BH em canções: Uma viagem musical nos 126 anos da capital mineira

Skank, Djonga e até o carioca Gonzaguinha já cantaram BH (BHAZ + Divulgação)

Nossa Belo Horizonte celebra 126 anos de história, cultura e transformação nesta terça-feira (12). Para comemorar a data, o BHAZ elaborou uma jornada musical por canções que homenageiam a cidade. Confira a BH cantada em diferentes gêneros:

Ruas da Cidade (1978) – Milton Nascimento

Não tem como falar de Belo Horizonte sem falar de Milton Nascimento. Mineiro de coração, o artista se mudou para a capital de Minas Gerais ainda jovem. Na canção “Ruas da Cidade”, parceria com seu irmão Lô Borges, Milton destaca os povos nativos dizimados para a construção da cidade.

A letra aborda o crescimento urbano com frases como “A cidade plantou no coração”, mas também lamenta a perda da herança indígena com a imagem de que “a parede das ruas não devolveu os abismos que se rolou”. Os versos destacam a importância de preservar as raízes culturais em meio às transformações.

Música Ruas da Cidade – YouTube

Sapucair, Savassear (2021) – Affonsinho Heliodoro

Para homenagear dois dos principais pontos turísticos de Belo Horizonte, a Sapucaí e a Savassi, o cantor Affonsinho Heliodoro criou os verbos “sapucair” e “savassear”, nome de sua música que fala sobre a beleza da capital mineira e uma das ruas queridinhas da cidade. Affonsinho também aborda o crescente Carnaval e outros locais conhecidos da cidade.

Música Sapucair, Savassear – YouTube

Lindo Lago do Amor (1984) – Gonzaguinha

Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, mais conhecido como Gonzaguinha, nasceu no Rio de Janeiro, mas não resistiu aos encantos da mineira Louise Margaret, a Lelete, e à tranquilidade de BH, mudando-se para a cidade em 1981.

Para expressar seu amor, o cantor escreveu uma música inspirada em um dos principais cartões-postais da capital: a Lagoa da Pampulha. A canção fala de uma pessoa que “tomou um banho de água fresca no lindo lago do amor.”

Música Lindo Lago do Amor – YouTube

Sexta (2020) – Djonga

Nascido na região Leste de Belo Horizonte, Djonga é um rapper que também escreveu uma música sobre um importante local de BH: o Viaduto Santa Tereza. Na música, o cantor homenageia o viaduto que foi palco para batalhas de rimas históricas do Duelo de MCs.

Para Djonga, felicidade tem nome de Viaduto Santa Tereza. A letra aborda a marca que os rappers deixaram no local com versos como “O salve é pra quem construiu, quem tava lá e passou veneno… Tu tem que agradecer quem criou o maior duelo do mundo”.

Música Sexta – YouTube

Belo Horizonte Que Eu Gosto (2003) – Pacífico Mascarenhas

Nascido em 1935, o compositor Pacífico Mascarenhas é um dos grandes nomes da bossa-novíssima. Natural de Belo Horizonte, o artista foi uma dos grandes nomes da chamada “Turma da Savassi”. Em 2003, aos 68 anos, Pacífico lançou “Belo Horizonte Que eu Gosto”, música na qual expressa seu sentimento pela capital mineira.

Música Belo Horizonte Que Eu Gosto – YouTube

Lugar Melhor que BH (2005) – César Menotti e Fabiano

Um hit icônico que não poderia faltar é a canção dona dos versos “É aqui que eu amo, é aqui que eu quero ficar. Pois não há lugar melhor que BH”. César Menotti e Fabiano declaram na música seu amor pela cidade que escolheram como lar.

Na música, consagrada com um dos “hinos” de Belo Horizonte, os cantores afirmam que, mesmo conhecendo “tantas belezas” e “tantos lugares”, não existe lugar melhor que BH para se morar.

Vem Pro Baile (2021) – FBC

Fabrício Soares, mas conhecido como Filho Bastardo do Caos ou FBC, te chama para conhecer o baile da periferia e seus elementos. “E dar rolê à noite toda pelo bairro. Nova Sintra, Gameleira, Patrocínio, Sideral. Lá embaixo é a Cabana”, canta FBC se referindo a regiões de Belo Horizonte.

Música Vem Pro Baile -YouTube

Skank e BH

Poucos cantaram BH como o Skank. A sensação é de que os mineiros do pop falavam 80% do tempo na nossa capital e, nos outros 20%, torciam para alguém tocar no assunto, pra que pudesse se declarar também. Veja algumas dessas canções:

In(dig)Nação – Lugares e grupos de BH

  • Disco: Skank
  • Ano de lançamento: 1993

Presente no primeiro álbum de estúdio do Skank, a música faz uma crítica política e social. O sentimento individual cresce até chegar em grupos da sociedade, mas mesmo assim, não consegue provocar mudanças reais.

Ao falar das “massas indignadas”, a música cita locais e grupos de Belo Horizonte. Favelas, blocos caricatos de Carnaval, zonas boêmias e torcidas organizadas aparecem na letra.

“Vila Dias, Papagaio, Cafezal, pendura saia
Pau comeu, Pai Tomás, Santa Marta, o morro indignado”

“Boca branca, Os Inocentes e os Leões da Lagoinha indignados
Jaguarão, Oiapoque e Guaicurus, a zona indignada
(…) Gaviões, Galoucura, Máfia Azul, Young Flu
Mancha Verde, Flamante, Independente, a massa indignada”

Jackie Tequila – Mercado Distrital do Cruzeiro

  • Disco: Calango
  • Ano de lançamento: 1994

Uma “velha conhecida” dos fãs do Skank, a música descreve Jackie Tequila, “uma menina tão bonita que enjoa”.

Logo na primeira estrofe, a banda faz uma referência a Belo Horizonte, mencionando a rampinha posicionada em frente ao histórico Mercado Distrital do Cruzeiro, na região Centro-Sul da capital mineira. Além disso, a “Rádio do Café”, citada na música, se refere à Rádio 98 FM, localizada no Cafezal.

“Funk lá no morro da Mangueira, essa menina tá dizendo sim, eu sei. Noite bamba, tudo à beça, baião na rampa do Cruzeiro”…

Esmola – Mineirão

  • Disco: Calango
  • Ano de lançamento: 1994

“Esmola” denuncia a desigualdade social, passando a mensagem central de que “se o país não for pra cada um, não vai ser pra nenhum”.

Em determinada estrofe da música do Skank, o eu lírico cita diversos lugares em que já viu pessoas pedindo esmola – um deles é o estádio Mineirão, em BH.

Além do Gigante da Pampulha, são mencionados outros dois templos do futebol no Brasil: o Morumbi, em São Paulo, e o Maracanã (Estádio Jornalista Mário Filho).

“Não vai não, não vai não, não vai não. No hospital, no restaurante, no sinal, no Morumbi, no Mário Filho, no Mineirão”

É Uma Partida de Futebol – Mineirão [Clipe]

  • Disco: O Samba Poconé
  • Ano de lançamento: 1996

E por falar em Mineirão… como não se lembrar do clipe de “É Uma Partida de Futebol”? Bom, já começamos pelo fato de que os membros do Skank amam o esporte.

Samuel Rosa e Henrique Portugal são cruzeirenses, e Haroldo Ferretti e Lelo Zaneti são atleticanos. Então, nada melhor do que fazer um clipe durante o jogo do maior clássico mineiro.

Logo antes da partida, ocorrida em 1997, houve um amistoso que reuniu os integrantes do Skank, outros músicos, ex-jogadores e celebridades.

O vídeo mostra trechos de ambos os estilos: a “pelada” e o jogo oficial. E é claro que as torcidas não ficariam de fora.

O clássico, válido pelo campeonato estadual de 97, ocorreu diante do estádio lotado e terminou empatado por 1 a 1. Naquele ano, o Cruzeiro foi campeão do torneio.

Tão Seu – Cine Pathé

  • Disco: O Samba Poconé
  • Ano de lançamento: 1996

romântica música do Skank retrata um relacionamento amoroso novo, vivido por uma pessoa que não consegue ficar tanto tempo longe do objeto de paixão e “faz tanta coisa” pensando nos reencontros.

Um lugar emblemático de BH é citado na canção da banda mineira: o Cine Pathé, inaugurado na década de 1940 e encerrado no final da década de 1990.

“Não diga que não vem me ver, de noite eu quero descansar. Ir ao cinema com você, um filme à toa no Pathé”…

Eu Disse a Ela – Avenida do Contorno

  • Disco: O Samba Poconé
  • Ano de lançamento: 1996

Para começar, a cidade em que a música do Skank se passa é justamente BH. A letra relata um término de relacionamento, após contar à pessoa que o amor já tinha se dissipado.

Em meio ao drama vivido pelo eu lírico, onde o mundo parece estar contra ele, há uma referência aos ônibus amarelos da capital, “as ondas amarelas”.

A analogia foi pensada pelo compositor Chico Amaral, quando ele estava em um engarrafamento na avenida do Contorno.

A “Opala” citada na música é uma referência à característica íngreme da rua de mesmo nome, localizada no bairro Cruzeiro, em BH.

E aqui vai um bônus: o lyric video, disponível no YouTube oficial da banda, apresenta a letra de “Eu Disse a Ela” acompanhada de uma “animação flutuante” de Belo Horizonte (assista abaixo).

“Quando eu disse a ela que o amor passou, a cidade levemente flutuou. Ondas amarelas na Contorno cheia, a cidade simplesmente me odeia. Mesmo sabendo que a vida nos engana, mesmo sabendo que a Opala não é plana”…

Do mesmo jeito – Lugares de BH [Clipe]

  • Disco: Velocia
  • Ano de lançamento: 2014

Para fechar a lista, trazemos uma música do Skank que não chega a citar lugares de BH na letra. Mas, no clipe lançado em 2015, a canção homenageia a cidade de diversas formas. A dinâmica da narrativa começa na Praça da Estação e faz um giro pelo Centro da capital mineira.

As imagens dos integrantes da banda são refletidas em diversos pontos da cidade. Só para citar alguns, temos o Viaduto Santa Tereza, o antigo hotel Othon Palace, os Edifícios Niemeyer e JK, e as Praças da Liberdade e Sete. Assista:

Amanda Serrano[email protected]

Foi estagiária do Jornal Estado de Minas e da TV Band Minas. Também trabalhou na assessoria política. Atualmente é repórter do Portal BHAZ.

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