Graffica Gastrobar: Onde todas as cores se misturam no Maletta

(Reprodução/Facebook)

Não se apaixonar pelo Graffica Gastrobar depois de tomar bons drinks e comer um petisco na varanda do Edifício Maletta é uma missão complicada. Lembrado pelos belorizontinos como um dos points da cidade, a gráfica que virou um bar encanta turistas e moradores da capital mineira desde 2016.

Hoje o lugar chama a atenção por sua singularidade. As lojas 8 e 9 do Maletta, no Centro de BH, recebem os clientes em um ambiente pouco convencional.

As mesas do bar são feitas de gavetas tipográficas dos anos 50. As paredes são cobertas com chapas de impressão. E tem até uma máquina de impressão que era usada no estabelecimento e funciona até hoje!

Mas como foi que o Graffica chegou até aqui? Para saber como tudo aconteceu, a gente precisa conhecer a dona do lugar, Marilda Ribeiro de Freitas, 57 anos. Proprietária da gráfica que viria a se tornar o gastrobar, ela narra sua vida por meio da história de seus negócios.

Marilda ao lado de uma máquina de impressão de sua antiga gráfica (Isabella Guasti/BHAZ)

Chegada a BH

Tudo começou quando Marilda chegou a Belo Horizonte ainda menina, em 1983. Vinda de Lajinha, no interior de Minas Gerais, ela relembra como foi colocar os pés na capital mineira pela primeira vez. “Quando cheguei, com 18 anos, consegui um emprego em uma gráfica aqui no Edifício Maletta”, inicia.

Ela conta que depois de alguns meses acabou deixando o trabalho na gráfica para atuar em um banco da cidade. Lá, Marilda conseguiu crescer profissionalmente e seu sucesso chamou a atenção do proprietário da gráfica onde ela trabalhou, que notou um talento para a gestão de negócios.

“A gente foi conversando e ele falou assim ‘ah, você tem tino comercial. Tô achando que você sabe mexer com isso. Vou te vender uma gráfica’. Aí eu falei ‘o que?!'”.

Exemplo

Apesar da surpresa inicial, Marilda acabou aceitando a proposta e abriu sua primeira empresa em 1994, já no Edifício Maletta: a gráfica Exemplo, que existiu por 23 anos.

A evolução tecnológica começou a dificultar a vida de empreendedores que, como ela, dependiam das mídias físicas para sobreviver. “Aí eu falei ‘eu preciso pagar minhas contas. Como vou fazer?’. Foi aí que alguém chegou para mim e disse ‘Marilda, você tem cara de barzinho'”.

E não é que a sugestão virou uma pulga atrás da orelha da Marilda? Depois de algum tempo vendo as vendas da gráfica caindo, ela comunicou aos funcionários que investiria na ideia e abriria um bar no mesmo espaço em que a gráfica funcionava.

Os negócios funcionaram simultaneamente por cerca de três meses. Ao término desse período, Marilda percebeu que a melhor decisão era fechar a gráfica e continuar somente com as atividades do barzinho, que passou a ser mais vantajoso financeiramente. Nascia aí o Graffica Gastrobar.

A gráfica que virou bar

“Eu fechei a gráfica, mas não tive coragem de me desfazer de nada”, lembra Marilda. Por causa do carinho pelos anos em que trabalhou com a gráfica, ela decidiu manter os equipamentos e adaptá-los para o serviço do barzinho.

Foi nesse impulso que ela teve a ideia de transformar as gavetas tipográficas, do antigo negócio em mesas para receber os clientes.

Seguindo a proposta, ela também montou uma espécie de “jornal” para cobrir as mesas. Lendo as notícias, os visitantes do Graffica encontram fatos sobre a história do bar.

Graffica Gastrobar ganhou um jornal feito com as máquinas da antiga gráfica
(Isabella Guasti/BHAZ)

Uma das paredes do Graffica Gastrobar ainda acabou revestida de chapas offset, usadas para impressão. O lugar também conta com um lustre inteiramente feito com espirais de encadernação. Outra peça que chama a atenção de quem entra no bar é uma grande impressora tipográfica colocada bem no meio do espaço: uma Heidelberg de leque original, dos anos 50. E detalhe: ela ainda funciona!

(Isabella Guasti/BHAZ)

Cardápio do Graffica Gastrobar

A empresária conta que o cardápio do Graffica Gastrobar foi pensado para atender públicos diversos. “Tem comida fit, vegana, vegetariana, low carb ou com gordura. Tem tudo!”.

BHAZ separou alguns pratos e bebidas para você escolher o que consumir no Graffica Gastrobar (os preços são de 10 de janeiro de 2023).

  • Batata Graffica – R$ 52,00
    Batata palito com cheddar carne desfiada, sour cream e picles.
  • Costelas Texanas – R$ 79,00
    Costelas defumadas ao molho barbecue, mussarela e batatas.
  • Terra Frita – R$ 39,90
    Batata ou mandioca macia e suculenta. Com acompanhamento de dois molhos: barbecue e maionese caseira.
  • Carne de Panela ao Vinho – R$ 65,00
    Peito bovino macio que derrete na boca.
  • Fígado com jiló – R$ 89,90
    Fatias de fígado bovino acebolado com tirinhas de jiló.
  • Linguiça Vegana
    Calabresa de grão de bico acebolada levemente defumada.
  • Almôndegas Recheadas ao Molho Putanesca
    Almôndegas feito à base de soja, (não contém glúten, gordura trans e colesterol) ao molho a putanesca e fatias de pão fermentação natural.

O que mais você precisa saber sobre o Graffica Gastrobar

Onde? Avenida Augusto de Lima, 1148, sobrelojas 08 e 09 – Centro
Funcionamento? Segunda a sexta-feira – das 16h às 00h | Sábado – das 13h às 00h
Contato? (31) 99833 8455 | (31) 97141 2929

Edição: Pedro Rocha Franco
Isabella Guasti[email protected]

Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023.

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