Dois integrantes da torcida organizada Galoucura, envolvidos no espancamento de um cruzeirense na final do Campeonato Mineiro de 2018, foram ouvidos nessa terça-feira (9), no 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, do Fórum Lafayette. Acusação e defesa se pronunciaram sobre o caso. Após isso, o processo voltará para o juiz Marcelo Rodrigues Fioravante, que decidirá se eles vão a juri popular. Outros três envolvidos ainda seguem foragidos.
Os réus Marcos Vinicius Oliveira de Melo e Alan Betti Cardoso, torcedores atleticanos acusados de agredir um cruzeirense após o jogo final do Campeonato Mineiro de 2018, disseram na Justiça que só entraram em confronto com a torcida rival porque foram provocados. Eles foram ouvidos nessa terça-feira.
Marcos Vinícius disse que, após ter sido provocado, foi o primeiro a chegar ao confronto. Ele disse ter dado um único golpe na vítima, que caiu. Depois disso, como afirmou, saiu do local imediatamente e não soube o que aconteceu depois.
Quando se envolveu nessa briga, em 4 de março de 2018, Marcos Vinicius alegou estar usufruindo de saída temporária da prisão, onde cumpria pena pelo homicídio de um cruzeirense, também após uma briga de torcidas ocorrida em 2010, em frente ao Chevrolet Hall. Ele foi condenado a 17 anos em 2015.
Já Alan Cardoso contou que estava em um ponto de ônibus quando foi abordado por policiais militares. De acordo com ele, como não encontraram nada suspeito, os policiais disseram que iriam parar um ônibus para ele e um grupo entrarem e ir embora.
Nesse momento, alegou ter sido provocado e apedrejado pela torcida rival, que passou em uma kombi com torcedores do Cruzeiro. Na sequência, ouviu pedidos de socorro de dois torcedores atleticanos e avisou aos policiais, quando foi orientado por eles em resposta: “Vai lá e pega”.
Alan Cardoso afirmou ter sido instigado pelos militares a entrar em confronto. O réu disse que, quando viu a vítima caída no chão, achou até que a mesma estava morta e em um ato instintivo colocou o pé no rosto do cruzeirense e o empurrou de leve, sem o intuito de causar mais danos.
O crime aconteceu no Bairro Prado e, além de Marcos Vinícius e Alan, que estão presos, outros três também foram denunciados por tentativa de homicídio. Esses estão foragidos.
Foram ouvidas ainda 10 testemunhas, entre acusação e defesa. Com essa audiência, encerra-se a fase de instrução. Agora, abre-se prazo para alegações finais e, logo após, o juiz decide se os réus deverão ser julgados pelo júri popular ou não.
Identificação
Os vídeos das agressões foram alvo de investigação da polícia, que conseguiu identificar os integrantes das agremiações rivais. Segundo o promotor de justiça Eduardo Nepomuceno, a vítima só não morreu porque a Polícia Militar chegou ao local. O torcedor foi socorrido pela equipe do Samu e levado para o Hospital João XXIII.