mineira e de uma mulher, que faleceu em 28 de dezembro em Pompéu. Estes pacientes estão entre os casos suspeitos e a confirmação sobre a causa da morte depende do resultado de análises laboratoriais.
