Vanessa Portugal diz que falta de alternativas e decepção de trabalhadores ‘geraram’ Bolsonaro: ‘Deu no que deu’

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Candidata ao Governo de Minas relembrou impeachment de Dilma Roussef (Arquivo BHAZ)

Questionada sobre uma autocrítica ao apoiar, junto do PSTU, um “fora todos eles” diante do impeachment de Dilma Rousseff (PT), ainda em 2016, Vanessa Portugal disse não se arrepender do posicionamento. A candidata ao Governo de Minas acredita que a falta de uma alternativa junto à classe trabalhadora, e a decepção da mesma com a política, gerou o surgimento de Bolsonaro.

“A gente tem visão crítica sobre tudo, em cada momento, tudo que a gente faz. É claro que temos que analisar as coisas ponto a ponto, mas vejam bem gente: o que gerou Bolsonaro foram os acordos e a decepção da classe trabalhadora com o modelo de gestão que não fez as rupturas que iam fazer”, disse.

“Dilma disse que não faria determinadas coisas ‘nem que a vaca tussa’ e a vaca tossiu. Ela retirou direitos da classe trabalhadora, mexeu na pensão, mexeu em vários aspectos da previdência, fez cortes na educação”, continuou.

“O que nós discutíamos naquela época é que não dava para setores ditos de esquerda, progressistas, se alinharem em torno da defesa de uma gestão que a classe trabalhadora tinha rompido com ela, que nós precisávamos construir uma outra alternativa. Outra alternativa não foi construída, o que apareceu para a população como sendo diferente: a ultradireita. Apareceu Bolsonaro, ele foi gestado por isso, por essa decepção”, define a candidata.

Para Vanessa Portugal, os setores do movimento social “abriram mão de puxar para si a responsabilidade de construir uma alternativa” e, por isso, “deixou a ultradireita fazer”. “E isso deu no que deu, deu no Bolsonaro”, disse.

“E é por isso que a gente diz: ‘esse erro não pode ser cometido de novo’. É preciso ter um programa de fato de ruptura com as estruturas de poder, que estão nesse país desde que foi invadido, e que oprimem a população. É preciso apresentar alternativa de fato para a população trabalhadora. Se não a ultradireita, mesmo que derrotada numa eleição, ela se fortalece conjunturalmente”, pondera.

“Ela [a ultradireita] precisa ser varrida, as ideias defendidas, preconceituosas, que incentivam violência entre trabalhadores, ideias que dizem que cortar direitos é a única saída que existe para a sociedade, precisam ser varridas, e para serem varridas é preciso termos um campo de classe, de identidade de classe”, disse ela citando outros nomes do atual cenário político. “Com Geraldo Alckimin não vai dar, com Meirelles não vai dar, com Kalil – que espanca professoras em momentos de greve-, não vai dar. Essa saída não vai ser construída, e a ultradireita não vai ser derrotada por essa via”, completa.

Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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