Um tombo reduziu a locomoção da vovó Maria de Lima da Silva, mas não tirou dela o espírito de foliã. Aos 89 anos, a vovó convocou toda a família para ir pra rua de BH pagodear no Me Beija Que Sou Pagodeiro no pré-Carnaval de BH.
A aposentada sofreu uma queda, quebrou o fêmur e precisou fazer três cirurgias reparatórias, o que forçou a usar uma cadeira de rodas para se locomover. Mas nem assim ela perdeu a vontade de sambar.
Prum lado e pro outro e com o dedinho pro alto, a vovó se balança na cadeira ao som do Me Beija Que Sou Pagodeiro, no Barro Preto, e aproveita a folia em BH com traje típico, chapéu panamá, colar havaiano e um sorriso largo. “Ela que levou todos para o Carnaval a vida toda. A culpa é dela”, conta a neta Rafaela Barbosa Teixeira.
No domingo pré-Carnaval, o bloco desfila ao lado da sede da Rede Minas, no Barro Preto. No trio, clássicos do pagode fazem jus ao nome do bloco. De Raça Negra a Sorriso Maroto, o repertório é bastante conhecido. “É o melhor bloco, é começar o Carnaval com o pé direito”, diz Rafaela aos lados da avó e outros familiares.
Grávidas no Asa de Banana
Se no Me Beija uma vovó desfilou de cadeiras de rodas, no bloco Asa de Banana uma grávida de oito meses não se atreveu a ficar em casa e foi para o desfile mesmo sob sol quente. Carolina Vaz de Melo enfrentou a possibilidade de a filha nascer no meio do desfile para acompanhar o bloco que ajuda a organizar.
Após dois anos sem Carnaval por causa da pandemia, ela e seu barrigão foram até a avenida Getúlio Vargas para pular ao som de Asa de Águia e Chiclete com Banana.