A turnê que marca a despedida dos palcos da banda de heavy metal Sepultura tem início previsto para esta sexta-feira (1º). O Arena Hall, em Belo Horizonte, foi o local escolhido para a primeira apresentação do grupo pela tour “Celebrating Life through Death”, anunciada em dezembro do ano passado.
Antes de decretar o fim das atividades da banda, o Sepultura se prepara para passar por 40 países. Só no Brasil, além de Belo Horizonte, a série de shows passará por pelo menos outras sete cidades. Por enquanto estão confirmadas Juiz de Fora (MG), Brasília (DF), Uberlândia (MG), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC) e São Paulo (SP).
“Estamos no melhor momento da história da banda e saímos de cena de uma forma muito tranquila”, explicou o guitarrista Andreas Kisser na coletiva de imprensa que revelou a aposentadoria do Sepultura. “São ciclos que se fecham e se renovam. Queremos celebrar. Não queria que o Sepultura acabasse com uma briga ou que a gente ficasse velho demais no palco”.
A derradeira turnê, que durará 18 meses, será gravada e dará origem a um disco ao vivo de 40 faixas. “Estamos felizes e muito agradecidos com tudo que aconteceu na nossa história. Fizemos grandes álbuns e shows, cultivamos amizades, conhecemos nossos ídolos, ajudamos a colocar o metal brasileiro no mapa mundial. Agora, deixamos a cena com o sentimento de dever cumprido”, pontuou o grupo.
Raízes mineiras
Formado em 1984, no bairro Santa Tereza, em BH, pelos irmãos Max e Igor Cavalera, o Sepultura cravou, ao longo de quase quatro décadas, o rock brasileiro na principal prateleira da música mundial.
Tudo começou na rua Dores do Indaiá, 267, onde os irmãos Cavalera moraram na adolescência. A casa ficava a dois quarteirões de outra esquina emblemática para a música brasileira, o encontro das ruas Paraisópolis e Divinópolis, marco do Clube da Esquina.
O canto dos Cavalera era palco de reuniões de metaleiros do Brasil inteiro, jovens que vinham tocar na cena metal de Belo Horizonte e apareciam por lá para ensaiar. Outro vizinho, Paulo Xisto, também integrante da formação original, era morador do bairro e os pais aceitavam que os “camisas pretas” ensaiassem no local.
Mas o QG do Sepultura era mesmo a casa dos Cavalera. Jairo Guedez, guitarrista da formação original, havia sido substituído pelo paulista Andreas Kisser, que teve que ir morar na casa da família Cavalera, com o consentimento da viúva Vânia, mãe dos irmãos e principal incentivadora da banda, desde os shows para cinco pessoas.
Andreas não foi o único a ir morar no Santa Tereza. João Gordo e outros do Ratos de Porão também moraram por um tempo na casa da Dores do Indaiá.
Atualmente, a formação da banda conta com o guitarrista Andreas, o baixista Paulo Xisto – desde a formação original –, o vocalista norte-americano Derrick Green e o baterista Eloy Casagrande.
Brasil no mapa do Heavy Metal
Em 1986, o Sepultura lançou seu primeiro álbum de estúdio, “Morbid Visions”. O trabalho é tido como um dos primeiros discos de Death Metal do mundo. Ainda jovens, os membros ganharam reconhecimento na cena underground brasileira.
Mas foi na década de 90 que o Sepultura catapultou o rock brasileiro para níveis internacionais. Em 1996, a banda lançou seu álbum de maior sucesso e aclamação, o emblemático “Roots”. Com influências da música indígena e gravações na tribo Xavante, com percussão tribal, o compilado conquistou espaço indiscutível nos toca-discos, leitores de CDs, rádios independentes e, claro, festivais de rock mundo afora.
Poucos meses após o lançamento de “Roots”, Max Cavalera deixou a banda para tocar projetos particulares. Seu irmão, Igor, seguiu à frente do grupo até 2006. Desde então, os fundadores se distanciaram do título. Em 2016 foi lançado o documentário “Sepultura Endurance”, com depoimentos de personagens célebres da história da banda. Entretanto, os irmãos Cavalera não participaram.
Então se liga!
Celebrating Life through Death – show de abertura
Local: Arena Hall |
Data: 1/3
Horário: 21h
Ingressos: https://www.eventim.com.br/event/sepultura-arena-hall-18017906/