Acordo fechado, e agora? Valor da passagem é ‘congelado’ até março de 2023 em BH; veja outros pontos

ônibus bh
O projeto que deve entrar em tramitação nos próximos dias prevê um maior número de viagens e o congelamento da tarifa (Letícia Vianna/BHAZ)

A novela que rege o sistema de transporte urbano de Belo Horizonte ganhou um novo e importante capítulo nesta quinta-feira (12). É que os empresários do setor aceitaram a proposta oferecida pela PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) e por parlamentares da CMBH (Câmara Municipal de Belo Horizonte) que prevê um subsídio de R$ 237,5 milhões para a implementação de melhorias no serviço.

Amanhã (13), um ante-projeto será apresentado aos 41 vereadores da CMBH que poderão fazer sugestões ao texto. Já na terça-feira (17), o Projeto de Lei será revisado pelo prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), e encaminhado para tramitação na casa legislativa.

Mas se você é uma das milhares de pessoas que depende todos os dias do transporte público, deve estar se perguntando: afinal, o que muda, na prática, caso o projeto entre em vigor na capital? O BHAZ listou os cinco pontos mais importantes do novo contrato.

1. Reajuste na tarifa

Um dos assuntos que mais preocupa os usuários do transporte público todos os anos é, sem dúvidas, o reajuste no valor da tarifa. Caso o projeto seja aprovado na CMBH e sancionado pelo prefeito Noman Fuad (PSD) não haverá aumento da passagem até março do ano que vem, data prevista para o encerramento do novo contrato.

“Enquanto vigorar esse subsídio não tem aumento de passagem, não tem discussão, não tem crise no Natal esperando o reajuste, essa história acabou”, declarou o vereador Gabriel Azevedo (sem partido) após a reunião do Grupo de Trabalho realizada nesta tarde.

Já o presidente do Setra-BH (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros), Raul Lycurgo, explicou que a ação judicial que poderia levar a passagem ao valor de R$ 5,85 será suspensa enquanto o projeto tramitar na CMBH. Caso o PL seja aprovado, a ação será extinta.

2. Mais viagens

Os usuários também contarão com mais ônibus convencionais e suplementares circulando na cidade. Segundo Raul Lycurgo, no dia seguinte ao recebimento do subsídio, a oferta diária de viagens aumentará em 15%, o que corresponde a cerca de duas mil viagens por dia.

Duas semanas após o pagamento, a oferta deve aumentar mais 15%. A estimativa, portanto, é que com o novo contrato o número de viagens aumente de 13 mil pra cerca de 21 mil viagens diárias na capital mineira.

As viagens noturnas também serão retomadas como no período pré-pandemia. “Isso não ocorre num estalar de dedos, nesse período o Setra-BH vai estar se preparando para esse aumento”, declarou Raul.

3. Modernização

O projeto também prevê a criação de um aplicativo que pretende modernizar o pagamento das tarifas. Dessa forma, os usuários não dependeriam mais do dinheiro físico para usufruir do serviço e também poderiam acompanhar em tempo real o trajeto e a previsão de chegada dos ônibus.

4. Canal direto de reclamação

Segundo o vereador Gabriel Azevedo (sem partido), o acordo também pede a criação de um canal de comunicação direta com o usuário do serviço. “Nós vamos ter um canal específico de WhatsApp e e-mail pro cidadão fazer reclamações em tempo real”, destacou.

5. Crédito do BHBus não vai expirar

O cartão BHBus é outro a entrar na lista de contrapartidas. No projeto, as partes pedem que os créditos não mais expirem e que não dependam de revalidação. Atualmente, o prazo de validade dos créditos eletrônicos do cartão BHBus é de 180 dias.

Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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