Ocupação de UTIs para Covid-19 supera 60% em BH e acende alerta

Hospital Leito Covid BH
Infectologista pede que população tome cuidado nas celebrações de fim de ano (Amanda Dias/BHAZ)

Às vésperas do Natal e das festas de fim de ano, Belo Horizonte superou a marca de 60% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao tratamento da Covid-19, ocupados, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura nesta segunda-feira (14). O infectologista Unaí Tupinambás alerta para que a população não descuide e torne a situação pior do que o início da pandemia na cidade.

Segundo dados do boletim de hoje, BH tem 57.729 casos confirmados de Covid-19 e 1.741 pessoas já morreram por causa da doença. Além disso, 2.255 casos estão em acompanhamento e 53.733 pacientes já se recuperaram. A ocupação de leitos de UTI, que considera as redes pública e privada, chegou a 62,3%. A ocupação de leitos de enfermaria destinados à Covid-19 estão em 51,5%.

“A situação está bem tensa. Neste fim de ano, temos visto as pessoas cansadas, muitas festas sendo programadas, pessoas tirando férias… O nosso receio é que a recrudescência da primeira onda seja pior do que o que vimos em maio, junho. A população precisa entender que a situação é muito grave, e a tendência é piorar”, alertou Unaí Tupinambás, integrante do Comitê de Combate à Covid-19 da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte).

indicadores de monitoramento covid bh
Alta na ocupação de UTI acende alerta (Reprodução/PBH)

Natal e Ano Novo

O especialista pede que a população não se esqueça da pandemia durante as festas de fim de ano, como o Natal e as comemorações no Réveillon. Segundo ele, a previsão é de que a situação da pandemia em BH esteja “bem pior” já na segunda semana de janeiro, caso as medidas de contenção da disseminação da Covid-19 não sejam levadas a sério.

“Todos têm que entender que, se relaxarmos demais, as festas que estão sendo planejadas podem acabar se tornando festas de despedida. Muitas vezes, a população mais vulnerável não frequenta os eventos, mas os mais novos, filhos, netos, acabam levando o vírus para dentro de casa. Estamos orientando que a população aguente mais um pouco, temos boas perspectivas de vacinação a partir do ano que vem”, pontua Unaí Tupinambás.

O infectologista ressalta que uma das medidas tomadas pelo Comitê de Combate à Covid-19 foi a “Lei Seca”, que proibiu o consumo de bebidas alcoólicas em estabelecimentos da capital mineira. O decreto assinado pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) chegou a ser invalidado por uma decisão da Justiça, mas a liminar foi derrubada e a proibição continua valendo. “Não podemos proibir que façam festas gigantescas em casa, agora está na mão da população”, completa.

Como celebrar com segurança

O especialista deu, ainda, dicas para que as celebrações de fim de ano sejam feitas em segurança. Ele orienta que não sejam feitas festas com mais de 10 pessoas, e que tudo seja feito em espaços abertos. “A família pode dispor a mesa em uma varanda, manter o distanciamento, evitar abraços. As pessoas de grupo de risco devem ficar mais afastadas, usando um protetor facial, que facilita a sociabilidade”, explica.

Além disso, Unaí Tupinambás recomenda que as compras de Natal sejam feitas em lugares não muito cheios, e orienta que os consumidores não passem muito tempo nos estabelecimentos. “Façam uma lista, comprem o que precisam e saiam. Temos que entender que a situação não está boa, e também temos a pressão de outras doenças crônicas. A doença não pode ser banalizada, caso contrário vai ser um final de ano muito triste para muitas famílias”, finaliza o infectologista.

Edição: Vitor Fernandes
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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