Ambulantes protestam contra abordagem truculenta da PM na Arena MRV

Trabalhadores denunciam truculência em abordagem da PM (Arquivo pessoal)

Ambulantes de Belo Horizonte se organizam para uma manifestação na Arena MRV, região Noroeste da capital mineira, no final da tarde desta terça-feira (23). Os trabalhadores denunciam abordagens truculentas da Polícia Militar nos últimos jogos que ocorreram no estádio.

Em conversa com o BHAZ, Jeane Rodrigues da Silva narra que foi desrespeitada e impedida de trabalhar no último sábado (20), durante a partida do clássico Atlético e Cruzeiro. Ela conta que os policiais se aproximaram logo após os torcedores entrarem no estádio.

“Eles diziam que era para sair, que não tínhamos que estar ali. A PM queria bater em mim e na minha meia irmã, que tem 16 anos, e que se não saíssemos, iriam jogar spray de pimenta”, lembra.

De acordo com Adjailson Severo, presidente da Associação dos Trabalhadores Ambulantes de BH, esse tipo de abordagem na Arena MRV acontece há cerca de seis jogos. Os trabalhadores são forçados a deixar o local, sob ameaça de terem as mercadorias recolhidas.

“Isso é muito grave, não estamos lá atoa. Temos pais e mães de família que foram humilhados lá. A polícia que era para nos dar segurança infelizmente está fazendo isso daí”, diz.

Jeane ainda denuncia ter sido xingada pelos policiais: “Eu falei que nós temos direito de vender e eles disseram ‘vocês não tem direito de nada, vocês são tudo rato, vocês não deveriam existir’. Eles são muito agressivos tanto em palavras quanto na forma física, eu vi uma moça que eles puxaram o braço dela para sair”.

O presidente da associação destaca que os ambulantes são amparados pela lei dos caixeiros, sancionada em fevereiro deste ano, que permite que ambulantes credenciados atuem em grandes eventos. Ele reitera que os trabalhadores possuem direito de comercializar durante os jogos e que a PM estaria descumprindo a determinação

“Temos uma lei municipal que foi através de muita luta, então própria policia Militar está descumprindo a lei. Desse jeito nós não vamos aceitar. Se precisar vamos atrás do Ministério Público”, completa.

O que diz a PM?

Questionada sobre o assunto, a Polícia Militar de Minas Gerais informou em nota que “não houve registro de Boletim de Ocorrência relacionado ao fato”.

“A fiscalização do caso apresentado na demanda compete ao Município, cabendo à instituição o apoio, quando acionada. Quaisquer denúncias relativas à atuação policial militar podem ser feitas junto aos órgãos competentes”, finaliza o texto.

O que diz a PBH?

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Belo Horizonte para esclarecimentos e aguarda retorno.

Isabella Guasti[email protected]

Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023.

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