O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), disse nesta quarta-feira (15), durante inauguração da segunda fase das obras do hospital de campanha que está sendo montado no Expominas, no bairro Gameleira, na região Oeste de BH, que as medidas de isolamento e distanciamento social devem seguir até o mês de junho, para evitar a elevação do pico de contágio do novo coronavírus no estado.
O governador informou também que o estado deve apresentar um protocolo de medidas que deverão ser tomadas por prefeituras que decidirem afrouxar o isolamento e retomar as atividades comerciais nas próximas semanas. “Nós vamos e estamos recomendando o isolamento, que tem se provado a medida mais adequada no momento. As secretarias de Saúde e Desenvolvimento Econômico, estão elaborando um protocolo, que deve ser divulgado na próxima semana, onde vamos indicar a todos os prefeitos que por ventura coloquem atividades em funcionamento quais regras eles deverão seguir”, garantiu.
Zema considerou a situação da doença dentro do controle no estado e disse que não espera usar a estrutura do hospital de campanha. “Esperamos passar por esse período com esse hospital vazio”, disse. “Gostaria que não fosse utilizado, mas sabemos que não podemos passar uma crise dessa sem estepe. Não vamos arriscar passar por esse período sem leitos adicionais”, acrescentou.
Medidas até junho
Sobre a manutenção de medidas de isolamento até junho, o chefe do Executivo estadual disse que tudo pode mudar, a depender da curva de contágio no Estado. “Tudo que falarmos agora sobre o coronavírus está sujeito a ter mudanças, não sabemos se amanhã algum caso inesperado e imprevisível possa acontecer. Mas, de acordo com andamento até agora, é muito provável que até junho, nenhuma atividade com aglomeração volte, as aulas não voltem, casas de shows não funcionem e que os estádios fiquem sem público”, afirmou.
“Quero deixar claro aqui, que estamos colocando a preservação das vidas em primeiro lugar. Vale lembrar que quem decide o que abre e o que fecha é o prefeito. E o prefeito que decidir que vai abrir alguma coisa, que tome todos os cuidados necessários como nós estamos tomando”, acrescentou o mandatário.
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Em crítica direcionada ao prefeito Alexandre Kalil (PSD), Zema disse que a restrição de entrada de ônibus na capital é uma medida radical. “Os prefeitos, alguns deles, têm reagido de maneira, talvez, eu diria extremista. Não quero julgar ninguém especificamente. Mas é um momento que realmente exige cuidado. Em minha opinião, não é uma medida que deva ser tomada sem prévia analisa e sem algum cuidado, porque as pessoas têm direito de ir e vir”, apontou.
Reflexo financeiro
O governador ressaltou que Minas já começa a sentir os efeitos da queda de arrecadação e que busca alternativas para repor o rombo. Segundo Zema, as medidas de saúde exigiram um gasto de R$ 400 milhões a mais no orçamento do Estado.
“Além da crise provocada pela doença, estamos lidando com um desafio financeiro. Desde o dia 20 de março, já sentimos uma queda acentuada na arrecadação. No mês de abril tivemos muitas dificuldades para manter o estado operando. Nos últimos anos, nos governos passados, se gastou mais do que se arrecadou. Então, não tem reserva, mas tem dívidas”, afirma.
O mandatário precisou recorrer a ajuda federal e, agora, espera boas notícias. “Estamos em uma situação dramática. Esperamos a ajuda do Governo Federal, pois sabemos que essa situação grave aqui em Minas é grave em outros estados também. Com certeza, o Governo Federal será acessíve. Liguei para senadores e espero que tenhamos boas notícias de Brasília, como a compensação perdas do ICMS”, ressaltou o governador.
Coronavírus em MG
Dos 903 casos do novo coronavírus em Minas, 374 estão em BH. Segundo a SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais), o estado já registou 30 mortes provocadas pela Covid-19. Minas ainda tem 63 mortes em investigação e 67,1 mil casos suspeitos da doença.
