PM terá carro de som e blitze para toque de recolher contra Covid-19

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Polícia Militar vai intensificar fiscalização com o início da onda roxa em Minas Gerais (Amanda Dias/BHAZ)

Após anúncio que Minas Gerais já registra colapso no sistema de Saúde e que todos os municípios entrarão na onda roxa, a Polícia Militar vai reforçar a fiscalização. De acordo com o comandante-geral da PM, coronel Rodrigo Sousa Rodrigues, militares farão blitz em pontos estratégicos, a partir das 20h, e também terão apoio de carros de som para conscientizar as pessoas. As medidas começam a ser adotadas a partir de amanhã (17), junto com o início da onda roxa, que é bem restritiva, em todo o estado.

“Ficou claro que é o momento mais crítico da guerra pela vida, e é necessária a contribuição de cada um. O governador determinou que nós reforcemos nossa atuação, revendo nosso protocolo”, disse o comandante-geral. O pedido de uma atuação mais protagonista da PM foi feito pelos prefeitos mineiros.

O comandante faz um apelo e afirma que, “se cada um não tomar medidas adequadas, vamos estar numa situação muito complicada”. A PM vai rever protocolos das grandes cidades e passar as orientações. “Vamos atuar de forma conjunta com as guardas municipais, e nos pequenos municípios vamos aproximar para dar todo apoio e proteção para a sociedade”.

Blitze e carros de som

De forma prática, blitze estilo Lei Seca serão implantadas em pontos estratégicos dos municípios, e carros de som vão circular. “A partir das 20h, que é o horário definido para o toque de recolher, vamos reforçar nossa atuação. Seguiremos também com a fase de orientação dentro do protocolo organizando, com sistema de som para que todos saibam da gravidade do momento que estamos vivendo. É obrigação da PM a manutenção da ordem e a proteção da saúde pública”.

A mensagem tocada pelos carros de som será a seguinte: “Atenção, cidadão! Nossa cidade encontra-se na onda roxa, referente à disseminação da Covid-19. Mais uma vez, contamos com o apoio de todos para conter o avanço da pandemia. Permaneça em casa, evite aglomerações, use máscara e álcool em gel. Siga todas as regras determinadas pela prefeitura e pelo estado. Juntos, venceremos mais essa batalha, Polícia Militar de Minas Gerais, nossa profissão, sua vida”. Ouça:

Conduções

Ao BHAZ, a capitão Layla Brunnela, porta-voz da PM, disse que militares poderão conduzir à delegacia cidadãos em situações mais sérias. “As tratativas operacionais ainda não foram fechadas para ficar definidos os casos que levarão ou não uma condução. Teremos um papel de fiscalização mais incisivo, com uma ampliação de principalmente nesse horário. De início, será uma orientação, para que essas pessoas corrijam a conduta. Em alguns casos, pode se levar à condução, principalmente se houver resistência. Estamos amparados pelo artigo 268 do código penal – infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa – é sempre nosso último recurso, mas será uma opção”.

A capitão também reforça que a PM usará de diálogo e bom senso com as pessoas que estiverem circulando fora do horário permitido. “As saídas só são permitidas no caso de acesso a serviços emergenciais, de forma comprovada, principalmente mais tarde e de madrugada. Alguém que apresentar sintomas, questões de doença, algo visível, fica óbvio. Os militares estão sendo instruídos para esse atuação, contudo, a definição de tudo será até o fim desta tarde”, completa.

Além disso, as barreiras sanitárias, já existentes em BH, deverão ser instaladas em alguns pontos de todas as cidades mineiras também. A PM dará apenas o suporte. “É importante dizer que ainda estamos fechando nosso planejamento. Tem uma parte que vamos definir junto com a SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais). Temos intensificado a parceria com as prefeituras, também temos uma atuação com a PMRv (Polícia Rodoviária Estadual), e com a Polícia Ambiental”, completa o comandante-geral coronel Rodrigo Sousa Rodrigues.

O que é a onda roxa?

A fase de restrições ainda mais rígidas foi anunciada no início deste mês – até então, as regiões com cenários mais graves eram enquadradas na onda vermelha, que não impunha restrições de circulação, por exemplo. Agora, no entanto, os municípios podem avançar para um estágio ainda mais grave, e, nesse caso, são colocados na onda roxa – é o caso, neste momento, de todas as cidades mineiras. A medida, com determinações rigorosas, foi criada diante do risco de um colapso do sistema de saúde, com tem sido observado em outros estados.

Entre as restrições previstas pela onda, está a proibição de circulação de pessoas que não se deslocam para atividades essenciais; o toque de recolher das 20h às 5h; a proibição de reuniões presenciais, inclusive de pessoas da mesma família que não moram juntas; entre outras. Confira o que será vetado em todo o estado a partir de quarta:

  • Circulação pessoas e veículos pra atividades não-essenciais;
  • Circulação de pessoas sem máscara em qualquer espaço público ou coletivo, ainda que privado;
  • Circulação de pessoas com sintomas de gripe, exceto para realização ou acompanhamento de consultas e exames médicos e hospitalares;
  • Realização de reuniões/eventos presenciais, inclusive entre pessoas da mesma família que não moram juntas;
  • Qualquer tipo de evento público ou privado que possa provocar aglomeração;
  • Funcionamento de bares e restaurantes (permitido somente para delivery)

Quais são as atividades essenciais?

De acordo com o Governo de Minas, são consideradas atividades essenciais:

  • setor de saúde, incluindo unidades hospitalares e de atendimento e consultórios;
  • indústria, logística de montagem e de distribuição, e comércio de fármacos, farmácias, drogarias, óticas, materiais clínicos e hospitalares;
  • hipermercados, supermercados, mercados, açougues, peixarias, hortifrutigranjeiros, padarias, quitandas, centros de abastecimento de alimentos, lojas de conveniência, lanchonetes, de água mineral e de alimentos para animais;
  • produção, distribuição e comercialização de combustíveis e derivados;
  • distribuidoras de gás;
  • oficinas mecânicas, borracharias, autopeças, concessionárias e revendedoras de veículos automotores de qualquer natureza, inclusive as de máquinas agrícolas e afins;
  • restaurantes em pontos ou postos de paradas nas rodovias;
  • agências bancárias e similares;
  • cadeia industrial de alimentos;
  • agrossilvipastoris e agroindustriais;
  • telecomunicação, internet, imprensa, tecnologia da informação e processamento de dados, tais como gestão, desenvolvimento, suporte e manutenção de hardware, software, hospedagem e conectividade;
  • construção civil;
  • setores industriais, desde que relacionados à cadeia produtiva de serviços e produtos essenciais;
  • lavanderias;
  • assistência veterinária e pet shops;
  • transporte e entrega de cargas em geral;
  • call center;
  • locação de veículos de qualquer natureza, inclusive a de máquinas agrícolas e afins;
  • assistência técnica em máquinas, equipamentos, instalações, edificações e atividades correlatas, tais como a de eletricista e bombeiro hidráulico;
  • controle de pragas e de desinfecção de ambientes;
  • atendimento e atuação em emergências ambientais;
  • comércio atacadista e varejista de insumos para confecção de equipamentos de proteção individual – EPI e clínico-hospitalares, tais como tecidos, artefatos de tecidos e aviamento;
  • de representação judicial e extrajudicial, assessoria e consultoria jurídicas;
  • relacionados à contabilidade;
  • serviços domésticos e de cuidadores e terapeutas;
  • hotelaria, hospedagem, pousadas, motéis e congêneres para uso de trabalhadores de serviços essenciais, como residência ou local para isolamento em caso de suspeita ou confirmação de covid-19;
  • atividades de ensino presencial referentes ao último período ou semestre dos cursos da área de saúde;
  • transporte privado individual de passageiros, solicitado por aplicativos ou outras plataformas de comunicação em rede.
Edição: Thiago Ricci
Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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