Às vésperas do maior Carnaval que Belo Horizonte já teve notícia, com expectativa de que mais de 5 milhões de foliões saiam às ruas, a jornalista mineira Adriana Spinelli resolveu relembrar uma época em que as coisas eram bem diferentes na capital mineira.
No Instagram, Spinelli postou duas fotos de 1993 em uma avenida Afonso Pena deserta em meio à cobertura da folia daquele ano. A calmaria era tanta que a repórter até deitou na via, que hoje é um dos principais points de concentração dos blocos de BH.
“Acredite se quiser. Carnaval (1993) na Afonso Pena com Contorno em pleno Carnaval. Não tinha uma alma viva em BH. Pra gente arrumar matéria era uma peleja! O mundo capota, minha gente. Hoje 5 milhões de pessoas devem vir passar o carnaval em BH”, escreveu ela no post.
‘Tudo vazio, coisa horrorosa’
A Belo Horizonte de outros carnavais era mesmo bem diferente da que conhecemos hoje em dia. Uma reportagem veiculada na Rede Minas na década de 1990 e resgatada pela equipe da emissora nos últimos dias, vem “chocando” alguns internautas que já se acostumaram com as dimensões continentais do Carnaval de BH.
O vídeo mostra entrevistas de pessoas que davam sua impressão sobre o feriado na capital mineira. Para a maioria, Belo Horizonte, durante os quatro dias de feriado em fevereiro, era só para quem queria tirar uns dias de descanso, longe de qualquer tumulto. Havia, ainda, quem aproveitasse a calmaria da cidade para colocar em dia a agenda cultural e até mesmo as orações.
“O que tem pra fazer de bom no Carnaval?”, questiona a repórter a uma moradora, que responde sem nem pensar duas vezes: “Aqui, nada. Aqui em Belo Horizonte, é péssimo, não tem os clubes, tudo vazio, uma coisa horrorosa”.
“Aqui em Belo Horizonte, Carnaval de rua não é legal, né?”, disse outra entrevistada. “Só clube”, afirmou outro personagem sobre aqueles dias de “não-folia” na capital. Veja abaixo:
Mais de 490 blocos
A mobilização de 5 milhões de foliões estimada pela Prefeitura de Belo Horizonte fará com que este seja o maior carnaval da história da cidade. Desde que os blocos de rua voltaram a ganhar força a partir de 2009, o público que toma os bairros da capital mineira cresceu exponencialmente.
Em 2023, depois de dois anos sem carnaval em decorrência da pandemia de covid-19, o município aposta na ansiedade de moradores e visitantes para matar a saudade da maior festa popular do país.
“A folia na capital mineira contará com uma programação extensa e descentralizada, distribuída pelas nove regionais da cidade. Organizado de maneira espontânea, um dos principais atrativos da festa é a sua essência democrática e plural”, diz a administração municipal.
Com a inscrição de 493 blocos de rua, o capital mineira já registra um recorde. O número supera de longe os 347 cadastrados no último carnaval, em 2020. Como alguns deles desfilam mais de uma vez, estão previstos para este ano 538 cortejos.
Alguns deles já ocorreram ao longo dessa semana. A programação completa você confere por aqui, na cobertura de Carnaval do BHAZ.
